Mês passado, no meio do nosso recesso, o Coldplay, vulgo "banda de rock mais importante do planeta", lançou o seu mais novo petardo (seria essa a palavra correta?). Viva la Vida (Or Death And All His Friends), nome inspirado numa obra da pintora mexicana-bigoduda Frida Kahlo. O nome apenas, já que na capa do CD a banda colocou uma pintura do artista do romantismo francês, Eugene Delacroix, inspirada na revolução de 1830. Nossa, o nome do disco e o fato da pintura na capa corresponder a uma cena de batalha, e não à pintura da senhorita Kahlo, indicam dualidade! Quanta inteligência! Chris Martin, que já pode ostentar o título de maior burocrata do rock (e o fato de sua banda ser a mais famosa hoje diz muito sobre a era que vivemos), provavelmente deve querer lançar uma batida discussão sobre os valores de vida e morte ante um mundo doente e carente de amor. Amor, meu! Lógico que ninguém poderia ligar menos ou dar a mínima para isso, mas pelo menos temos que reconhecer que o nosso compositor abobado favorito tentou, digamos, ser mais ambicioso. Não deu, mesmo. A banda tem sido acusada de chupar vergonhosamente o U2 da fase Joshua Tree, inclusive contando com o produtor dos discos da banda irlandesa na época, Brian Eno. Eno, ex-membro do grande Roxy Music, era um músico de grande relevância. Nos anos 70 e 80. Hoje, soa deslocado demais, e sua produção obviamente não consegue o mesmo efeito, já que tecnicamente falando o Coldplay é muito inferior ao U2 (pois é, acreditem se quiser). O álbum falha miseravelmente no âmbito artístico apenas, já que comercialmente falando, o disco fez um barulho danado.
O single Viva La Vida conseguiu a façanha de liderar a parada americana e inglesa ao mesmo tempo, algo não conseguido por uma banda de rock desde... desde... é, faz tempo mesmo. Mas chega de papo furado, farei um faixa-a-faixa para entender melhor o que Martin e seus asseclas quiseram passar com o disco. Não que isso faça muita diferença. Sério, alguém sabe o nome dos outros três integrantes do Coldplay além de Martin? No meu tempo, banda boa de rock era aquela a qual nós sabíamos o nome até dos roadies. Hoje... Bom, vamos lá, faixa-a-faixa para essa galera linda, esperta, bacana, malhada e parruda, e que faz, sim, a diferença. Ergh...
Life in Technicolor
Instrumental que usa desavergonhadamente a introdução de Where The Streets Have No Name como mote para a canção inteira. Sim, os órgãos de igreja e o climão "senta que o pregador vem aí". Como o Coldplay não poderia bancar uma reprodução do que vinha depois na música do U2, ficou mesmo somente com a intro. Banda de categoria é assim mesmo, rói os ossos e pede mais.
Cemeteries of London
Música morosa, que usa uma cama preguiçosa de teclados para versar sobre cavaleiros medievais. Cavaleiros medievais. É, tá difícil mesmo. Quando Dylan usava do mesmo artifício em músicas como All Allong the Watchtower, era fácil entender o ponto. Mas Martin... Ele soava melhor quando cantava as velhas bobagens sobre consertar a parceira e tudo mais. Era meio doentio, mas ia de acordo com o "talento" do mesmo como compositor.
Lost!
Outra música construída em cima de órgãos. Tem um clima hipnótico, nada memorável, mas que ao menos mexe com algo. Eno deve ter os méritos. Méritos? Uhm..
42
Lembra Keane, Damien Rice e outras coisas de igual calibre. "Vamos tocar um piano e cantar sobre aquele amor lá?". Sabe aquele filme irlândes, o Apenas Uma Vez? Vocês viram?
Lovers in Japan/Reign of Love
O Radiohead anda com a mania de dar o nome de suítes para todas as suas canções. Como o Coldplay segue todos os passos da banda de Thom Yorke, acharam bom repetir essa rotina em algumas canções do Viva la Vida. Essa é a primeira delas. A primeira parte, Lovers in Japain, tem um bom tema de guitarra, mas a melodia é elíptica demais (roda, roda, e não sai do lugar) para nos envolver. Algo que é uma constante na carreira do Coldplay. A segunda parte, Reign of Love, é uma arrastada balada levada por um piano e a famosa cama de teclados de Eno, em cima da qual Martin murmura as bobagens de sempre.
Yes
A primeira parte da canção nada tem demais. A parte escondida, entretanto, Chinese Sleep Chant, é um dos poucos pontos altos do disco. Único momento do disco dominado por guitarras, e o punch de canções como Yellow se faz sentir aqui.
Chris Martin, e sua equipe de guarda-costas. Não que alguém se importe.
Viva la Vida
Melhor música já feita pelo Coldplay. O que, em termos práticos, não significa absolutamente nada. Mas, deixem eu tentar ser bonzinho. O trabalho de Eno na música é o seu melhor desde a sua fase áurea como produtor, com um bom trabalho de cordas e dando o tempo exato para Martin encaixar a sua letra mais ambiciosa da carreira em cima de uma bela melodia. Há apenas um problema: eu duvido que Martin realmente tenha o domínio sobre as metáforas e figuras de linguagem que ele levanta na música. Vejamos o refrão: "Eu ouvi os sinos de Jerusalém tocando/Coros de Cavalarias Romanas cantando/seja o meu espelho, minha espada, meu escudo/meus missionários em campos estrangeiros/e por algum motivo que não posso entender/eu ouvi São Pedro chamando o meu nome/nunca uma palavra honesta/ e foi ai que eu dominei o mundo". Sério, alguém ai acha que ele realmente tem o total domínio sobre a suposta complexidade dos temas levantados? As supostas alegorias políticas (Bush Jr. como alvo, obviamente). Acho que ele pegou umas imagens bonitas e misturou tudo. Usar Bob Dylan como inspiração é, repito, perigoso. Principalmente para um chorão como Martin. O Oasis tentou no Be Here Now e quebrou a cara lindamente. Mas darei o benefício da dúvida.
Violet Hill
Primeiro single e clipe do disco. Dizem que Violet Hill é uma rua que fica próxima da Abbey Road. Entenderam? Abbey Road? Mas a escolha é inexplicável, a música tem uma boa batida de piano e um surpreendente trabalho de guitarras, mas perde muito sua força no fraco e diluído refrão. Viva La Vida é uma música bem mais forte, tanto que quando foi lançada em seguida, produziu um impacto bem maior nas paradas.
Strawberry Swing
Música que mais lembra o velho Coldplay. Que não era nem melhor, nem pior que esse novo sobre a aba do Brian Eno. O que também, como sempre quando tratamos da banda, não faz a menor diferença. O negócio é vender cds (o que der no mercado combalido dos dias de hoje) e garantir um bom número de downloads para se conseguir dar suporte a uma turnê gigantesca, que é aonde as bandas realmente ganham dinheiro hoje em dia.
Death and All His Friends
Música que fecha o disco no melhor estilo "vamos cantar todos juntos sobre a morte e todos os seus amigos". Destaque para a bonita (bonita?) frase de guitarra que acompanha a melodia. Depois ainda tem uma faixa escondida, The Escapist, que é verdadeiramente a última faixa do disco. Momento no qual o climão Brian Eno se faz sentir com mais força, com camadas de teclados vindo de todos os lados, enquanto Martin diz um monte de coisas que, sério, não fazem a menor diferença.
Veredicto: sério, who cares? O Coldplay quer ser o novo U2, porque o U2 vende bem e o Radiohead é complicadinho demais para ser copiado. Mas é impossível desassociar a imagem do Coldplay com coisas como a Apple, Steven Jobs, Pixar, Bob Geldof, Bono, Bill Gates, Al Gore, dívidas dos países do terceiro mundo e aquecimento global. Esse é o mundo asséptico, limpinho e babaquento. E ai, lembramos que existem coisas como a Guerra do Iraque, George W. Bush, Osama Bin Laden, Kim Jong II, Silvio Berlusconi, tsunamis, terremotos em São Paulo. Viva La Vida, ou Death and All His Friends? Não que alguém se importe.
Que dor de cotuvelo hein véio, tu deve ser um daqueles musicos frustrados, que sempre tentou ter uma banda e nunca deu certo, o disco é do caralho véio, ou tu prefere ouvir nx zero?
ResponderExcluirq blog ruim nossa
ResponderExcluirvc deve ser mto fracassado
otimu album.... tenho ele e todo dia esculto,,, heheh
ResponderExcluiraff se mata kra...para de ser emo
ResponderExcluirmelhor banda do mundo..antes de falar do chiris ou de qualquer outro membro da banda vai ler um livro e tenha um pouco de cultura,...tu deve ouvi so essas bandas escrotas!!
Coldplay é o verdadeiro fenômeno dos últimos anos no cenário musical. Se tá por fora, cara...
ResponderExcluirAcho que sua resenha foi um pouco preconceituosa. Pra mim, não é defeito uma banda ser influenciada por outras grandes bandas, o que, não necessariamente, quer dizer que as ''imite''.
ResponderExcluirO Coldplay foi reduzido a algo como um excremento de verme nessa crítica. Não acho que seja por aí. A meu ver, é uma banda mediana, que, apesar de não merecer títulos exagerados e de ter um viés majoritariamente comercial (pois é...mas o U2 também não é comercial?), tem seus méritos.
Tudo bem, é um direito seu gostar ou não gostar. Também não acho ''Viva La Vida...'' um grande álbum. Mas, no cenário pobre em que o rock atual vive, não é algo que possa se desperdiçar. Senão, só sobram os Simple Plans e McFlys da vida.
Literalmente, você não tem gabarito de crítico para dar a opinião sobre o albúm do Coldplay - você detesta o Chris Martin e não conseguiu desassociar com as canções. Você não tem visão do trabalho, das letras, de uma maneira mais pensativa, então perdeu seu tempo na sua crítica e eu perdi tempo lendo um material sem noção...
ResponderExcluirPô cara traduz melhor isso ai.
ResponderExcluirVeja a "Viva La Vida":
I hear Jerusalem bells a ringing
Roman Cavalry choirs are singing
Be my mirror, my sword and shield
My missionaries in a foreign field
For some reason I can't explain
I know Saint Peter won't call my name
Never an honest word
But that was when I ruled the world
Que quer dizer:
Eu escuto os sinos de Jerusalém tocando
Os corais da cavalaria romana estão cantando
Seja meu espelho, minha espada e escudo
Meus missionários em um campo desconhecido
Por alguma razão que não sei explicar
Eu sei que São Pedro não chamará meu nome
Nunca uma palavra honesta
Mas isso foi quando eu dominava/governava o mundo
Opa, tava lendo suas ideias a respeito do coldplay, gostei q comentou a respeito de cada musica separadamente,, soh achei q foi mta critica, e as traducoes vc soh copiou e colou, como na musica viva la vida tem uma parte q fala "i know St. Peter won`t call my name" (eu sei q Sao Pedro nao chamará meu nome), pra quem quer entender a musica isso faz mta diferenca ao ver se as palavras fazem sentido ou nao.
ResponderExcluirse vc se acha melhor q a banda pra dizer q a eles nao teriam a capacidade de criar uma musica cheia de ideias e metaforas entao deveria estar mais famoso q a banda
Eu sei meus amigos que estão descontentes com as críticas do blog, e com razão poque o cd "Viva La Vida Or Death And All His Friends" é ótimo. Contudo, acompanhem o meu blog wwwmcoelho.blogspot.com onde eu falo de músicas e de outros assuntos relacionados no mundo da música.Pode parecer apelação, mas é porque na maioria dos blogs que eu visito as pessoas detonam os álbuns,dá a impressão de que não ouvem e criticam "à primeira vista".Por isso trago uma nova sugestão de blog, o meu.
ResponderExcluirObrigado
Até concordo que é de se duvidar que o C.Martin tenha realmente este conteúdo todo ao misturar tantas metáforas e colocá-las em uma bela canção, mas duvido muito mais de vc que não apresentou conteúdo cultural e filosófico para fazer tal crítica. Acho que no mínimo deveria aprender inglês.
ResponderExcluirvc se poem como o todo entendor de musica...como se vc conseguisse formular coisas muito melhores...parabens...vc é um frustrado
ResponderExcluirAff...
ResponderExcluirFalar mais oq desse brother? É frustrado mermo e ponto final!
E mais uma coisa, tudo nesse mundo é transformado, ninguém cria nada, todas as coisas tem uma fonte. Tu acusa os caras de plagiar U2, te mostro 10 bandas mais antigas q o U2 e que tem a mesma harmonia musical q eles usam em suas musicas.
Cara na boa vc é daqueles q fracassaram na carreira musical e agora tenta difamar as poucas bandas de rock q aindam prestam na atualidade.Coldplay sem dúvida é excelente e eu adoro,e Viva la vida é o melhor álbum do momento vc ñ acha pq evidentemente vc é daqueles q curte Fresno,NX0,Restart...q se entitulam "bandas roqueiras".
ResponderExcluirQue lixo de resenha hahaha. Envelheceu mal pra caramba, o álbum foi o melhor da história do Coldplay e venceu todos os prêmios no Grammy Awards.
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