segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Fomos ao Cinema ver Tropa de Elite 2

Tropa de Elite 2 encostou em Dona Flor e os Seus Dois Maridos como filme com maior presença de público na história do cinema nacional. Foi o segundo filme mais visto nos últimos 20 anos no Brasil, perdendo apenas para o Titanic. Resultou em mais edições especiais de revistas do que a saga Crepúsculo. Todo esse espetáculo de cifrões deixou a mídia brazuca alvoriçada. O Capitão Nascimento e sua fúria republicana (versão canarinho-de-lagoa) rende. Corte para Charles Foster Kane, querendo que o povo pensasse o que ele quisesse que o povo pensasse, e criando guerras de mentiras para dar ao povo o que pensar, pois o povo pensando na sua guerra de mentira compraria ao borbotões os seus jornais com suas notícias sobre a guerra de mentira, gerando lucros muito, mas muito reais. Mais um corte, e vemos o Exército, o BOPE (caveira no uniforme) e a Polícia Militar (aquela que, segundo o Capitão Nascimento no filme, deveria acabar) invadindo o Morro de Alemão, com transmissões empolgadíssimas ao vivo para televisão e  internet, e com o criador do mito Rodrigo Pimentel comentando tudo para você na sua Rede Globo de Televisão. E as caveiras da bandidagem se atropelaram, e o Morro foi "libertado", com direito a bandeira do Brasil empunhada no topo e tudo mais. Mais Iwo Jima do que isso não seria impossível.
Ficou bem de terno, parceiro
 Ontem eu estava vendo o Pânico na TV, um programa que você normalmente não associaria a um panorama como esse, e nele vimos um capitão da Polícia Militar do Rio (aquela que, segundo o Capitão Nascimento no filme, deveria acabar) todo orgulhoso, levando dois humoristas do programa travestidos de Lula e Marina Silva (a última sendo interpretada pelo cara que criou o Freddie Mercury prateado, que foi capa da Trip, essa revista que um dia fez o Mano Brown incentivar um sequestro ao Ronaldo  Fenômeno, o que teria sido de grande valia aos corintianos, analisando agora pelo retrospecto) para o topo do morro, mostrando como está agora o local que era totalmente dominado pelos traficantes. 

Corte para o filme Tropa de Elite 2, no qual, em mais uma frase que entra para o rico folclore do Capitão Nascimento (esse deve ser o nome inteiro dele, no RG e tudo mais), "o inimigo agora é outro, parceiro". O primeiro filme foi acusado de ter uma ideologia levemente fascista. Então o seu cabeça, o excelente diretor José Padilha, tremeu nas pernas, e mudou o tom na continuação, colocando os políticos e a elite como inimigos, e não os moradores dos morros, que no primeiro filme se mostravam compactuantes com o tráfico. Então vemos saltitantes o Capitão Nascimento dando porrada em um político corrupto, apontando o dedo para o Governador carioca (o ator escolhido para interpretá-lo é uma sósia quase perfeita do Sérgio Cabral, mas falem isso bem baixinho) e para um apresentador de televisão e vereador cheio de mutretas e segundas intenções. E, principalmente, vemos o Capitão Nascimento esculachar (usando um termo do próprio) a Polícia Militar do Rio de Janeiro, que usou uma invasão do sempre infalível, imaculado e incorruptível BOPE a uma favela para tomar conta da mesma e montar as famigeradas milícias, que se mostram no filme ainda mais opressoras à população local que os queridos traficantes.  E ai, mais pro final do filme, o Capitão Nascimento diz que a "Polícia Militar do Rio de Janeiro tem que acabar". 
Perder a mulher para ativista social bundão não pega bem para um caveira, parceiro
Corta outra vez para o Morro do Alemão, com os policiais militares cariocas sorrindo orgulhosamente e empunhando a bandeira do Brasil, ao lado dos caveiras (como são carinhosamente chamados os membros do BOPE, que é a única organização de combate ao crime no mundo que ostenta o símbolo, algo que nem a querida SS nazista fez) e dos soldados do Exército, a glória da Pátria nacional. Eles esculacharam os traficas, e agora o Morro do Alemão está livre dos criminosos. A Hebe chorou, o Gugu disse "GANHOOOOUUUUU!!!!!!", o William Bonner franziu a testa e disse "Boa Noite!", e os moradores do Morro do Alemão agora estarão sobre a agradável tutela do poder público, lendo-se nas entrelinhas a Polícia Militar do Rio de Janeiro. Aquela que, como visto na trama do filme, que é baseada em uma bem real ação de milícias de policiais em morros cariocas livres do tráfico, se aproveitou de uma invasão bizarramente parecida e bem sucedida para explorar uma favela e oprimir os seus moradores. E aquela que, segundo o Capitão Nascimento, "tem que acabar". O roteiro do filme foi escrito por Padilha, baseado no livro A Elite da Tropa 2, que foi co-escrito por Rodrigo Pimentel, que é o ex-BOPE que criou o Capitão Nascimento à sua imagem e semelhança, e que, servindo como comentarista na Rede Globo de Televisão, elogiou a conduta de todos os envolvidos na operação de retomada do morro, INCLUSIVE A DA POLÍCIA MILITAR DO RIO DE JANEIRO. Aquela mesma que, segundo palavras saídas da boca de um personagem criado por ele e que é obviamente a sua contraparte ficcional, "DEVERIA ACABAR". E com elogios deslavados à política de contenção do Governador Sérgio Cabral. Aquele que se parece fisicamente com o ator que interpretou o fictício e corrupto governador carioca no filme Tropa de Elite 2. 

Nada de saco na cabeça para o filho maconheiro, parceiro
 Corte para Cláudio Lembo, que foi Governador do Estado de São Paulo por 5 minutos, minutos esses que incluíram o agradabilíssimo dia 15 de Maio de 2006, quando o PCC (Primeiro Comando da Capital, organização irmã das cariocas que controlavam o Morro do Alemão) parou a cidade de São Paulo. O sortudo homem - que substituiu o vampiro brasileiro José Serra, que pela milésima vez saia de um cargo recém assumido para buscar um outro de maior importância -foi entrevistado ao final dos ataques, e disse a seguinte frase:  "-Isso é culpa da elite branca". Uhm... quem sair de uma sessão do filme A Tropa de Elite 2 pode achar que o filme pega essa frase do ex-governador paulista de coração. Mas o BOPE subiu de novo ao morro. E a Polícia Militar do Rio de Janeiro não acabou. E o governador distribuiu gracejos a jornalistas e vedetes. E o Morro continua em pé. E seus moradores estão com as paredes cheias de buracos de bala. Pois, veja só, parceiro: o inimigo agora é outro. Missão dada é missão cumprida, parceiro.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

A Origem (Inception)

"Mamãe, olha como eu sou bom e ninguém vai entender meu filme"


É uma tal de ideia que é vírus. Tem o Cara do Titanic. Tem o diretor do Batman. Eles roubam e implantam informações. A primeira é normal, já a segunda é difícil. Tem o Cara do 500 dias com a atriz que faz o mesmo papel. Tem a Juno, mas ela não está grávida mais. Tem um amigo do Guy Ritchie. Tem ação e efeitos, mas não tem trilha. Todo filme fala sobre sonho. O final tenta ser aberto onde o diretor fechou todas as portas. FIM

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

E se eu tivesse ido ao cinema ver Tropa de Elite 2? Eu teria uma desculpa para não admitir que eu fui ao cinema ver Comer, Rezar e Amar

Tropa de Elite 2? O que eu teria achado do filme? Vejo a minha irmã, que tentou pegar uma sessão do filme na noite de Domingo, em pleno feriado, e se deparou com sessões lotadas, e foi obrigada a apelar então para o mais novo atentado de Julia Roberts contra a arte contemporânea, Comer, Beber, e Rezar, filme que, segundo ela, a deixou "sufocantemente entediada". Filme esse que eu também tinha visto dias antes, em uma situação diferente. Pensei então em categorizar o filme como "arte de asfixiação", aquele tipo de realização artística (notando o alto número de citações ao prefixo art) que procura suprimir a existência dos afortunados que colocam os seus olhos nela através de uma pensada, lenta e gradual asfixiação, como aquele maluquinho que tentou se matar sufocado pelo escapamento do próprio carro, fechando as portas e janelas e esperando o monóxido de carbono realizar o seu serviço. Não que as cópias do filme tenham essa característica (nitrato, acetado e poliéster compôem o nome do crime), mas elas também guardam um segredo tão devastador quanto aquela fumacinha que destrói cada pedacinho do seu pulmãozinho (gay innuendo). Segredo esse que versa sobre a execução dos espectadores através dos 133 minutos mais longos já experimentados pelo ser humano. Mas eu nunca duvidei da Julia Roberts, essa vaidosa estrela hollywoodiana,  que jamais fez um filme na vida que merecesse uma nota 6, considerando uma escala de 1 a 10. Nenhum filme que tentasse minimamente não ofender a sensibilidade de qualquer espectador que não considere Uma Linda Mulher o marco zero do cinema, o Kid A da sétima arte (a criança original). Em todos os filmes que essa, uhm, pensando em um adjetivo não ofensivo para descrevê-la e não chegando a nenhuma conclusão melhor que BRUACA (caixa alta usada como ênfase a um sentimento odioso e destrutivo) realiza, todos os personagens que ousam  passar em frente às câmeras e soltar uma linha de diálogo que seja existem para alimentar o ego e a existência das suas personagens, que são sempre essas deploráveis mulheres de meia-idade (algo bizarramente aplicado tanto quando Julia tinha 26 anos de idade, e agora, tendo ela já 41 anos), que, sempre decepcionadas com os homens das suas vidas (essas criaturas patéticas e infantilizadas, que empalidecem perante a sabedoria e plenitude das Lindas Mulheres de Júlia), dão uma guinada de 180º nas suas vidas e partem atrás de uma busca  ofensivamente estúpida e egótica de amor, substância e conteúdo, e que termina normalmente com ela nos braços de algum galâ internacional, podendo ser um britânico e pretenso galâ se passando por britânico e galã (Hugh Grant) ou um espanhol sem ginga se passando por um brasileiro da gema (Javier Bardem), exemplo esse tirado do filme em questão.

Julia come
 Filme esse no qual acontecem as seguintes coisas (mesmo, coisas) com a personagem Liz Gilbert, interpretada por Julia: Liz está casada - nós não nos importamos. Liz acha que o marido "irresponsável" (sendo que o ato de irresponsabilidade cometido por ele foi ousar pensar em voltar a estudar e conseguir um diploma - o que mostra que, como dito antes, nenhum personagem em um filme da Julia Roberts pode buscar um crescimento pessoal que não seja ela própria) e o casamento a oprimem e ela se divorcia - nós não nos importamos. Liz tem um caso com um jovem ator - nós não nos importamos. Liz termina com o jovem ator - nós não nos importamos. Liz vai para a Itália, onde come; para a Índia, onde "reza"; e para a Indonésia, onde "ama", realizando então os três atos que dão o título do filme - e nós, oras bolas, não nos importamos.  O auge do sucesso de Júlia, leia-se anos 90, tenebrosa e assustadora era das comédias românticas, parecia já ser uma distante e amarga lembrança. Mas Julia tem um ego do tamanho da famosa pinta que grita do seu rosto em nossa direção, toda vez que nos atentamos a ele, e não vai morrer fácil assim. Comer, Rezar e Amar é uma resposta a uma equação que remete aos efeitos de um duelo da Idade Moderna, nos quais o mero instinto de sobrevivência obrigava os homens de honra a atirarem antes que os seus oponentes, escolha essa que carecia de ângulos e possibilidades. Uma questão de segundos.

Julia reza
 No caso, Julia resolve então se colocar à frente, limpando meticulosamente o cano do seu trabuco, e soltando o tiro de misericórdia em nossa direção. Não é a carreira dessa loba empolada que morreu; é a nossa dignidade como espectadores que foi para o chão, ensopada em meio a uma poça de sangue. E com ela, morremos nós. Como havíamos morrido de pouco a pouco, a cada vez que perdíamos tempo e dinheiro com os crimes anteriores da atriz, desde o horroroso Flores de Aço, que lhe garantiu a primeira e inexplicável indicação ao Oscar, com Julia ainda uma adolescente. E aquele filme tinha a Sally Field. Que foi a Julia Roberts dos anos 80. E que pelo menos teve a decência de de se permitir ser abatida pela nossa mira, aceitando grandiosamente a queda depois de ser humilhada com o discurso mais ridículo de um ganhador do Oscar em toda a história do prêmio (o maravilhoso "VOCÊS ME AMAM, VOCÊS REALMENTE ME AMAM!", feito na ocasião da sua vitória como melhor atriz em 1985). Muitos (muitos?) dirão que esse texto ataca a feminilidade, e as expressões artísticas que procuram refletir essa feminilidade. Da qual Julia Roberts e o seu filme, que por si só é baseado em um livro que também se propunha a refletir essa feminilidade, seria um pretenso expoente.

Julia ama
Mas eu ouso dizer que nenhuma criatura em todo esse mundo que se pretenda como "feminina" (biologica e metaforicamente também), e eu incluo aí mulheres, flores e o Mikhail  Baryshnikov, não tenha discernimento o bastante para querer ver a sua imagem convenientemente e inteligentemente afastada dos estereótipos de imbecilidade abraçados por Julia Roberts em sua carreira. Pois que a mulher em si nunca foi o objetivo final dessa mulher. Foi o ego. E o ego é masculino. É o homem falando mais alto onde ele não deveria nem existir. E chega, nunca mais, eu disse, NUNCA MAIS eu me prestarei a escrever duas linhas sobre a atriz Julia Roberts. Pois -caramba, vocês prestaram atenção ou não?- eu estou morto. Bang, bang, i'm dead.
E eu? Eu já fui, rapá

sábado, 2 de outubro de 2010

THE SOCIAL NETWORK THE SOCIAL NETWORK THE SOCIAL NETWORK GOOGLE OLHA PRA MIM Por que provavelmente a gente não vai postar por um bom tempo

Porque não tem nada que preste passando nos cinemas por aqui enquanto nos EUA estreou ontem The social network, que é o filme mais hypado de todos os tempos. É uma forma de os norte-americanos nos lembrarem constantemente de que somos terceiro mundo que os filmes de lá continuem estreando por aqui com meses de atraso. Alguém vai dizer que antigamente era pior porque os filmes chegavam por aqui não com meses, mas décadas de atraso, mas, pomba, antigamente era ditadura, antigamente era o Capitão Nascimento e as pessoas iriam presas se vissem um filme do Fincher. Aliás, eu vi a entrevista do Wagner Moura no Roda Viva com Marília Gabriela no comando mostrando a força da mulher brasileira e piriripororó. Ele é burro como qualquer outro ator que tente falar a respeito das coisas que existem no mundo em vez de encená-las. Bom ator (ele é) é aquele que é melhor interpretando uma árvore do que falando sobre uma árvore.

Os críticos norte-americanos disseram que The social network capta o espírito da época (queria que tivessem usado zeitgeist pra ver se a palavrinha alemã finalmente caía na boca do povo com a mesma gratuidade que soutien, só divagando). Não é pouca coisa, e seria a segunda vez que o Fincher consegue isso, a primeira com Fight Club nos 1990, que foi a melhor época das nossas vidas. Mas a gente vai ter que esperar até dezembro pra conferir a versão psicopata à Bill Gates que o filme entrega do criador do Facebook e que o próprio naturalmente desmente aonde quer que vá tentando bancar o bom moço. Mas, por exemplo, fiquei sabendo que se você quiser ou tiver, sei lá, de bloquear o Mark Zuckerberg por não sei que motivo idiota, não dá. Nossa! Não dá pra bloquear no Facebook o criador do Facebook! Mas o mais estranho é naturalmente que Zuckerberg, tendo a grana que tem e tendo chegado aonde chegou, ainda tenha um perfil no Facebook. LOSER! No mínimo, endossa a motivação que Sorkin, roteirista do filme, dá para a criação da rede social: dor de cotovelo. Zuckerberg era simplesmente um hacker judeu querendo ascender socialmente junto à aristocracia WASP de Harvard. Mas inadaptação social tem cura: você arranja uma namorada bem bonita, casa com ela, engorda, envelhece e fica bem feio e decadente, descobrindo que esse é o destino natural de todo o mundo, inclusive do casal Jolie-Pitt, que é a realeza e tal. Enfim.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Séries do bem, para pessoas do bem

Enquanto a batalha definitiva entre o bem e o mal não acontece, vamos falar sobre dois seriados que eu ando assistindo ultimamente. Uma é bem nova, a outra nem tanto. As duas são bem violentas, e atentam contra a moral e os bons costumes. Mas a maior semelhança que elas compartilham se relaciona aos seus protagonistas, que são dois PSICOPATAS! Ui ui ui! Sangue nos zóio, muleke!

Dexter - Estados Unidos da Gringolândia - 2006-Presente
Dexter é uma série séria. Dexter é um homem que acredita não ter sentimentos. Dexter é um serial killer. Dexter mata suas vítimas de acordo com um código de ética ensinado pelo seu pai. Dexter aparenta ser para todos os outros personagens um sujeito pacato, embora sua prática de sorrir e mal disfarçar a excitação que sente em sangrentas cenas de crime (ele trabalha na perícia da Polícia de Miami) desperte a suspeita de um e outro. Dexter é uma série do bem, sobre um cara que acredita ser do mal, mas que ainda não percebeu que o mal contamina o coração, e cria rugas nas faces dos homens, ao contrário do bem, que é o arco-íris no fim das tempestades que encharcam os homens do bem e do mal.

Psicopata n° 1. Alguém me disse que o braço não era dele. E houve muito contentamento.


South Park - Estados Unidos de Cima - 1997-Presente
 Eu não gostava de South Park quando moleque. Tenho ainda grandes reservas contra os seus dois criadores, Trey Parker e Matt Stone, dois sujeitos que se acham tão acima de todas as coisas. Mas é inegável que a série melhorou com o passar do tempo, agora que vive a sua 14° temporada.. Deixou de ser um show sobre quatro garotos com problemas de flatulências, e virou um perigoso microcosmos de uma sociedade doente.  O símbolo da mudança é o gordito Cartman, que passou de uma criança mimada, boca-suja e ocasionalmente racista para um verdadeiro psicopata juvenil, capaz de armar assassinatos por vingança e de organizar ralis contra as minorias da cidade. Ah, aquele pequeno detalhe que separa crianças de Nazistas...

Psicopata n°2. Alguém me disse que a semelhança era intencional. E houve muito contentamento.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Vincere

Eu assisti Vincere, então achei que tinha que comentar alguma coisa. É um filme italiano sobre como o Mussolini tinha cabelo por causa do amor, mas então ele deixou de amar e ficou careca. Se bem que é difícil saber se ele amava mesmo Ida Dalser, que é uma personagem do filme, aliás a protagonista, tirando o próprio Mussolini, de quem se pode dizer que é e não é o protagonista do filme. Levando em conta que o título foi tirado de um discurso dele, ele é o protagonista. Mas esse discurso não é feito pelo ator que interpreta o Mussolini, mas pelo próprio Mussolini, numa imagem de arquivo, de modo que, na economia do filme, esse “Vincere”, sendo do próprio Mussolini, não é do filme, que no entanto aproveita a imagem documental, então fica mesmo difícil decidir se o Mussolini é ou não protagonista do filme. Mas o filme se chama Vincere, como eu disse.

Poster do filme, com o busto do Mussolini embaixo aparentemente derrubado, como no filme, talvez simbolicamente derrubado, não sei.

A atriz que interpreta a Ida Dalser não diz "vincere" em nenhum momento, mas na minha opinião ela meio que vincere no final, porque ela sai como que aclamada na última cena em que aparece, e eu não sei se isso foi um spoiler, espero sinceramente que não. E se o Mussolini queria ser o Duce, ela queria ser a esposa do Duce. Isso explica a devoção de pietà que ela nutria pelo ditador antes de ele vir a ser ditador. Daí que a mensagem do filme é que ela teve o que merecia. A cena do sexo acho que foi bem interessante, tirando o sexo, porque sexo só é bom com quem a gente ama, e eu não sei se ele amava mesmo a Ida Dalser. Ele era na verdade um grande amante de si mesmo porque nem olhou pra ela enquanto estavam praticando o sexo. Essa é a minha opinião.

Eu fui ver o filme no Cinesesc, que só tem uma sala, mas que agora está novo e bonito, com um saguão bem bonito, com pinturas de artistas contemporâneos e umas peças móveis, de função lúdica, que as pessoas que frequentam o cinema se sentem na obrigação de tirar de uma tela e colocar na outra, resultando nas combinações mais doidas possíveis, carinha, só vendo. Em resumo, o cinema é 10, a sala é 7, e o filme é 8, beijo pra todo o mundo.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

O que eu fiz nas minhas férias

Nessas minhas férias eu fui ao zoológico e vi um leão selvagem e o tratador dele tratando dele. Era peludo e a barriga era toda peludona. O leão também era bem peludo. Só que bem menos. Eu e os meus amigos tiramos várias fotos dos vários animais que tinha lá. Minha tia Ester mandou todo mundo calar a boca, senão a gente não ia ver Eclipse. Então todo mundo calou a boca MESMO. Foi bem comovente.

Meu primo Douglas arranjou um DVD pirata da Origem e a gente se reuniu todo mundo e viu lá na casa dele porque tem uma LCD de 42 polegadas. Tinha tantas explosões que a gente acabou dormindo e o Douglas disse que a gente dormindo no meio do filme era o sexto nível. Eu não ri, não. Aí a gente foi tomar Coca e sorvete. Mas a Coca tava quente e deu vontade de morrer.

Daí eu acordei com a minha mãe dizendo que não era 1999 nem que eu estava na escola. Mas que eu era um blogueiro desempregado. Ela mandou eu pedir desculpas por ter ficado tanto tempo fora. Ela disse que vocês dependem da gente pra parecer inteligentes em mesa de boteco falando de filmes da moda. Desculpae. Vocês passaram um sufoco ae, mas a gente vai compensar.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Fomos ao Cinema ver A Origem

O filme trata sobre a possibilidade de se adentrar na mente de uma pessoa através de sonhos, e fazer modificações  neles que alterem percepções e comportamentos na vida real também. Como em determinado momento do filme vemos os personagens atravessando 3 camadas de sonhos ao mesmo tempo, farei um texto que parafraseará isso, sem se pretender como um exercício de metalinguagem, algo feito à exaustação em outros tempos no blog, ou de pós-modernismo, já que o texto jamais terá (ou ganhará) consciência do seu status como texto dentro de um blog.
Ligando e plugando o videogame
A Origem – Diretor: Christopher Nolan; Elenco: Leonardo DiCaprio, Ellen Page, Marion Cottilard, Joseph Gordon-Levitt (o moleque de 30 Rock From The Sun, agora crescido e com barba), e um monte de atores gringos, que acrescentam sotaques e exotismo à produção.

Primeira Camada – A Alegria
É a alegria de voltarmos ao nosso filho abandonado, o Fomos ao Cinema (e vocês verão depois que isso é bancado com gusto e bravado pelo nosso Paulo, A.K.A. Fundamentalista).

Segunda Camada – Descrição do Filme
Um ladrão especialista em extração (roubo de informações e segredos diretamente da mente humana) aceita a oferta de um milionário para um trabalhão de inserção (a Inception do título original), que é a inserção de informações ou comportamentos na mente. Ele junta um time de especialistas para realizar esse, que é o seu último e perigoso trabalho,e a sua chance de redenção.

Terceira Camada – Análise Subjetiva
O filme é confuso, e o roteiro é esburacado como a Fernão Dias. Pretende-se como um exercício de estilo incrementado por estudos de realidade e fantasia, mas desde que Hipócrates uniu as duas intepretações da causa dos sonhos existentes no século IV A.C. e as estudou com mais afinco, jamais se viu uma tentativa tão pretensiosa e desprovida de construção e apuro. Mas isso precisa ser melhor (o totem gira, gira, gira, gira)

Rogério L., a.k.a. Progressista

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Oscar 2010 - Indicações, Vestido e Armado com as Armas de São Jorge

Poster fodão da cerimônia, com frases famosas do cinema atrás. Pera ai, acho que eu vi algo ali no meio... sim, é ele mesmo, o nosso épico "ESSE É O FILHO DE LUIS-CARLOS-PRESTES!". Só na cuíca, cambada!


Lembrete: o Oscar é uma merda. Cague bastante antes de ver.

Respeitando a frescuraiada da Academia de dar nomes coxinhas às categorias, e as redundâncias também.

Filmes indicados a Melhor Filme do Ano (lembrando que são 10 filmes indicados agora. Achei sinceramente que eles fossem aproveitar o número maior para indicar o G.I. Joe ou o Transformers 2. Uma pena.):

Avatar - Avatar é um cocô azul e ambientalmente relevante

Amor sem Escalas - Amor sem Escalas é um cocô aéreo

Guerra ao Terror - Guerra ao Terror é um cocô bélico

Um Homem Sério - Um Homem Sério não é um cocô. No máximo um leve incômodo no estômago, mas nada que não se resolva com um bom sal de frutas. Concluo então que Um Homem Sério apenas não é um cocô também graças ao Eno, o seu sal de frutas favorito. Fabricado na Estrada dos Bandeirantes, Rio de Janeiro, e distribuido para todo Brasil. Não é sal de frutas se não for Eno. Consulte a sua farmácia de preferência.

Bastardos Inglórios - Bastardos Inglórios é um Tarantino. Tarantino = cocô.

Distrito 9 - Distrito 9 também não é um cocô, mas é uma refeição pesada demais. Bate na cloaca.

Um Sonho Possível - Um Sonho Possível é um cocô esportivo.

Up- Altas Aventuras - Up- Altas Aventuras é um cocô infantil. Soro caseiro faz-se necessário

Educação - Educação é um cocô britânico

Preciosa - Preciosa é um cocô nova iorquino

Favorito: diante de tal banquete de bosta, nós seríamos poupados de sorvir uma refeição escatológica caso Um Homem Sério ganhasse o prêmio. Mas isso não vai acontecer, e Avatar, que já é a maior cagada coletiva da história americana (ultrapassou os 600 milhões do Titanic) vai levar essa. Haja papel.

Melhor Realização em Direção (traduzindo, sem punhetagem: a velha e boa Melhor Diretor)

Quentin Tarantino - Bastardos Inglórios
Não vai levar. Chupa, Tarantino.

James Cameron - Avatar
Vai levar. Chupa, humanidade.

Kathryn Bigelow - Guerra ao Terror
A bruacona é apontada como possível favorita, podendo ser a primeira mulher a levar a estatueta. Mas perderá do ex-marido. Sim, ela foi casada com o James Cameron, de 89 a 91. Sim, isso é esquisito pra caralho. Sim, ela dirigiu o filme mais chato da história da humanidade, K-19, que afundou a carreira do Harrison Ford. Sim, mesmo com 59 anos, ela ainda bate um bolão, e deve dar bem no coro ainda. E, finalmente, sim, Guerra ao Terror é um terror. Eu sei, já tive dias melhores. Eu sei, você acha que nem isso eu tive. Mas eu sou o que ninguém nunca foi, nem mesmo eu fui o que eu sou.

Jason Reitman - Amor Sem Escalas
Porque toda geração tem o Ron Howard que merece. Chupa, Hollywood

Lee Daniels -Preciosa
Fez toda a carreira como produtor, e já com 50 anos e apenas em seu segundo filme como diretor já emplaca uma indicação. Meu querido vô tinha um bom ditado para pessoas como o Lee Daniels: "não fala, mas presta uma atenção...".

Melhor Perfomance de um Ator em um Papel Principal blá, blá, blá (Melhor Ator, pombas!)

Colin Firth - Direito de Amar
O inglês canastra conseguiu emplacar uma indicação, já batendo nos 50 anos de idade. Ainda está em tempo, Hugh Grant.

Morgan Freeman - Invictus
Morgan Freeman interpretando Nelson Mandela = indicação por osmose. Aposto que os votantes nem viram o filme. Bom, se não viram se sairam muito bem, pois o filme é chato pra boné. Mas vai vencer, pois é o Morgan Freeman interpretando o Nelson Mandela.

Jeff Bridges - Coração Louco
Favorito, segundo os críticos. Mas ouçam o ex-camarada em atividade aqui: vai perder para o Morgan Freeman. Quem mandou babar tanto? Tô falando sério, tenho dó dos companheiros de cena dos filmes do Bridges, o cidadão cospe o Rio Amazonas inteiro toda vez que abre a boca. Fecha essa matraca, maluco!

George Clooney - Amor Sem Escalas
Em um filme coxinha e sem graça, Clooney conseguiu... bem... é, não conseguiu porra nenhuma, e também saiu com uma atuação coxinha e sem graça. Mas tem trânsito na Academia, e convida todos os votantes para a sua Villa italiana. Sim, eu disse TODOS. E vocês sabem bem. Quem vai para a Itália, não vai para pescar...

Jeremy Reener - Guerra Ao Terror
Manezão que ameaça repetir o efeito Josh Brolin, que depois de passar toda a década atuando como coadjuvante dos coadjuvantes em produções de alto orçamento, consegue de uma hora para a outra emplacar em filmes hypados e premiações. Mas não se iludam: é um careteiro de primeira. Pelo menos o Brolin é um ator razoável...

Como estou sem saco para colocar fotos dos indicados, deixo aqui para vocês uma ENGRAÇADÍSSIMA foto-montagem do Seu Madruga ganhando o Oscar, que eu achei na net. Ha, ha, ha.



Melhor Perfomance de uma Atriz em um Papel Principal

Sandra Bullock - Um Sonho Possível
HUAHUAHUAHAUHAUAHUAHAUHAUAHUAHAUHAUAHUAHAUAHUAHUAHAUHAUAHUAHAUHAUAHUAHAUHAUHAUAH!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! CA-RA-LHO! É de soltar fanta pelo nariz mesmo. Bom, vamos à próxima, antes que eu caia da cadeira aqui.

Helen Mirren - The Last Station (sem título em português ainda)
Helen Mirren interpretando a Sofia Tolstoi, mulher de vocês sabem quem, em um filme = indicação por osmose. Guerra e Paz.

Carey Mulligan - Educação
Coisinha meiga. Em um recente acesso febril, cheguei a cogitar o retorno da sessão Teteia da Semana (aproveitando a reforma ortográfica), e com certeza a Carey Mulligan ganharia uma Segundinha de lambuja. Mas eu sou vagal pra cacete, e cansei dos punheteiros que infestavam a sessão. ESTOU FALANDO COM VOCÊ! Haja lenço. No mais, me impressionou no pouco tempo de tela que teve no Inimigos Públicos (filme superior a todos os indicados a melhor filme) e no Orgulho e Preconceito. Por mim, o prêmio iria para ela. Mas eu, tipo assim, não voto nesse bagulho não. Fudeu. Tem futuro, mesmo que ele não seja comigo.

Gabourey Sidibe - Preciosa
Indicada logo em seu primeiro longa. Preciso pesquisar depois a lista de atrizes indicadas em seu primeiro filme, mas a lista de atores impressiona: Montgomery Clift, James Dean, Paul Muni, Alan Arkin e Lawrence Tibbet. É nitidamente talentosa, mas há um exagero evidente na história toda.

Meryl Streep - Julie e Julia
Eu dei um azar da porra para a Meryl Streep. Com essa indicação, Streep atinge o já recorde número de 16. Como todos sabem, Streep ganhou apenas 2 estatuetas, a primeira como Coadjuvante em 1980 pelo Kramer Vs. Kramer (Jesus amado, batendo na madeira aqui), e a segunda na categoria principal pelo A Escolha de Sofia, em 1983. MIL NOVECENTOS E OITENTA E TRÊS, PORRA! Como eu (e os outros putos camaradas também) vim ao mundo no ano seguinte, 84, concluo, não sem uma lágrima rolar pelo meu rosto, que jamais vi a bruaca ganhar um Oscar. Essa é, de longe, a sua melhor chance. Mas preparem-se, fãs da Streep, inegavelmente uma baita atriz, que a maior humilhação ainda pode estar por vir. Ela é uma das favoritas, mas, segundo os prognósticos, tem grandes chances de sair mais uma vez de mãos abanando, já que a favorita é a... a... SANDRA BULLOCK! Na boa, sem maldade: se eu sou a véia, levo um três-oitão para a cerimônia. Mal comparando, seria como, vamos ver, se o Robert de Niro, depois de perder 2 mihões de prêmios, fosse derrotado pelo Rob Schneider. Se bem que depois dos As Duas Faces da Lei, O Enviado, Entrando numa Fria e Entrando numa Fria Maior Ainda, Showtime, Amigo Oculto, Máfia no Divã, A Máfia Volta ao Divã da vida, até que seria merecido... puxa vida, De Niro... Caminhos Perigosos, O Poderoso Chefão 2, Taxi Driver, O Franco Atirador, 1900, Touro Indomável, Era uma Vez na América, O Rei da Comédia, Os Bons Companheiros... eu não sei, mas meio que vejo ai uma pequena reputação que deveria estar sendo bem zelada, né não? Bota vergonha nessa cara, rapá! Digredi, eu sei.

Melhor blá blá blá Ator blá blá blá blá Coadjuvante

Matt Damon - Invictus
Piloto automático total. Mas ele está em um filme no qual o Morgan Freeman interpreta o Nelson Mandela, o que faz toda a diferença.

Woody Harrelson - The Messenger (provavelmente deverá sair como O Mensageiro, dãh!)
O homem, o mito. Deveria ter ganho pelo O Povo Contra Larry Flint. Deveria ganhar agora também. Mas não vai, infelizmente. A vida é uma merda. Mas ele pega de mulher em uma saída o que você não conseguirá pegar em toda a sua vida, mané. Ajoelhe-se perante o Rei.

Christopher Plummer - The Last Station
Plummer está batendo na portinha do céu, do alto dos seus 80 aninhos, e depois de cinco milhões de filmes e trezentos anos de carreira, finalmente é indicado. O que não é surpresa alguma, já que é o Christopher Plumer interpretando o Lev Tolstoi em um filme. Lembram daquela banda horrorosa brazuca, o Vulgue Tolstoi? Que fim levou Robin?

Stanley Tucci - Um Olhar do Paraíso
Quer dar boas risadas e garantir uns amassos de qualidade com a sua mina depois de um filminho? Leva ela para assistir ao involuntariamente hilário Um Olhar do Paraíso, bomba inqualificável do Senhor dos Anéis (ui!) Peter Jackson. Sério, é tão brega que faz o Xanadu parecer tão sóbrio quanto Cidadão Kane. Tucci entrega uma perfomance hilária como o pedófilo assassino. A indicação entra imediatamente no Top-5 das mais esdrúxulas da história do Oscar.

Christoph Waltz - Bastardos Inglórios
Já é o vencedor, em uma perfomance hypada e absolutamente superestimada. Em um filme hypado e absolutamente superestimado. Com um diretor hypado e desde sempre absolutamente superestimado. Bom, pelo menos eles não indicaram o Brad Pitt... shame on you, Framboesa de Ouro!

Melhor blá blá blá Atriz blá blá blá Coadjuvante

Penelope Cruz - Nine
Filme que está desapercebidamente em cartaz aqui em Sampa, e que vi sem muita expectativa em uma noite chuvosa, em um cinema fedido da Paulista. Ainda bem que vi sem muita expectativa, pois é mais um show de horrores do Bob Fosse paraguaio Rob Marshall. Cruz é a melhor coisa do filme, mas não explode a tela como fez no Vicky Cristina Barcelona. Não literalmente, obviamente, e sim uma imagem, uma metáfora, um jogo de ilusões, um carnaval perdido em uma manhã fétida...

Vera Farmiga - Amor Sem Escalas
Sem querer ser vulgar, mais... huahuahuahaua, quem eu estou enganando? Bom, devo dizer que Farmiga, desculpem os mais sensíveis, arrebenta a bunda de malandro no filmeco do Jason Reitman. Faz você amaldiçoar o Clooney por toda a eternidade. Um verdadeiro cavalo, como diziam os bocas sujas do cursinho. Ah, se fosse lá em casa... quanto à sua perfomance, QUE É O QUE REALMENTE IMPORTA, O TALENTO DELA, ELA COMO MULHER, COMO ATRIZ, E NÃO COMO UM PEDAÇO DE CARNE QUALQUER, NESSE MUNDO MACHISTA E PATRIARCAL, devo dizer que é disparada a melhor coisa do filme. Farmiga me supreendeu, achei ela muito nervosa e fraquinha no Os Infiltrados, e agora entrega a única personagem realmente complexa em um filme bêbado. É favorita, e a premiação seria justa.

Maggye Gylenhaal - Coração Louco
A raimundinha (feia de cara, mas é irmã do Jake) pegou carona no sucesso do Jeff Bridges. Mesmo caso da Marisa Tomei no ano passado, que foi indicada nas sombras da perfomance do mito Mickey Rooney.

Anna Kendrick - Amor Sem Escalas
Piada total. Kendrick esbanja canastrice no filme, e como a personagem dela é chave para a narrativa, somos torturados por 109 minutos com a sua total inaptidão para a atuação. O que espanta é saber que Jason Reitman escreveu o papel já com ela em mente, depois de vê-la no fraquíssimo Rocket Science ( que o Reitman deve ter achado MÓ COOL, MAN!). Mané que é mané bate e ainda passa o recibo.

Mo'Nique (sim, é assim que se escreve) - Preciosa
Que catzo de nome é esse? Fico imaginando o fantasma do Heath Ledger, que irá entregar o prêmio (vencedor de melhor ator coadjuvante entrega para a melhor atriz coadjuvante do ano seguinte, e vice-versa) dizendo: "and the Oscar goes to... MO APÓSTROFE NIQUE!" Porra, isso lá é coisa para se fazer com um fantasminha? É favorita, ao lado da Vera Farmiga.

E o show de obscenidades termina aqui. Se eu encher a cara por todo o Domingo do dia 7 de Março e chegar chumbadaço de noite, acabarei conseguindo ver a droga da premiação e falar sobre ela no dia seguinte. Se não, não escreverei porra nenhuma. CHUTA, QUE O SANTO É DE BARRO!

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

J. D. Salinger - R.I.P.

" Franny respirou fundo, lentamente, mas continuou com o fone colado ao ouvido. O zumbido de linha livre seguiu-se, é claro, ao estalido da ligação desfeita. Franny parecia encontrar uma beleza extraordinária no zumbido contínuo, como se ele fosse o melhor substituto possível para o silêncio primordial. Mas também parecia saber quando parar de escutar, como se toda a sabedoria, seja ela muito ou pouca, que existe no mundo, lhe pertencesse de repente. Quando repôs o fone no gancho, parecia saber exatamente o que tinha também que fazer em seguida. Afastou o cinzeiro e os cigarros, depois retirou a colcha de algodão da cama onde estivera sentada, descalçou os chinelos e meteu-se na cama. Durante alguns minutos, antes de cair no sono, num profundo sono sem sonhos, ela se manteve imóvel, sorrindo para o teto."

1919-2010

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Avatar fede. Avatar stinks. Avatar puanteur. Avatar oler mal.

Boneca de pano é gente, sabugo de milho é gente, o sol nascente é tão belo... Sítio do Picapau Amarelo


James Cameron é um daqueles sujeitos que tem orgasmos a cada avanço tecnológico que cria ou presencia. Seus filmes, embora costumeiramente divertidos e extremamente bem sucedidos, são sempre elegias ao monumental ego do diretor e ao seu canibalismo tecnológico freak. Avatar era um projeto antigo seu, mas que ele acreditava jamais poder realizar em vida, por não acreditar que pudesse ser possível filmá-lo com a tecnologia existente. Mas ai ele foi assistir algum dos Senhor dos Anéis, e em um dos cinco milhões de minutos dos 3 filmes teve uma epifania: "ei, esse Gollum ai, embora com expressões faciais inexpressivas e movimentação dolorosamente artificial e inorgânica, é um avanço fantástico! Eu finalmente poderei gastar os 200 zilhões de dólares que ganhei com o Titanic no projeto dos meus sonhos!". Way to go, campeão.

O resultado é presenciado por todos nós agora. 250 milhões de dólares e 165 minutos para contar uma história que, como eu provarei ai embaixo, pode ser resumida em apenas uma folha e quatro quadros de desenhos. Sim, eu, Progressista, irei dar ao mundo a minha Director's Cut dessa bomba chamada Avatar. Esqueçam o terror psicológico do primeiro Exterminador do Futuro, a diversão desenfreada do segundo, e o clima pega-pra-capá do Alien: o Resgate. Avatar deve mais aos exageros entediantes de filmes do diretor como O Segredo do Abismo, True Lies e, oras bolas, Titanic. O autoproclamado Rei do Mundo já está colhendo as burras na gringa com a bilheteria do filme, e provavelmente tirará outros 10 anos para criar um "Avatar 2: Missão Chinatown" da vida. Bocejos. Os críticos, os mesmos que se estapearam nas cadeiras a cada "why so serious?" soltado pelo Coringa de Heath Ledger no Cavaleiro das Trevas, amaram o filme. O que mostra que, sim, ninguém mais quer se divertir nesse mundo de merda. Como provam os insuportáveis filmes da Pixar e os novos e "realistas"James Bond (Quantum of Solace e a sua "Missão Bolívia" que o diga), embalagem e pretensão é o que conta. Sede é tudo. Obedeça a sua sede. Bom, sem mais delongas, fiquem agora com a minha versão do Avatar. E se vocês não gostarem, poderão dizer isso na minha cara. SE TIVEREM CORAGEM!