Deveria ter falado sobre Wally E há tempos, verdade. Fui na pré-estreia da animação arrastando minha pobre irmã a tiracolo. Pensei em escrever muitas vezes sobre o filme da Pixar, mas qual seria o tema para "o robozinho que cata lixo"? Consumismo? Capitalismo? Comunicação? A possibilidade de um bom tema sobre o desenho eram muitas, apesar de algumas serem muita punhetação intelectual de terceiros; deixando o filme, o mais importante, no segundo plano.
Dessa vez queria escrever quase que uma resenha atrasada. É, deixar uma informação sobre aquilo que vi e percebi no filme, apenas. Deixar as comparações e todas as intelectualidades de lado, para os post dos meus camaradas espertinhos e mais hábeis com a escrita e com o labor da palavra quase frequente. Sozinho; enfim, eu e uma película animada, apesar de início parecer difícil, pois logo me vi igual o protagonista: desmunido do contacto, mas sem saber qual era o sabor daquele contacto. Resolvi apenas continuar, independente dos resultado: lance de dados e vamos ao filme.
A solidão que denota logo no começo do filme, quando somos apresentados ao cotidiano do robô, é apenas nossa: nenhuma vez ele deixa transparecer que se sinta sozinho, solitário. Ele nem percebe sua solidão, ou semi-solidão, pois tem a presença constante de seu bichinho de estimação: uma barata, talvez a mais imortal de todas. A terra desolada, para ele, é apenas um trabalho, ainda que vejamos com falta de esperança e com certo compadecimento.
A virada no roteiro padrão seria adicionar algum elemento que desequilibrasse o status da situação, clichê e usado em inúmeros filmes de mesma qualidade: um elemento feminino em cena, aquele que dará o impulso ao nosso robozinho; antes de qualquer falação, acho surpreendente como o filme se segura por muito tempo sem nenhum diálogo. O pessoal da Pixar conseguiu acertar nessas cenas, são sensacionais: a narrativa não perde nenhuma vez a mão e temos de volta aqueles filmes mudos acompanhado do piano.
Se a solidão é sentida, até um robô percebe, ela existe. Assim o filme toma seu rumo, onde cada personagem tenta claramente fazer o que acha certo( desde o clone do HAL até o panaca do capitão da nave) e a procura do robô por sua parceira. O filme se desenvolve, ainda que o autor afirme que não é uma alegoria ao consumo, as pontadas são sentidas. Isso porque eu sou um latino-americano; não imagino como foi quando um intelctualóide americano levou seu filho no cinema, lembro de ter pego o saquinho de pipoca e colocado para reciclar.
Como em Kung Fu Panda parece que o desenho foi mais feito para o adultos que para as crianças: em verdade, houve um inversão no esquema do roteiro: antes nas animações as piadas eram destinadas aos adultos, assim poderiam se divertir um pouco. Em Wally E percebe que as piadas, são mais destinadas ao público infantil e também o aspecto de desenho com carater mais infatilizado, mesmo com as revoluções que a tecnologia digital sofreu. Restando a estrutura do roteiro mais adulta, por fim pode-se afirmar que Wally é um filme que os adultos podem levar seus filhos, com certeza as crianças podem até gostar e os pais agora, podem até dizer que gostam de desenhos, pelo menos um.
Um pouco mais?
Entrevista Na Wired
Presto: O curta antes do filme
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Eu achei wall-e um filme incrível. De animação muito bem feita. Além de tudo, achei que a pixar soube lidar muito bem com um início mudo, o que costuma ser difícil. Pois ela conseguiu interpretar angústias e amores com expressões de um...ROBÔ!
ResponderExcluirCom certeza é o melhor filme da pixar.