Aê, cambada. Depois de semanas no esculacho, estou de volta. O negócio é o seguinte: estou puto da vida com a vinda do alemão cachaceiro e ex-diretor de obras-primas Wim Wenders. Aproveitando a lembrança do Moderado (de volta do mundo dos mortos, depois de muita chinelagem) ai embaixo, gostaria de mandar o Wenders ir enganar trouxas em outra freguesia. Já não bastasse aquelas bandas gringas mastodônticas vindo enganar os otários nessa terra na qual tudo de planta e tudo se dá (opa!) em nome de um punhado de dólares a mais (copyright Sergio Leone), agora diretores falidos também resolveram entrar na lista e nos visitar no feio crepúsculo de suas anteriormente brilhantes carreiras. Primeiro foi o David Lynch pouco tempo atrás, agora é o Wenders. Sério, alguém deu a mínima para os últimos 10 anos da carreira dele? Reciclando idéias, temáticas e personagens, Wenders chegou a tal ponto de irrelevância artística que mesmo veículos conceituados acabam nem noticiando o lançamento dos seus últimos filmes. Wenders veio apresentar na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo o seu mais novo engodo, Palermo Shooting, seu milésimo road movie, esse passado na Itália. Sério.
Garotas que são chegadas num coroa gringo: tremei! Mas um aviso: dizem que o alemão gosta mesmo é de morder a fronha. Mas não se intimidem por isso não.
A única mudança que o alemão pau d'água faz nos seus filmes são as localizações mesmo, pois roteiro mesmo na vida ele escreveu dois (um dos seus road movies, e o outro dos seus filmes de anjos), e os recicla ad infinitum desde então. Lógico que ele realizou belíssimos filmes e outros tantos competentes, mas a fórmula esgotou faz tempo. Toda a manada dos descolados e pseudo-intelectuais se deslocou até a Mostra para verem, serem vistos, aparecer e lamber os ossos jogados pelo alemão, nas entrevistas coletivas e nas sessões (o cidadão assistiu vários filmes na Mostra). Para essa turma de infelizes que infesta os Espaços Unibancos e Cines Bombrils da vida, eu dou é uma bela duma banana. Vou pegar a minha camiseta do Braddock (Chuck Norris, seus tontos) e desfilar nas áreas da Mostra lá na Paulista. Quero ver quem vai ser macho de tirar uma com a minha cara. Já chamo pra porrada! Ah, eu tô maluco! Porrada na Mostra, é pra quem pode, não pra quem quer. No mais, beijos para todos, e eu ainda vou roubar a sua namorada (mulher não manja nada de cinema mesmo, só vão pra acompanhar e falar "que lindo, amor!) enquanto você estiver chorando vendo a última patetaiada do Wenders. Cornão!
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Obs 1: a Mostra dedicou um espaço para Wenders exibir os seus filmes favoritos. Como ele indicou 2 filmes do Yasurijo Ozu, foi uma rara oportunidade para os fãs do cineasta japonês verem um de seus filmes na telona. Mas se fosse assim, que Wenders tivesse mandado lá da gringa a lista por e-mail para os organizadores e eles os exibissem então. Com muita caipirinha, feijoada, paio, todas as papagaiadas que o povo aqui dos trópicos adora.
Obs 2: numa visita a Porto Alegre (recentemente, em agosto) para participar de uma palestra, Wenders protagonizou um momento de hilariante constrangimento. Um timeco de futebol de lá (Interegional, se não me engano) resolveu "homenageá-lo" com uma camisa com o seu nome nas costas e a numeração 10. Wenders foi obrigado a segurar o presente de grego nas mãos, e dar os costumeiros sorrisinhos falsos. Sério, gaúcho é o povo mais babaquento do mundo, mas ai já é demais. Se a passagem de Wenders por São Paulo gerasse momentos tão involuntariamente engraçados como esse, ainda poderíamos justificar a sua vinda. Tipo, o São Paulo Futebol Clube (time que adora esse tipo de pataquada) dando uma camisa para ele escrita "Wim Wenders, agora também um bambi orgulhoso". Para quem duvida, vai aqui embaixo a foto. Despeço-me agora. Bjunda.
Atenção, Wes Anderson: esse será você amanhã. Tá vendo que micão? Quem mandou dar moral pro Seu Jorge?
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