domingo, 8 de março de 2009

Rorschach e os Piratas

Terry Gilliam uma vez disse que seria infilmável a obra de Alan Moore e Dave Gibbons, pelo menos para os padrões comerciais de algumas horas sentado numa poltrona de cinema devorando raivosamente um saquinho de pipoca. Senhores, ele afirmara que seria necessário horas, na verdade doze, para realizar a façanha satisfatoriamente. Até aí, Terry Gilliam sempre foi um brincalhão, não conhecia Zack Snyder e dizia isso em pleno auge da década de noventa.

"Do revolucionário diretor de 300", como diz na chamada, vemos o quadrinho virar filme e sem as exageradas 12 horas de duração: Watchman não é filme para mostras de cinema, é um filminho pipoca mesmo; sentar a bunda na cadeira e devore sua pipoca com mais parcimônia; duas horas e 45 minutos, pois, demorará então até chegar nos créditos.

E sinceramente, 300 me decepcionou muito: não por colocar maquiagem e efeitos para deixar todos os espartanos parecendo ratos de academia ou adoradores de fitness, mas sim por demonstrar, devido a uma certa preocupação de fidelidade, todos os buracos daquela história de Frank Miller, mostrar pelo menos para mim. Agora Madrugada dos Mortos foi uma boa refilmagem. E parece que o Zackinho, amigo de colégio e que adorava suco de pera e ovomaltino, tomou um poquinho de coragem e resolveu tentar alguma coisa mais ousada e "revolucionária" que os gregos de tanga que se amavam antes das batalhas.

1986. São duas décadas e alguns anos, muita gente que vai assistir o filme nem tinha nascido. Desses, alguns nem saberão que Nixon era um cara legal, nem sempre usava nariz falso e só saiu do cenários político graças ao Forrest Gump e nem Dr. Manhattan conseguiu salvar o escândalo na época, ele deve ter ficado verde de inveja: um retardado conseguiu fazer uma coisa que nem cara que cria brinquedinhos de vidro em Marte com a mente, invejinha do homenzinho azul. Depois de duas horas de filme, percebi que o peladão superpoderoso era nosso queridos Billy, sempre se escondendo nas suas atuações, acabei nem percebendo esse detalhe. Penso que talvez porque sua atuação é tão boa que nem percebi que era um ator, era tão boa que parecia efeito especial. Os dias já são outros, vemos tudo do azulão e nada da Rebecca Romijn-Stamos quando ela participou do filme do Brian Singer: peladão pode, mas mulher não, realmente os tempos são outros. E se tratando de uma adaptação bem que poderia ser Doutora: ao invés do expressivo pequeno billy, a estonteante Rebecca Romijn-Stamos. Nós já sabemos que ela sabe interpretar com bastante tinta azul pelo corpo.

Ah.. se você fosse azul nesse filme também

A mancha psicológica de Rorschach estava maneira, eu quero ter uma camiseta daquela, no final me perguntaram se tinha gostado do filme. Calmamente eu disse:

"E os piratas?"

Um comentário:

  1. a diferença, caro moderado, é que nos quadrinhos ninguém da marvel ousou colocar a nossa querida mística peladex, enquanto o Moore e o Gibbons fizeram questão de colocar o super-smurf com o pirulito de fora. se ele aparecer peladão no filme do Snyder e ela não nos filmes do Singer é sinal dos novos tempos? eu diria que esse Snyder só faz filme de homem pelado e que eu não faço questão de assistir watchmen em imax.

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