Completando o elenco, temos um talentoso time de atrizes que, pronto para dar vida às mulheres que provocam tanta dor de cabeça ao atormentado dramaturgo. Samantha Morton, Catherine Keener, Michelle Williams, Hope Davis, Dianne Wiest e Jennifer Jason Leigh estão entre as estrelas que completam o talentosíssimo elenco. As narrativas paralelas que se chocam durante o filme (os eventos ocorridos na vida real do protagonista e as peças de teatros escritas por ele) são metáforas brilhantes para o choque de estilos vivenciado pelos Estados Unidos, que depois de 8 anos mergulhados na administração Bush, agora navegam liderados pelo novo timoneiro Barack Obama. Como se a história tivesse sido escrita de maneira turva e turbulenta com Bush, e agora chegasse Obama com uma pena pronta para descrever a verdade, a justiça e a clareza da vida.
Como o protagonista desse filme, perdido entre essas várias verdades, lutando e esperando a verdade aparecer na linha do seu destino, que será escrito por ninguém mais, ninguém menos do que ele mesmo, assim como os americanos escreveram o seu turbulento ao elegerem duas vezes Bush, e agora encontraram a verdade ao elegerem Obama.
Além de nos proporcionar um raro, elegante e inteligente exercício de estilo, que não se prende ao convencional e nem espera respostas fáceis e soluções simples para os anseios dos seus complexos personagens, Charlie Kauffman também nos traz, com os traços impávidos e belos da melhor ficção, a melhor reflexão lançada até o presente momento sobre o novo mundo que se monta à nossa frente. Mundo esse que tem “Obama” escrito por todo ele. A nós, resta apenas a oportunidade de agradecermos, e desejarmos que momentos como esse possam sempre se repetir.
Só uma correção camarada. O filme que deu o Orcar de melhor roteiro a Kauffman foi "Brilho eterno de uma mente sem lembranças".
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