Brian K. Vaughan é um gênio. Não daqueles gênios com alta inteligência estressadinhos com direito a cabelo dessarumado. Muito menos aqueles superprodutivos que atuam em áreas diversas e parecem não dormir ou comer. Afirmo sua genealidade, pura e simplesmetente, graças a uma história escrita pelo autor: Y The Last Man. Minha argumentação baseia-se apenas num roteiro que ele escreveu durante 60 edições para linha Vertigo da DC Comics.
Já comentei brevemente o trabalho desse sujeito nesse blog. Naquela época não esperava que a história me surpreendesse tanto, sabia do bom argumento, da boa condução da narrativa. Logo na primeira edição ele nos mostra que domina muito bem uma condução da narrativa: apresentando primeiramente o fato maior, que todos os homens morreram, para depois apresentar os personagens principais momento antes do incidente e, em contagem regressiva, até o momento que todos os homens começam a morrer e apenas Yorrick Brown parece sobreviver, completamente ileso.
Ele trabalha muito bem também com conceito de mídia associativa e mídia convergentes. Esses novos autores de quadrinhos são carcterizados por esse estilo: conta uma história ao mesmo tempo que nós mostra vários outros materias relacionados; histórias ocultas, cultura pop; etc.
Mas ele amarra a história através das histórias pessoais daqueles personagens apresentados e não por fatores externos ou acessórios da trama. Todos os personagens principais são nos apresentados por algum trecho ou vários das suas respectivas infâncias. Esses flashbacks nunca são gratuitos, alías, são sempre elementos que nos fazem entender melhor as motivações daquelas pessoas e comprender melhor o porquê daquela atitude naquele momento.
No final das contas, a grande trama: o porquê morreram tantos homens, parece algo tão pequeno comparado a história daquelas pessoas numa situação caótica. A morte de quase todos os homens só serve para pano de fundo para contar uma história fantástica e bem amarrada sobre relacionamentos e fugas.
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