O filisteu da cultura diz assim: os modernos (Stravinsky, Shostakovich e cia.) são inferiores aos clássicos, de classicismo, porque exageram nos pianíssimos. E é verdade. Meu, como você vai ouvir os pianíssimos no busão? Vou te dizer: música moderna (não, não e não; de novo, estou falando de Stravinsky, e não de Madonna) é elitista, porque a gente que é marrom e ouve música no caminho pro trabalho/faculdade/casa/etc, fica como, se não tem a melhor acústica do mundo no Vila das Mercês 4632 e no Terminal Pq. D. Pedro 4506 sacolejando, mas com toda a dignidade proletária no fundo do peito amigo?
Mozart, amigos, é um menino que alegra os dias dos mais pobrinhos como eu, porque, olha, qual foi a última vez que eu ouvi um pianíssimo dele? Ah, você quer saber o que é um pianíssimo? Ora, um piano bem fininho, seu cretino!
Hediondo o blogueiro xingar o leitor. Mesmo que farsescamente. Vai que ele se transforma em comentador de blog, com as mãos peludas e coração de monstro. Nessa hora, entra uma velhinha que grita: ó, mooooonstro! E a turba se acanalhava antigamente com essas coisas. Hoje, com Kevin Smith, gênio. Ah, quer que eu desenhe o que quer dizer “farsescamente”?
Além de Mozart, Brahms, não a cerveja.
Mas acanalha mesmo o leitor é subestimá-lo, supor que o máximo que ele pode fazer é ouvir jazz, que pra ele jazz é erudito. Jazz não é erudito, gente. Jazz é chato. Tá, estou só brincando, Britney. Porque, por exemplo esse álbum que eu ouvi, Sarah Vaughan with Clifford Brown: era jazz e não era chato. Vocês ouçam aí, que faz bem ouvir de vez em quando gente que não berra. Sarah Vaughan vocalista, mulher e negra; e Clifford Brown, trompetista, homem e negro, só pra situar.
Madonna não é o máximo, esse é o ponto mais controverso do meu pensamento, a que eu sempre tenho que voltar quando as menininhas me param na rua. Porque, ora, vejam, ela canta mal e ela dança mal. Tá, Narcisa, finge que eu estou só brincando. Amo muito tudo isso.
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