Discurso da vitória do senador Barack Obama, proferido esta semana, em Chicago, Illinois.
Neste fim de semana, esta nação [This nation] fez uma de suas mais importantes escolhas. Tinha diante de si a tarefa de dizer que tipo de país é este. A tarefa de decidir, de uma vez por todas, que tipo de país quer ser. E esta escolha, que definirá não só o futuro deste povo, mas o futuro de todos os povos, esta escolha foi feita. E como me alegro em dizer que não poderia ter sido mais sensata nem mais brilhante.
"High Schooool..."
High School Musical 3 – Ano da Formatura bateu Jogos Mortais V nas bilheterias. Quando o primeiro episódio de Jogos Mortais foi lançado, em 2004, creio que todos se lembram do tamanho da comoção que causou. Naquela época, era impensável o que hoje testemunhamos: que a esperança e o otimismo de High School Musical levasse mais pessoas ao cinema que a desesperança e o pessismismo de Jogos Mortais.
Que a vontade de mudar [change] nossas vidas triunfasse sobre nossa culpa e nosso medo. Que a doce mensagem de que devemos ser nós mesmos e de que, só assim, seremos felizes fosse, afinal, mais eloqüente que todos os nossos acusadores, que diziam que não éramos capazes de ser melhores. Que não poderíamos mudar [change].
Porque o sucesso da série Jogos Mortais é senão mais uma prova de que este país era prisioneiro da culpa e do medo. De que estávamos tão confusos e desesperados a ponto de aceitar a ajuda de qualquer um. De que simplesmente não conseguíamos nos libertar dos erros que havíamos cometido. Jigsaw representa nossa enorme culpa e a necessidade que tínhamos de nos punir. Estávamos envergonhados de ser quem éramos. Estávamos envergonhados de ser americanos.
Mas se erramos, estamos arrependidos. Se nos enganamos, finalmente o reconhecemos. Porque somos americanos. Somos um povo que, por mais enganos que tenha cometido, jamais perdeu de vista a liberdade e a justiça como objetivos. E hoje finalmente nos reconciliamos com estes valores. Deixamos a culpa e o lamento para trás. É hora de agir. É hora de mudar [change] as coisas. Porque esse é o tipo de país que somos, um lugar onde ainda existe perdão para todos.
Jigsaw, não precisamos mais de suas lições. Não somos mais as pessoas que um dia precisaram de suas lições. Jigsaw, dispensamos seus métodos, sua tortura e seu moralismo. Esta nação tem uma nova consciência e, portanto, novos professores. Finalmente percebemos que não é por violência e coação que corrigiremos nossas falhas e superaremos nossas limitações. Não, a única maneira de conquistarmos tudo aquilo que sempre sonhamos é ouvir a mensagem de High School Musical.
Troy, Gabriella, Sharpay, Ryan e Chad representam a América que decidimos ser quando fomos ao cinema ver High School Musical 3 – Ano da Formatura. Uma América em que as diferenças já não podem mais nos separar. Uma América em que os sonhos são respeitados e realizados. De fato, uma América que é feita justamente destes sonhos. A única América que sempre existiu.
Minhas filhas Sasha e Malia são fãs de High School Musical. Um dia, quando elas assistiam ao filme pela décima vez – eu tinha de colocar o DVD para elas, por isso sei que foram dez vezes, eu contei –, perguntei do que elas mais gostavam em High School Musical. E sabem o que elas me responderam? Não eram as músicas, as coreografias, Zac Efron ou o cabelo de Ashley Tisdale. Elas me disseram que gostavam das pessoas. E eu perguntei “como assim, das pessoas?”. E Sasha se apressou em explicar que gostava do modo como as pessoas eram felizes, porque não tinham medo de ser quem eram.
Nós, pais, nos comovemos com qualquer coisa que nossos filhos fazem ou dizem, porque sabemos que não são bobagens. Mas naquele momento eu fiquei comovido não como pai, mas como ser humano. Minhas filhas haviam entendido a mensagem de High School Musical. Uma mensagem que eu demorei anos para compreender.
Vocês já ouviram falar da minha busca por uma identidade. E de como, confuso e irresponsável, eu me envolvi com drogas, na juventude. Mas minhas filhas, ali sentadas do meu lado no sofá, vendo um filme da Disney, tinham a oportunidade de aprender uma lição que havia me custado tantos erros, tanto sofrimento. Por isso, reconheço, por experiência própria, a importância e a verdade da mensagem de High School Musical.
Precisamos ser quem somos, porque somos grandes, somos capazes, somos melhores. Sim, nós podemos [Yes we can].
Troy, Gabriella, Sharpay, Ryan e Chad demonstram a coragem que nós teremos de demonstrar de agora em diante para assumir todos os riscos e sacrifícios que a realização de nossos maiores e mais belos sonhos exige. Neste terceiro episódio da série, os personagens vão se formar. É o momento da passagem da vida escolar para a vida adulta. É o inevitável processo de amadurecimento, no qual nós também nos encontramos e no qual – agora eu vejo – finalmente avançamos.
Não é a graça de Vanessa Hutchens, irresistível como a de Ginger Rogers, nem o charme de Zac Efron, comparável ao de Gene Kelly, que nos levaram aos cinemas; mas a mensagem de que, sim, nós podemos [yes we can].
Com Troy, Gabriella, Sharpay, Ryan e Chad, nós também amadurecemos. Nós também vencemos nossos medos e realizamos nossos sonhos. Já não precisamos ter vergonha de ser quem somos e querer o que queremos, porque hoje sabemos que estamos no caminho certo. Porque, sim, nós podemos [yes we can].
Obrigado. Que Deus os abençoe. Que Deus abençoe os Estados Unidos da América.
Tradução: Camarada Fundamentalista.
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