terça-feira, 27 de outubro de 2009

Fomos ao Cinema ver Amantes, Paris, Uma Prova de Amor, Se Beber Não Case, Distrito 9, A Verdade Nua e Crua e Novidades no Amor

É sério isso, cambada. Esses foram filmes assistidos por mim nos últimos tempos. Eu deveria ter falado sobre todos eles, mas, por motivos desconhecidos e que provavelmente envolvem até pitadas sobrenaturais, eu acabei falhando em trazer aqui os textos sobre os respectivos, e vou tentar recuperar o tempo perdido. Eu sei, é um absurdo, uma falta total de respeito com vocês, blá, blá, blá. Mas se vocês me perdoarem, eu prometo mandar fotos minhas jogando tênis na última viagem que fiz. É só vocês escreverem pedindo para o seguinte e-mail: cfundamentalista@gmail.com. O nosso Camarada não se importa com o incômodo, e tem todo o tempo do mundo para responder os e-mails enviados por vocês. Opa, opa, opa, talvez role até uma comigo bebendo uma dose de Margarita. Irc! Ocaso do futuro bem marcado em cartas de tarô!


Fomos ao Cinema ver Amantes

Amantes é um filme pretensioso, um estudo de personagem lento e reflexivo. O filme peca pelo roteiro pouco inventivo e corajoso, o que acaba jogando a sua trama na vala comum dos dramas românticos, mas merece elogios por não acelerar a sua narrativa e nem descuidar do tratamento dado aos seus personagens. O diretor James Gray ( Pequena Odessa, Os Donos da Noite) merece atenção, embora já esteja no ramo faz um tempinho (Pequena Odessa foi lançado em 94, quando ele tinha apenas 21 anos). No mais, Joaquin Phoenix é um excelente ator, e deveria parar com essas micagens de querer ser rapper e tudo mais e voltar a se concentrar no que sabe fazer, embora tenha dito que esse filme seria o seu último. Deixa de ser moleque, rapá! Os rapazes podem gostar da pior cena do filme, que tenta em um forçado toque de vanguarda européia mostrar ousadia ao revelar os seios desnudos da já milf Gwyneth Platrow (juro pra vocês que eu já tinha esquecido dela), no melhor estilo O Expresso do Oriente. Juro pra vocês, a cena remete a uma das mais famosas daquele filme.


Fomos ao Cinema ver Paris

Cedric Klapish, um francês cheio de ginga e malandragem, deu ao mundo dois filmes que são venerados pelos posers e deslumbrados da cena alternativa paulistana: Albergue Espanhol e Bonecas Russas. Tendo viva na memória os momentos tediosos que passei quando assisti a esses filmes, resolvi encarar uma sessão do mais novo engodo do cineasta. Paris é mais uma dolorosa mostra do universo equivocado e pouco interessante criado pelo cineasta, que joga uma trama frouxa e sem qualquer resquício de energia em intermináveis 130 minutos. Contando diversas histórias paralelas, o filme conseguiu a proeza de não me fazer se importar com nenhuma delas. Na verdade, o personagem que mais me causou comoção no filme fui eu mesmo, e o meu sofrimento ao aguardar pacientemente o fim da projeção, com dores no joelho (torci jogando bola ai, doeu pacas, mó tristeza) e tudo mais. Mas no final das contas sai com uma impressão válida ao menos: Juliette Binoche, com gloriosos 45 anos, ainda bota muita garotinha no chinelo.


Fomos ao Cinema ver Uma Prova de Amor

Nick Cassevetes é filho do mito John Cassevetes. Só por isso, deveria ser cuidadoso e dirigir filmes que fizessem jus ao sobrenome que carrega nas costas. Mas aparentemente o pequeno Nick está pouco se lixando. Uma Prova de Amor é o filme mais manipulador que eu já vi na minha vida. Com cinco minutos de projeção já está querendo levar os seus espectadores (leia-se mulheres) às lágrimas, e segue nessa toada infernal até o seu derradeiro minuto final. A trama por si só já traz o alerta de “perigo: água com açúcar à vista” por toda ela, contando a história de uma família cuja filha mais velha tem leucemia, e que usa a irmã mais nova dela como doadora constante, uma prática absurda e que poderia gerar um interessante drama com explosivos conflitos morais, mas que bizarramente é deixado de lado em nome das lágrimas fáceis. Cameron Diaz já está pronta para a vala comum das quarentonas de Hollywood, e Abigail Breslin consegue fazer a experiência ser menos massacrante com sua graça natural. Assustadoramente, uma das melhores atuações do filme é do canastra-mor Jason Patric. Imagino o velho John, cujos filmes eram marcados por narrativas classudas e corajosas, assistindo a essa porcaria. Ia querer dar uns belos e merecidos croques na cabeça do filho. Por isso que eu digo sempre: jamais tenham filhos.

Fomos ao Cinema ver Se Beber Não Case

Hollywood está tomada pelas chamadas bromedies, comédias que mostram grupos de amigos já beirando os 40 anos e que apresentam conflitos de maturidade e dificuldade em aceitarem as responsabilidades da vida, o chamado Arrested Development. Judd Apatow é considerado o pai do gênero, embora eu, Progressista, o filho predileto de Rajneesh, considere o marco zero do gênero o filme Dias Incríveis, de 2003, que foi dirigido pelo Todd Philips e tinha o Vince Vaughn, Will Ferrel e Luke Wilson no elenco. Se Beber não Case também é dirigido por Todd, e foi o sucesso mais inesperado do verão americano, gerando inacreditáveis 250 milhões de dólares nas biheterias, além de ter causado boas impressões nos críticos. A trama é redondinha, apostando em um bem amarrado clima de mistérios e surpresas para arrancar risadas dos espectadores. O maior mérito do filme é não amenizar a sua narrativa em nenhum momento, carregando em um humor rude e corajoso em tempos politicamente corretos. Mas não sei se é uma boa coisa quando o maior mérito de um filme é ele encarar de frente a sua vulgaridade. Teria de pensar sobre isso. Vou passar um mês em um retiro espiritual pensando sobre isso, e trago no fim a resposta para vocês.


Fomos ao Cinema ver Distrito 9

Filme que causou comoção quando lançado na gringa, sendo cogitado para o Oscar e tudo mais. Feito em formato de mockumentary (se você não sabe o que é isso, ô burraldo, significa que é um documentário falso. Lembre de produções como Spinal Tap e séries como o The Office, mané), é um dos filmes mais brutalmente energéticos que vi nos últimos tempos. Apostando no climão “realidade nua e crua com favelas e violência”, popularizado pelo coisa nossa Cidade de Deus e visto até me produções como Quem Quer Ser Milionário? nos últimos tempos, é uma fábula sobre o Apartheid sul-africano, mostrando um grupo de alienígenas cuja nave-mãe acabou ficando suspensa no céu de Johannesburgo, e que é discriminado socialmente e legalmente pela sociedade sul-africana, em algo que remete à revoltante situação enfrentada pelos negros nos tristes 30 anos de Apartheid. O diretor Neill Blomkamp é nativo de Johanesburgo, e conta a história lembrando-se dos fatos por ele presenciados em sua infância na cidade, assistindo àquela realidade horrorosa como espectador privilegiado, já que era morador das chamadas zonas brancas (blergh!) da cidade. O formato do filme e a sua sufocante atmosfera (realçada ainda mais pelo formato, que capta a energia da narrativa de maneira eletrizante) são um sopro de ar no combalido universo das ficções científicas do cinema, assolada nos últimos tempos por tramas nada estimulantes e com temas cansados e batidos. Mérito também do diretor na descoberta de Sharlto Copley, amigo de infância que, a pedido do diretor, assumiu o papel principal do filme. Nenhum ator badalado traria o pulso que Copley emprega na sua atuação.


Fomos ao Cinema ver A Verdade Nua e Crua

Um dos piores filmes que eu vi em toda a minha vida. Um festival de oligofrenias, obscenidades e dubialidades morais. Se eu fosse ator e lesse um roteiro desses, eu iria me esconder embaixo da cama por meses. Mas aparentemente Gerard Butler e Katherine Heigl (que as meninotas devem conhecer da horrenda série Grey's Anatomy) não têm exatamente muita vergonha na cara, e embarcam nessa bomba com gosto. No mais, Butler achou que estava no set de 300, e atua exatamente da maneira como fez naquele filme homoerótico. Cheguei até a esperar o momento no qual ele gritaria no ouvido de Katherine o famoso “THIS IS SPARTA!”, tal o tom equivocadamente gutural que ele deu para a sua atuação. Já Katherine, que é a cara da Rachel McAdams, é obrigada a desferir alguns dos diálogos mais vulgares jamais conferidos a uma dama em uma produção mainstream hollywoodiana. Mas como eu disse antes, vergonha é pra quem tem, obviamente. Se o Framboesa de Ouro ignorar esse lixo, eu vou ficar meio que bravo.


Fomos ao Cinema ver Novidades no Amor

Filme que, de tão bom, nem foi lançado em circuito no mercado americano. Catherine Zeta-Jones precisa demitir urgentemente o seu agente, e Justin Bartha tem me perseguindo incessantemente, já que o vesguinho (que maldade!) também estava no Se Beber Não Case. Acho que, se eu fosse ele, procuraria não ficar no mesmo espaço que o Michael Douglas por muito tempo. Umas passadas de mão nervosas ai, moro? O moleque conferiu com gosto tudo o que a quarentona e ainda divina Zeta-Jones tem para oferecer. Que coisa... De resto, o filme não é engraçado, não desenvolve os seus personagens suficientemente para que nos importemos com os seus futuros, e aparentemente não sabe como resolver a sua narrativa, apostando em um final preguiçoso para juntar as pontas. Para falar a verdade, eu mal lembro qual foi a história contada pelo filme, tive que fazer um baita esforço mental para conseguir relembrar os detalhes contados pela história. Acho que ninguém envolvido nessa produção deve lembrar de muita coisa também. Se não me falha a memória, era um musical sobre um grupo de coristas na Chicago dos anos 30, que alcançavam a fama de maneira bizarra quando eram presas por algum crime que cometiam, e eram defendidas por um advogado charmoso e que dançava também. Acho que era isso.
Ufa! Só para terminar dizendo que eu vi também o Bastardos Inglórios, e pretendo fazer um texto sobre ele em breve. Texto que poderá ser o canto de cisne do.... (a sua conexão caiu, reinicie a sessão).

Um comentário:

  1. Chamar a obra-prima q é Amantes de pretensioso pra chamar essa bosta aí de Distrito 13 de "energético"? Ah, vai tomar na lomba vai!

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