Ouvindo o Tim Maia da fase racional, fiz a experiência de que o belo não é só burro, mas muito burro.
Quanta bobagem, mas que bonito! O que me lançou à melancólica consciência da nossa condição, clichê filosófico de praxe, porque se deduz daí que, para o homem, a beleza é necessariamente franqueada pelo sacrifício de toda e qualquer inteligência. Tá, sei, muito gentinha isso de ficar se lamentando pela inteligência, esse consolo a que se apela, porque sempre estamos nos sentindo feios (falo por você, como não), como quem é pobre, porém limpinho.
Mais casos de que inteligência é prescindível e atrapalha, pra expandir o ponto de partida black:
A mulher bonita, em todas as suas variações da beleza exuberante, desde a voluptuosa nojentinha até a bonequinha sem sal.
Bach, outro péssimo letrista. Toda vez que queria versificar a partir de seu pietismo, a congregação se constrangia, contrita. Alguém talvez gostasse de emendar que, nessa mesma linha, tem a ópera em geral, but, well, a própria música é uma coisa burra, se a idéia da gente de inteligência é do tempo da palmatória, a minha é, segundo a qual inteligente e discursivo são indivisíveis, a-ham. Porque expressões como 'fraseado inteligente" ou "melodia inteligente", pra mim, que sou leigo, convenientemente não fazem sentido algum. Assim eu penso por bem da dominação dos que escrevem bem sobre os que não, que, tá, ainda está por vir. Grosseiramente, trata-se de Platão. É nóis.
Todos os filmes chineses com gente voando (aqui eu ia inserir parenteticamente que se trata de uma redundância, mas que piadinha vencida seria, né?). Porque, antes da gente dormir, é um espetáculo visual, etc.
Que mais, que mais?
Ah, e Jackson Pollock, se eu entendesse um poucochinho que seja de pintura.
Agora sim, o Universo em Desencanto.
Mas a Beleza é mesmo superior à Inteligência, ó simbolista, algo a que tenho de dar o braço a torcer, quando me pego cantando, todo alegrinho, da necessidade de se ler o livro e mandando os outros se imunizarem. “Apenas um, apenas um contato irá fazer nossa união legal.” Então, imuniza aí, ô.
O pior é quando o feio também é!
ResponderExcluirjá senti, saudade... já fiz muita, coisa errada..."
ResponderExcluirmas a gente sempre tenta atingir o bom senso, hehehehe...
essa coisa do belo é complicada... acho que a palavra foi usada somente pra estética, que a gente acaba confundindo o belo da arte, com a perfeição de formas e cores...
mas na realidade, esse "belo" é uma coisa interna... uma coisa "nova" que a gente vê, e se identifica...
é...
complicado!