Sala Disney do Cinemark, aquela com o Mickey mandando o Pluto desligar o celular. Então, isso pra assistir Encantada. Eu afundava na poltrona toda a vez que via uma pochete se aproximando, acompanhada da esposa entediada e/ou eufórica, e a criança acima do peso. Mencionei que é um filme da Disney? Porque é. Uma coisa que vocês vão querer lembrar, assim evitarão muitos mal-entendidos e falsas expectativas.
Pois foi bem divertiduxo, em alguns momentos até espirituoso. Com exceção dos vinte minutos finais, que me deram a impressão de que o roteirista estava cheio de escrever, então amarrou vários elementos de contos de fadas, como lhe vieram à cabeça, e pronto, o negócio estava feito. Depois foi pra casa assistir Grey’s Anatomy com a mãe.
Entre outras coisas, eu sempre quis ser figurante de filme da Disney. Figurante dançarino. Vivem em conflito o meu figurante dançarino interior e o meu intelectual interior. Tento resolver o impasse por aqui, blogando. Mas vocês vêem, que prova maior da decadência cultural dos nossos dias: trinta anos atrás, alguém desejaria ser figurante de An American in Paris, Singin’ in the Rain; mas eu, eu fico com Encantada.
Ai, ratinho, você fala? Ah, mas isso é tãããããão pós-moderno!
E eu ainda estou com That’s How You Know na cabeça, Amy Adams e os backing vocals rastafaris. O que poderia comprometer o meu julgamento, se eu fosse menos cínico que a maioria das pessoas pra quem o filme foi feito: platéias que já não engolem musicais, eu acho. Tanto que estão até representadas na tela pelo Patrick Dempsey, que faz as vezes de galã cético em relação ao amor. Acho que ele devia levar um pouco desse cinismo pra Grey’s Anatomy. Atenuaria o tom boboca-vislumbrado da série.Então, você tem a Amy Adams e o Patrick Dempsey, astros de segundo escalão, num filme da Disney. Eu só não sei direito distinguir a madrasta desenho animado da Susan Sarandon. As más línguas dizem que o desenho animado faz menos careta. Seja como for, eu me diverti horrores.
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