Ainda estou aguardando a minha vez, pois, como você deve ter lido por aí, o filme independente do momento, Juno, foi roteirizado por uma blogueira, que nem nóis, que ficou famosa sendo blogueira. Aí, incrédulo, você me fala que isso só acontece nos EUA, mas vem cá, é... talk to the hand!
O nome da tal é Brook Busey-Hunt, ou Diablo Cody, que, se eu fosse cafajeste, mencionaria que é plenamente pegável. Mas sem sexismo por hora. E você vive falando que eu deveria escrever alguma coisa, tipo um roteiro pro Wolf Maya rodar um filme horrível com o Gianecchini.
Mas você me esnoba por que eu assisto filme na Globo; e a tecla SAP serve pra quê, então? E, além disso, só a Globo pra resgatar grandes sucessos do cinema como Por um fio, do Joel Schumacher, com o Colin Farrell dando tudo de si como ator. O filme é ele, e ele é um chorão irritante. Lembra o Alexandre, o filho de Amon cheio de biquinhos, conquistando a Ásia num chororô sem fim? Mas ali eu desculpo, porque com o Jared Leto de amante, é razão suficiente, e até pra mais, até pra cortar os pulsos. Era do personagem, então.
Joel Schumacher é mestre nessas coisas e bota o Colin Farrell numa cabine telefônica e faz disso um filme, cheio de closes. Me chamasse, e eu escrevia coisa muito melhor. Tipo: o Colin Farrell tem um caso com a Katie Holmes; o Tom Cruise fica sabendo e, em vez de pedir divórcio, mandar matar o Farrell ou puxar o chorão prum duelo, tenta convertê-lo pra cientologia, porque, diz ele, assim o problema fica resolvido, porque o adultério é uma fraqueza da mente dos três, que só precisam mentalizar que não rolou nada.
Colin Farrell não aceita porque não quer desagradar a mãe, que é metodista, então o Tom Cruise começa a vociferar, até parecer que a cabeça dele vai explodir. Nessa hora chega o Terry Gilliam, e o filme acaba inesperadamente. Esse final é bem Monty Python, eu sei.
Chora agora, ri depois.
O que mais me impressiona no Joel Schumacher, no entanto, é o moralismo dele. É, o cara tem coragem de filmar um Batman campy, mas é moralista. Por um fio e Um dia de fúria são ambos pregações sobre como as pessoas não ligam pro sentimento das outras, snif, snif. Isto é, versam sobre a alienação e individualismo da vida nos grandes centros urbanos, etc, etc. Tipo Kubrick, obcecado com o tema da desumanização, certo?
Só que enquanto o Kubrick absorveu esse processo como um elemento estético, resultando em filmes que filisteus como Stephen King simplesmente consideram frios, Schumacher bota uma mão na cintura e a outra na testa e diz, melancólico-indignada, “Vocês me dão nojo!”, ou “Que falta de amor!” e faz beicinho. Mas até o moralismo nas mãos do Schumacher fica campy, com o Jack Bauer conseguindo tornar o Colin Farrell uma pessoa melhor na base do “Pede pra sair!”. A única coisa que eu posso concluir é que o Joel Schumacher é brasileiro, e ninguém sabia.
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