segunda-feira, 14 de abril de 2008

TETÉIA DA SEMANA: EPÍLOGO

Quarta-feira é dia de festa no blog, com o nosso primeiro aniversário. Sim, a festa vai ser de arromba, um verdadeiro rega-bofe de fazer essas festinhas do Amaury Jr. (simplesmente um luxo!) corarem de vergonha. Jet-Set é isso ai. Mas, deixa eu falar sério com vocês por um instante. Muda a tônica, Dj, diria o mito Sérgio Mallandro. Tomei uma decisão realmente dolorosa : no more Tetéia da Semana. Resolvi acabar com a sessão mais tradicional das Segundas-Feiras depois da Tela Quente.

A sessão, que estreiou exatamente uma semana depois do início do blog, com a cantora inglesa Lilly Allen ocupando o espaço que viria a ser compartilhado com outras 46 mulheres (foram 52 semanas de posts, mas a Lindsay Lohan ocupou 4 vezes o espaço no seu mês especial, em Junho), chega hoje ao seu derradeiro post. Tomei essa decisão por achar que a sessão já cumpriu o seu papel no blog. Nesse ano inteiro, pudemos construir um belo panorama das mulheres que provocam a nossa admiração por trazerem algo realmente válido e relevante para o cenário pop contemporâneo. Mulheres que trazem graça, inteligência e elegância para um mundo um tanto quanto aborrecido quanto esse que encaramos hoje em dia.

Nem sempre foram escolhas perfeitas (me arrependo amargamente de 4 delas, mas não confesso nem sobre tortura quais são), mas saibam que sempre tentamos entregar escolhas realmente interessantes para vocês. A última Tetéia, que será revelada no final desse post, foi escolhida por ser o modelo que me veio na mente quando revelei ao Camarada Fundamentalista a idéia da sessão, a mulher que personificou (uhm, dica grátis ai) o verdadeiro espírito que as Tetéias deveriam exalar, ainda que cada uma à sua maneira. A única cujo nome poderia ser escolhido como substituto para a sessão, e ainda sim todos pegariam a idéia das Tetéias no ato. Mas antes de revelar, gostaria de trazer um rápido olhar sobre as outras figuras, vivas ou mortas, que poderiam pleitear o da nossa última Tetéia, e que ocuparam ou ocupam um lugar marcante no imaginário pop, mas que ainda sim não puderam superar a nossa escolhida. É importante lembrar que a última Tetéia vai fugir da regra que marcou a sessão, já que não escolhíamos (salvas raríssimas exceções) por opção celebridades óbvias demais, como as Britneys da vida . E também preciso dizer que criaremos novas sessões para ocupar o lugar da Tetéia. Sem mais delongas, ai vai. No final do texto, a última tetéia.

Mortas


Marilyn Monroe
É uma das cinco personalidades mais importantes do Século XX, sem dúvida alguma, mas era toda sex appeal. Um sex appeal devastador e inigualável, mas tão e somente o sex appeal. Toda a sua substância era puramente física, todo o resto sendo apenas um oco constrangedor. Em nenhum momento vocês leram eu escrever a palavra “vulgar” aqui. Putz, agora deu pra ver. E ela deve muito para o Billy Wilder, que teve a idéia da mítica cena na calçada do metrô de Nova York no O Pecado Mora do Lado. E ao Hugh Heffner, logicamente. E ao Andy Warhol também? Ai não, ela não deve nada pro tcheco maluco. É outro ideal, importantíssimo, mas bem diferente.





Ingrid Bergman
Tinha toda a classe do mundo, dentro e fora das telas, e protagonizou a história de amor mais importante do cinema, mas não tem o “star power” da nossa escolhida. O Yul Brynner disse uma vez que ela era “forte que nem um cavalo”. Que careca desbocado!







Grace Kelly
O Mika e o mundo inteiro concordam que ela é uma unanimidade. Ouso dizer que de todas nessa lista, ela seria a que mais próximo poderia ter chegado da nossa escolhida. Mas traiu o mundo pop ao ir morar com o príncipe mala em Mônaco. Deu um belo talk to the hand para todos os seus fãs. Isso não se faz!







Greta Garbo
Um mito, mas por demais auto-centrada para poder merecer o posto da nossa Tetéia. Humildade (logicamente sem exageros) também é sinal de classe. E também era muito mistério pro gosto do pobre. O que tinha de ficar se escondendo pelos cantos, hein? Feio, bem feio.





Vivas, mas nem tanto (ups!)





Sophia Loren
Um nome fortíssimo, mas que, pelo menos a mim, sempre soará como sendo a Monica Bellucci da sua era. Obviamente mais talentosa, mas que ocupava um papel (imerecidamente) limitado dentro do contexto de sua época.





Brigitte Bardot
Maleta sem alça. Ver ela dando vexames e sendo presa em nome de causas ambientais não é exatamente o que eu chamo de “discrição”. E foi casada com o sujeito mais vulgar do mundo, Roger Vadim. Ela, a Jane Fonda e aCatherine Deneuve seriam eliminadas automaticamente somente por terem dado danda trela pra esse sujeito (patético vê-lãs de mãos dadas no enterro do cidadão, anos atrás).





Alive and Kicking (vivaças)


Sharon Stone
“A minha carreira por uma cruzada de pernas”. Como muitos tonhos pensariam nela sem hesitar como maior tetéia de todas, tive de incluí-la aqui. Sadismo puro (opa, isso é com ela mesmo, vide o inclassificável Instinto Selvagem 2).





Britney Spears
É a celebridade viva mais famosa do mundo. Não sou eu que digo isso, é o Google, que sempre a declara como campeã absoluta de buscas no site. Se houvesse uma ‘Tetéia da Semana especial- starletes de manicômio”, quem sabe. Ela e a Frances Farmer, juntinhas. Seria lindo.





Scarlett Johansson
Os blogs amam ela. Tem um baita apelo, está por todas as partes, mas não convenceu realmente como atriz. Na única vez que encaixou com perfeição num papel, no belo filme Encontros e Desencontros, interpretou uma garota mais vulnerável e menos irritadiça, e nunca mais repetiu uma escolha parecida, sempre optando por interpretar as femme fatales que claramente não passam nem perto da sua real personalidade. Você não é devoradora de homens não, Scarlett!


Natalie Portman
Pra mim, sem dúvida a maior Tetéia viva, nunca foi para a sessão apenas por ser uma escolha dolorosamente óbvia. Foi seriamente considerada quando pensamos em fazer a última com uma celebridade ainda viva (o que sempre foi feito na sessão,), mas foi descartada quando decidimos quebrar a regra para fazer uma justiça poética. Mas fica aqui a nossa lembrança, uma pequena homenagem para ela, um prêmio de consolação por ter chegado tão perto. É como dizia a músiquinha: I can’t take my eeeeeyyyyyyeeeeeeessssss of. you!


Bom, é chegada a hora então. Rufem os tambores. Preparem os agogôs. Liguem os amplificadores. Aqui vai, a última Tetéia da Semana do Fomos ao Cinema, com direito ao título em cima e tudo, sabe como é, tradição é tradição.

TETÉIA DA SEMANA

Audrey Hepburn
Não poderia ser outra. Era ela que eu tinha em mente, quando revelei ao estimado Fundamentalista a idéia da sessão. Por isso, nada mais justo que ela seja eleita a última Tetéia da Semana. Hepburn foi a personificação da classe e elegância em todos os aspectos de sua vida. Hoje é o maior ícone fashion, tendo sua imagem e estilo usados à exaustão por estilistas e grifes de todo o mundo. Foi uma atriz extremamente talentosa, indicada cinco vezes ao Oscar (ganhou o prêmio na sua primeira indicação, pelo filme A Princesa e o Plebeu). Para se ter uma idéia, ela fez 23 filmes em toda a sua carreira apenas, o que confere um índice altíssimo de indicações. Sua conduta na vida pessoal refletia toda a classe que mostrava nos filmes, algo raro entre as estrelas de qualquer era. Nascida em Bruxelas, filha de um banqueiro inglês e de mãe holandesa, Audrey era ainda adolescente quando explodiu a Segunda Guerra Mundial. Sem hesitar, alistou-se como enfermeira voluntária num hospital na Holanda, aonde morava com a mãe.

Sim, vejam só o paradoxo, enquanto um falastrão como o John Wayne ficou bem longe do conflito, recusando-se covardemente a se alistar, Audrey, que talvez seja o maior símbolo da famosa suavidade feminina, não hesitou em ajudar as pessoas num momento horrendamente crítico, mesmo lhe custando ter de presenciar todo tipo de atrocidades. Não quis fazer o filme O Diário de Anne Frank por culpa de todas as memórias horrendas que o filme poderia trazer de volta (ela seria a escolha natural, já que viveu de perto a guerra na Holanda). Casou-se duas vezes, com os dois casamentos durando curiosamente o mesmo tempo (14 anos cada um), e sempre mostrando em entrevistas um profundo pesar pelo fim dos dois, culpando-se de maneira compulsiva por não ter conseguido levá-los até o fim. Os 23 filmes que ela fez, um número baixíssimo, devem-se às tentativas dela de passar tempo com sua família, principalmente no segundo, quando chegou a ficar quase uma década sem atuar Era a primeira escolha para o papel da mãe no Exorcista, mas somente faria o filme se ele fosse filmado em Roma, aonde morava com os filhos, e o papel acabou indo para a Ellen Bursthyn. Não quis se casar mais depois do fim do segundo, em respeito aos seus filhos e ao seu ex-marido também, atitude de rara, olhem só, veja, vocês, rara classe.

Tornou-se embaixadora da Unicef para países da África e América Latina nos anos 80, e ao contrário das Angelinas Jolies da vida, que levam legiões de repórteres e adotam filhos a torto e a direito por pura propaganda, sempre adotou um ativismo bem mais discreto e eficiente também, efetivamente viajando para nações carentes e alertando o mundo sobre os problemas existentes. Uma história exemplifica bem o que ela representava. Seu último filme foi o Além da Eternidade, um filme que Spielberg fez no final dos anos 80 com o Richard Dreyfuss. Ela interpretou um anjo, que recebia o personagem de Dreyfuss no céu, naquela que é disparada a melhor cena daquele filme (que era bem fraquinho, um dos raros filmes insípidos de Spielberg). Quando Spielberg foi escalar o elenco, na hora de decidir quem interpretaria o anjo ele olhou para a produção e os atores, e no mesmo segundo disse: “eu só consigo pensar em uma pessoa: Audrey Hepburn”. Então, ele conseguiu convecê-la a sair de um retiro que já durava oito anos dos filmes para fazer esse último papel. Quatro anos depois, Audrey morreria de câncer. A classe ficou, mais forte do que nunca. E podemos dizer que, finalmente, a Tetéia da Semana está em casa. Que final singelo.

2 comentários:

  1. É com grande tristeza que presencio o triste fim do Tetéia da Semana, essa seção que tanto apetecia os interessados em admirar a beleza feminina conhecida do grande público.

    Desde o início sempre tive esperanças de ver a musa Natalie Portman como seu ícone máximo. E agora, ao observar a prematura morte do Tetéia, sem a devida homenagem a esta que estrelou produções que vão de Closer a Star Wars, passando por Garden State e V de Vingança, não posso ficar senão entristecido.

    Ao menos, algo pra me consolar: a micro-homenagem à já declarada "Maior Tetéia Viva" e a substituição desta apenas pela "Maior Tetéia que Já Existiu", Ms. Hepburn.

    Só uma pena que este seja o trágico fim do Tetéia que vinha tão bem e tão inspirado citando personalidades como a fantástica (e quarentona plenamente "pegável") Laura Linney e a gracinha de Pushing Daisies, Anna Friel.

    (em tempo: Britney? Sharon? Scarlett? as outras citadas vivas sequer mereciam a citação.)

    PS: o paralelo entre as poses de Natalie e Audrey foi proposital ou mera coinciência? Na dúvida, prefiro acreditar que foi a sagacidade do Progressista.

    .

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  2. isso sem falar que a Portman fez a gatinha de O Profissional, né mano? os caras botaram a Lily Allen, a Lohan, até a Bebel de A Grande Família e a aquela mexicaninha de High School Musical e esqueceram de botar a Portman. só faltou colocar a Hannah Montana também. falando nisso ficaram sabendo das fotos sensuais que a Lindsey Lohan fez prum site aí? umas que ela imita o jeitão das últimas fotos da Marilyn Monroe? não? tá desatualizado, jão!

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