segunda-feira, 26 de maio de 2008

Festival de Cannes - Au Revoir, Les Enfants

O Festival de Cannes, como tem sido costumeiro nas últimas edições, mais uma vez decepcionou. Além da grande burrada de terem escolhido o senhor de todos os malas, Sean Penn, como presidente do juri, ainda tiveram a pachorra de dar a Palma de Ouro de melhor filme para uma produção francesa (no caso, o filme Entre Les Murs, do diretor Laurent Cantet). Sabe quando o seu time vai jogar fora de casa, e o juizão rouba descaradamente em favor do time da casa, fazendo você querer jogar a televisão pela janela? Mesma coisa aqui. Bela tentativa, senhor Penn. Mas quando você dá uma olhada na lista de filmes que estavam na competição oficial, vê que o negócio estava desolador. Um filme não muito apreciado da múmia viva Clint Eastwood, o bipolar Ensaio Sobre a Cegueira do Fernando Meirelles (dividiu de maneira estranha o público), um filme elogiado pela nossa crítica tacanha do insuportável Walter Salles (que um dia resolveu sair da sua insignificância ao se achar no direito de vaiar um Elia Kazan, que deve ter ficado tristíssimo com o fato) e um filme do Soderbergh, do qual falarei em seguida, mas que acho que poderá, sim, ter grande efeito sobre as catástrofes ambientais que assolam o nosso mundo. Ai embaixo, falo sobre cada filme separadamente. Se falarei do filmeco francês que ganhou a Palma de Ouro? É lógico que não. Depois da Nouvelle Vague, tudo o que o cinema francês deu ao mundo foi o "genial" Luc Besson. Amelie Poulin o quê?

Manezão francês, cujo filme ganhou a Palma De Ouro. Esqueci o nome dele, devo ter escrito aí em cima, olhem lá



Filme do Clint Eastwood - Changeling

Depois que fez 245 anos de idade, o Clint Eastwood ficou um tanto quanto hiperativo. Dizem que isso acontece mesmo quando você dura tanto tempo, mas no caso do segundo cowboy mais famoso da história ( John Wayne, nós que cá estamos por ti esperamos), não deixa de ser um fato curioso. É um filme por ano, um atrás do outro (ou até dois, como no caso do Cartas de Iwo Jima/A Conquista da Honra). Tá ligadão, o velhote. Mas nesse caso, olha... Angelina Jolie é um parque de diversões, mas somente para o seu marido maconheiro, Brad Pitt. Nós que não podemos tirar lasca, temos de aturar as caretas da bocuda nos seus péssimos filmes. Como o filme foi recebido sem entusiasmo, pode-se imaginar que Eastwood apostou no cavalo errado. Ops....
E ai, Clint, pegou ou não pegou? Pegou que eu sei, seu velhinho pervo!

Filme do Walter Salles - Linha de Passe

Que bode... O mundo já começou a se cansar dos filmes brasileiros. A moda passou. O que ficou? As mesmíssimas histórias que nos atormentam desde o Modernismo, a idéia de "cultura de massa focando a brasilidade", os enredos envolvendo famílias de bom coração lutando contra as adversidades da vida, com muito futebol, samba e malandragem. O complexo de Gilberto Freyre, que afirma ser a cultura um bem das massas. Isso não ajuda em nada o país, já que reafirma e exalta o complexo de inferioridade que aflinge a nossa sociedade, que se conforma com o papel que lhe é atribuído, amansando e eliminando qualquer traço de combatividade, e nem faz o nosso cinema evoluir, já que estamos estacionados no binômio "cinema de arte pra gringo ver/ produções pipoquentas da Globo Filmes". A chinelagem, que é vendida como patrimônio nacional, quando deveria ser combatida com todo o ranço do mundo, já que, como já dito um milhão de vezes, serve para propósitos muitíssimos bem definidos. Se a miséria e a cultura que nasce dentro dela é exaltada, fica mais difícil para a camada menos favorecida da nossa sociedade se rebelar contra essa situação, e mais fácil para as velhas figurinhas carimbadas continuarem enchendo a bucha de dinheiro em detrimento do povo. Salles mais uma vez faz papel de trouxa, o que lhe cabe muito bem, considerando toda a sua arrogância, já que o sujeito realmente pensa pertencer à elite do cinema mundial. O seu papel é outro, e é parecidíssimo com o dos Seus Jorges, Carlinhos Browns, Marisas Montes e Bebéis Gilbertos da vida: rebolar pra gringaiada aplaudir, enquanto o status quo é mantido por essas bandas. Pena que esse sons andam ficando cada vez menores...


Filme do Fernando Meirelles - Ensaio Sobre a Cegueira

Duas diferenças separam e favorecem Fernando Meirelles ante seu colega Walter Salles. Primeira: não tenta vender mentiras, sabe bem o seu papel como cineasta, e seus filmes existem por si mesmos, sem dependerem nem se beneficiarem de um pretenso contexto sócio-político por trás. Segunda: ele realmente é talentoso. Mas a idéia de filmar um livro assim, que qualquer pessoa minimamente sã desse mundo que tenha colocados seus olhos nele sabe ser quase que impossível de se converter para a liguagem do cinema, realmente foi estúpida. Maldita hora que foram dar o Nobel para o escritor português. A recepção dividida que teve o filme (fria por parte da crítica, e efusiva por parte do público) apenas evidencia melhor os problemas de um projeto desse tipo. E o elenco está cheio de figurinhas que andam me dando nos cornos, como o Mark Rufallo e a Julianne Moore (que cada vez mais pensa que atuar significa ficar bocejando o filme todo). Para os paulistanos, valerá a curiosidade de ver a cidade ser cenário de diversas cenas do filme. Imagino ir ver o filme com um colega pervo, e o chato ficar apontando pra tela gritando "olha lá o Minhocão!", "putz, é a Juscelino Kubistchek!" e "nossa, Higienópolis, meu!". É, seria dose.


Filme(s) do Steven Soderbergh - Che: The Argentinian e The Guerrila

Imaginem um filme do Steven Soderbergh. Putz, deu calafrios. Mas vai ficar pior. Imaginem que esse filme é a biografia do Che Guevara, interpretado pelo insuportável Benicio Del Toro. Agora, imaginem que, não contente em levar um projeto assim adiante, Soderbergh faça um filme tão longo, que resolva dividi-lo em dois, alá Kill Bill, e que os filmes juntos atinjam a inacreditável metragem de 258 minutos. 258 minutos de um filme sobre o Che Guevara, dirigido pelo Soderbergh e interpretado pelo Benicio Del Toro. O que é, Cleópatra dois, a missão? Por favor, alguém faça isso parar! Sério! Bush, invadir o Iraque? Invade é a casa do diretor careca e dá um belo dum sacode nele, caramba! Taca a mãe pra ver se quica.
Eu era neném, não tinha talco; mamãe passou açúcar em mim!


Depois desse show de horrores, é válido dizer qual filme despertou o maior número de aplausos e críticas positivas no festival, mais até do que o ganhador da Palma. Era um filme que estava fora da competição oficial. Kung Fu Panda. Sério. O desenho da Dream Works sobre um Urso Panda que luta Kung Fu, dublado pelo Jack Black, foi o filme que despertou o maior carinho do público e críticos do festival. Para o mundo aí, que o Progressista vai descer. Tchau e benção.

Um comentário:

  1. a diferenca da opniao de quem faz, para quem nao faz, é vc.
    tu nao entende porra nenhuma de cinema.

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