agora vai ficar feio: eu dizer tudo isto depois que vc já se foi. Lembro das boas companhias, das cervejas, das mulheres canadenses, até do hamburger com maionese trago boas lembranças. Eu não sei se é porque a gente sempre estava bebendo, logo, sempre parecia divertido. Lembro uma vez quando você, após expulsaram-nos de todos aqueles bares de Toronto, vc, ironicamente, gritou :
"O meio é a mensagem"
"O meio é a mensagem"
O barman tentou jogar o casco da cerveja na sua cabeça, caímos na neve e rimos da besteira que falara. Algumas pessoas na universidade te levavam à sério, sempre nós esquecíamos disso. Era 1964, tempos de mudanças afinal, todo o mundo girava dentro de um liquidificador chamado revolução. Não esperava que tivesse tamanha repercussão, mundo estranho.
Nas vindas e idas, chegamos sem vc na década de 80: nos deixaste de maneira esperta, não viu a merda que fizeram com tudo. Com a música, sobretudo. Se estivesse vivo provavelmente morreria só com as roupas do Elvis Costelo, sem dúvida.
Mas, na maioria da vezes, algo se salva, um feixe de esperança que dá forças pra continuar( isso é alguma música, não é?): os quadrinhos, falecido camarada, tiveram sua explosão nessa famigerada era.
Já dei alguns exemplos nesse próprio blog, mas faltou alguns detalhes, em verdade amigo, falta bastante coisa que vou colocando aos poucos, da maneira que vou adentrando nessa coisa de arte sequencial. Enfim, gostaria de comentar sobre "Mister X", obra de Dean Morter e Paul Rivoche. O resumo da pendenga: homem projeta uma cidadela retro-futurista onde perambula por ela analisando como a cidade influencia as pessoas. Além disso há uma pitada de noir: crimes acontecem, tramas complexas e "Mister X" busca salvar sua cidade,as pessoas que vivem nela e talvez a si mesmo nesse processo. Um personagem em busca de redenção e sua obra. Conceito interessante.
Tanto Dean quanto Paul eram designers, inclusive tinham um estúdio. Conceberam a história e o conceito gráfico juntos; Dean escreveria enquanto Paul desenharia. A idéia do conceito por trás de Mister X era criar uma obra que cumprisse uma premissa: através de referências de designers( Bauhauss e Contrutivismo Russo, por exemplo) criar uma história interessante e uma narrativa válida, porém acabou saindo errado. Dean brigou com Paul e todo o projeto do desenho, exceto as capas, ficaram na mão de artistas competentes, contudo tais artistas estavam longe de entender o conceito criado pela dupla. Conceito esse interessante, mas mal aplicado, usado talvez também na mídia errada, meu caro colega. O que acha?
Aí que volto a sua frase, bêbados estávamos, mas vc falou aquela frase. Na época não levamos à sério. Mas será que tem que se enquadrar pra escrever num blog? Existe uma função e uma forma de fazer isso? Besteiras, lembranças minha. Tudo isso é saudades de Toronto, eu sei. Saudade: uma palavra que você nunca entendeu.
Entender, não é? Outro problema com as palavras e o dizer. Parece que muito mais do quero ou não dizer é determinado em qual meio eu aplico a mensagem e não por aquilo que quero dizer,ou seja, o meio é a mensagem e voltamos aquela conversa de bar: o Mobral de comunicação daquele dia.
Enfim, parece que cada coisa tem seu devido lugar, não é amigo? Os filmes, no cinema; os livros, na impressão; os blogs, na internet. Ora, se cada um tem o seu lugar, um blog não pretende ser Machado de Assis, Sarte, cia. Um blog, parece, é um blog mesmo que ele abarque o universo. E costuma abarcar mesmo. Acho que é por isso que temos dificuldades de ler textos concebidos em livros quando estão em formato digital, não é? Isso sem falar na temporalidade, pois aquele dia fica pra outro post, ainda não sei o porquê de você ter chamado o Kerchcove para sair com a gente. Enfim, tudo dentro do seu quadrado.
Falando nisso recomendo ver a Dança do Quadrado: além de ter a ver com post é engraçado. Sei, tem coisa pra pensar sobre isso, coisas além do riso e dos reflexos no texto( o video é bem engraçado, pena que vc não pode ver, eu acho). E sei, camarada canadense, que eles apelaram colocando um anão( lembro vc falando disso: "Filme com anão é apelação"), mas dá muito mais texto, video, game, torpedo para discutir e posteriores masturbarções intelectuais. Sem mais, por enquanto. Pena que a gente não pode beber mais.
Abraços,
Camarada Moderado
Nas vindas e idas, chegamos sem vc na década de 80: nos deixaste de maneira esperta, não viu a merda que fizeram com tudo. Com a música, sobretudo. Se estivesse vivo provavelmente morreria só com as roupas do Elvis Costelo, sem dúvida.
Mas, na maioria da vezes, algo se salva, um feixe de esperança que dá forças pra continuar( isso é alguma música, não é?): os quadrinhos, falecido camarada, tiveram sua explosão nessa famigerada era.
Já dei alguns exemplos nesse próprio blog, mas faltou alguns detalhes, em verdade amigo, falta bastante coisa que vou colocando aos poucos, da maneira que vou adentrando nessa coisa de arte sequencial. Enfim, gostaria de comentar sobre "Mister X", obra de Dean Morter e Paul Rivoche. O resumo da pendenga: homem projeta uma cidadela retro-futurista onde perambula por ela analisando como a cidade influencia as pessoas. Além disso há uma pitada de noir: crimes acontecem, tramas complexas e "Mister X" busca salvar sua cidade,as pessoas que vivem nela e talvez a si mesmo nesse processo. Um personagem em busca de redenção e sua obra. Conceito interessante.
Tanto Dean quanto Paul eram designers, inclusive tinham um estúdio. Conceberam a história e o conceito gráfico juntos; Dean escreveria enquanto Paul desenharia. A idéia do conceito por trás de Mister X era criar uma obra que cumprisse uma premissa: através de referências de designers( Bauhauss e Contrutivismo Russo, por exemplo) criar uma história interessante e uma narrativa válida, porém acabou saindo errado. Dean brigou com Paul e todo o projeto do desenho, exceto as capas, ficaram na mão de artistas competentes, contudo tais artistas estavam longe de entender o conceito criado pela dupla. Conceito esse interessante, mas mal aplicado, usado talvez também na mídia errada, meu caro colega. O que acha?
Aí que volto a sua frase, bêbados estávamos, mas vc falou aquela frase. Na época não levamos à sério. Mas será que tem que se enquadrar pra escrever num blog? Existe uma função e uma forma de fazer isso? Besteiras, lembranças minha. Tudo isso é saudades de Toronto, eu sei. Saudade: uma palavra que você nunca entendeu.
Entender, não é? Outro problema com as palavras e o dizer. Parece que muito mais do quero ou não dizer é determinado em qual meio eu aplico a mensagem e não por aquilo que quero dizer,ou seja, o meio é a mensagem e voltamos aquela conversa de bar: o Mobral de comunicação daquele dia.
Enfim, parece que cada coisa tem seu devido lugar, não é amigo? Os filmes, no cinema; os livros, na impressão; os blogs, na internet. Ora, se cada um tem o seu lugar, um blog não pretende ser Machado de Assis, Sarte, cia. Um blog, parece, é um blog mesmo que ele abarque o universo. E costuma abarcar mesmo. Acho que é por isso que temos dificuldades de ler textos concebidos em livros quando estão em formato digital, não é? Isso sem falar na temporalidade, pois aquele dia fica pra outro post, ainda não sei o porquê de você ter chamado o Kerchcove para sair com a gente. Enfim, tudo dentro do seu quadrado.
Falando nisso recomendo ver a Dança do Quadrado: além de ter a ver com post é engraçado. Sei, tem coisa pra pensar sobre isso, coisas além do riso e dos reflexos no texto( o video é bem engraçado, pena que vc não pode ver, eu acho). E sei, camarada canadense, que eles apelaram colocando um anão( lembro vc falando disso: "Filme com anão é apelação"), mas dá muito mais texto, video, game, torpedo para discutir e posteriores masturbarções intelectuais. Sem mais, por enquanto. Pena que a gente não pode beber mais.
Abraços,
Camarada Moderado
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