Eu odiei Juno. Sim, pode me bater por isso. Fico cada vez mais preocupado ao ver que o filme, antes mesmo de ser lançado em circuito (assisti o filme numa sessão de pré-estréia vazia. Tá bom, vai, era uma sessão de meia-noite), já está na boca dos circuitos da "inteligentzia" paulistana. O mesmo efeito cascata que pegou os yankes e fez o filme render 120 milhões de dólares por lá. Todos dizendo-se apaixonados pela Ellen Page, querendo abraçar o filme e coisa e tal. Como não se pode abraçar um filme, sugiro duas coisas: esperem o lançamento em DVD para ficarem agarrando a caixa do mesmo, ou então surrupiem negativos originais do filme e mandem bala. Abracem, apertem, chamem de seu. Quanto a minha verdade, digo-a para vocês agora, em alto e bom som. A Ellen Page faz esse filme parecer muito melhor do que realmente é. Ou melhor, ela faz esse exercício de nulidade alternativa parecer algo cheio de alma, ao invés do vazio absurdo que existe ali. O Camarada Fundamentalista já tinha dado a dica do meu ódio ao filme. Ele o achou exagerado, muito exagerado. Talvez ele tenha razão. Talvez todos aqueles críticos quarentões-babões que escreveram estarem apaixonados pela personagem Juno tenham toda a razão em se sentirem assim. É fácil entender, considerando o que acontece com o personagem do Jason Bateman (ator principal da série mais superstimada da história da humanidade, Arrested Development) no filme, quando entra em contato com a Juno. Imagino todos esses coroas se colocando no lugar dele, interagindo com uma adolescente descolada, que sabe diferenciar o Punk de 77 do atual (nooooossssaaaaa! como ela é descolada) e que cita um cineasta tão cult e gore como o Dario Argento. Altamente sedutor.
E as meninas, então? Putz, no alvo. Digo agora para as garotas que não viram o filme e o virão a fazer em breve: vocês vão sair do cinema babando. "Nossa, agora eu posso reafirmar o meu até então reprimido orgulho de ser mulher! Somos um oásis de força e sensibilidade no meio desse mundo tão cínico e brutal! Girl Power! Opa, Girl Power não, Spice Girls não é nada cult, disfarça". Uma personagem tão, tão, tão, errr, forte como a Juno, irá virar vocês de cabeça para baixo. E ver um bando de marmanjo fraco e beta no filme também ajudará muito vocês se apaixonarem pelo filme. Não quero entrar no mérito da manjadíssima discussão "cacoetes do mundo indie", já que quando vejo um filme pouco me importa o rótulo que tenha por trás dele. O negócio é se o bicho é bom ou não. No mais, se houver uma continuação (aposto o que vocês quiserem que vai ter), deveriam chamar o Fundamentalista para dirigir ao invés do filho favorito do Ivan Reitman, Jason. Quando eu notei para o Camarada as minhas tentativas de interpretação sobre os corredores que vira e mexe passam no meio das cenas até o final do filme, ele deu uma intepretação tão perfeita que com certeza nem deve ter passado perto das idéias do Jason Reitman e da Diablo Cody, a ex-stripper e atual blogueira que escreveu os argumentos do filme. Tenho certeza que eles colocaram esse artefato no filme por meros efeitos compositivos. A Ellen Page, como já havia comprovado no péssimo X-Men 3 - no qual sobreviveu ao péssimo roteiro e a carnificina promovida pelo diretor Brett Ratner, que resolveu matar 90% dos mutantes naquele filme - é uma atriz realmente talentosa, e faz a personagem ganhar vida no meio de tantos cadáveres. Mas, francamente, nem se o Marlon Brando tivesse colocado peruca e uma barriga postiça, conseguiria salvar esse exercício de auto-indulgência descolada. Juno, minha querida, pare de ficar sambando pelos cantos, bote vergonha nessa cara e vai trampar um pouco, ganhar um dinheirinho, ao invés de ficar engravidando de corredores adolescentes-abobados por aí. "Nós não devemos ter vergonha dessa barriga postiça, Michael Cera. Você viu o uniforme que me colocaram no final do X-Men? Caçamba....Aquilo era mais apertado que a fome. Agora, qual era o nome mesmo do seu personagem no Arrested Development? George Michael? GEORGE MICHAEL? Rsrsrsrsrsrsrsrsrs."
E as meninas, então? Putz, no alvo. Digo agora para as garotas que não viram o filme e o virão a fazer em breve: vocês vão sair do cinema babando. "Nossa, agora eu posso reafirmar o meu até então reprimido orgulho de ser mulher! Somos um oásis de força e sensibilidade no meio desse mundo tão cínico e brutal! Girl Power! Opa, Girl Power não, Spice Girls não é nada cult, disfarça". Uma personagem tão, tão, tão, errr, forte como a Juno, irá virar vocês de cabeça para baixo. E ver um bando de marmanjo fraco e beta no filme também ajudará muito vocês se apaixonarem pelo filme. Não quero entrar no mérito da manjadíssima discussão "cacoetes do mundo indie", já que quando vejo um filme pouco me importa o rótulo que tenha por trás dele. O negócio é se o bicho é bom ou não. No mais, se houver uma continuação (aposto o que vocês quiserem que vai ter), deveriam chamar o Fundamentalista para dirigir ao invés do filho favorito do Ivan Reitman, Jason. Quando eu notei para o Camarada as minhas tentativas de interpretação sobre os corredores que vira e mexe passam no meio das cenas até o final do filme, ele deu uma intepretação tão perfeita que com certeza nem deve ter passado perto das idéias do Jason Reitman e da Diablo Cody, a ex-stripper e atual blogueira que escreveu os argumentos do filme. Tenho certeza que eles colocaram esse artefato no filme por meros efeitos compositivos. A Ellen Page, como já havia comprovado no péssimo X-Men 3 - no qual sobreviveu ao péssimo roteiro e a carnificina promovida pelo diretor Brett Ratner, que resolveu matar 90% dos mutantes naquele filme - é uma atriz realmente talentosa, e faz a personagem ganhar vida no meio de tantos cadáveres. Mas, francamente, nem se o Marlon Brando tivesse colocado peruca e uma barriga postiça, conseguiria salvar esse exercício de auto-indulgência descolada. Juno, minha querida, pare de ficar sambando pelos cantos, bote vergonha nessa cara e vai trampar um pouco, ganhar um dinheirinho, ao invés de ficar engravidando de corredores adolescentes-abobados por aí. "Nós não devemos ter vergonha dessa barriga postiça, Michael Cera. Você viu o uniforme que me colocaram no final do X-Men? Caçamba....Aquilo era mais apertado que a fome. Agora, qual era o nome mesmo do seu personagem no Arrested Development? George Michael? GEORGE MICHAEL? Rsrsrsrsrsrsrsrsrs."
Ok, vamos la, estou aqui pra fazer o papel do careta defensor de Juno. E não é pela Ellen Page, que é do caralho, mas pesou a mão em cima da personagem, não deixou o drama pesoal correr com muita sutileza.
ResponderExcluirQue o filme tenha feito suceso por seu charme, eu concordo, mas não que seja um exercicio de auto-indulgência. Penso mais que ele pode ser visto como uma visão desse mundo de clichês (dentro e fora dos filmes) se derretendo, um mundo em que, de repente, aparecem personagens que não são crianças nem adultos, nem pop nem nerd, que não sabem o que são e precisam suportar essa duvida eternamente. Isso o filme consegue mostrar com eloquencia impresionante. Que contenha a maioria dos vicios da cena indie americana, va la - mas não venha me dizer que é ruim.
Idem !
ResponderExcluirFinalmente encontro alguem que expressa o mesmo sentimento que eu pelo filme Juno. Para mim foi péssimo, pobre, enfadonho, personagens estáticas e desinteressantes, diálogos de dar sono, desenrolar completamente previsível. Não faz o espectador pensar, sonhar, sentir. É amorfo, inerte, sem graça. Não entendo o que se passa com os olhos de todo o mundo. Querem filmes sobre adolescentes irreverentes?Vejam o ghost world com scarlet johansson e tora birch ainda muito jovens, esse sim é incrível. Quanto a Juno e a Ellen Page?Guardem-nos para um domingo a tarde chuvoso quando efectivamente não têm mesmo mais nada de interessante para fazer, quando a casa já esta arrumada, o trabalho todo feito, o jardim tratado, quando tudo o que resta são bocejos em forma de filme.
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