terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Papai Noel negativo

Decidi reformular um Papai Noel só pra mim, dar-lhe medidas que me parecessem as mais adequadas. E confesso que não tive que pensar muito. Eu já andava com alguém na cabeça. A saber: Theodor W. Adorno. Exatamente, Adorno é o meu Papai Noel.

Caramba, eu estava lendo Minima Moralia e, olha, não tem como não se convencer de que ele não está lhe dizendo a verdade, absolutamente toda a verdade. E só por causa do tom. Nessa mesma linha, tem um Benjamin, que é um cara sussa, que fala com você de igual pra igual. Só uma palavra ou outra trai que, bom, ele não curte Coca-Cola assim tão de boa como você. Mas o Adorno... Dramático, me lembra um Isaías. Por sinal, é uma fala bíblica que poderia perfeitamente lhe servir de divisa: “O mundo jaz no Maligno”. O que é o mesmo que afirmar, como ele afirma, que “Não há mais nada de inofensivo”.

"Tchururu, tchururu, tchu..."

Para um Natal desprovido de ilusões, algo que, enfim, tão logo termino de escrever, revela-se um contra-senso, Adorno. Já ouço vocês cantarem “Um frankfurtiano incomoda muita gente / Dois frankfurtianos incomodam, incomodam muito mais”. Mas eu não ligo, porque vocês e eu passaremos.

Um comentário:

  1. putz, agora bateu uma saudade de teoria da comunicação e de sistemas de informação, snif...

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