1- A Felicidade Não se Compra - 1946
Das mais básicas noções de humanidade e respeito aos nossos semelhantes que comumente são usadas para reger a sociedade, pouco tinha se sobrado no "mundo" que conseguiu resistir à Segunda Guerra Mundial. Hoje, ficamos assombrados vendo a Guerra estúpida do senhor Bush Jr. no Iraque, e nos revoltamos ao ver os resultados trágicos dessa brincadeira do petroleiro de araque do Texas. Imagine então o panorama existente quando se sai de uma Guerra que foi capaz de matar 60 milhões de pessoas. Que viu crianças (mais precisamente dois milhões) serem exterminadas pelo simples fato de existirem, que viu cidades serem expostas aos efeitos devastadores das bombas atômicas. E todas as espécies de coisas feias e degradantes que vieram com aquela Guerra. Tipo, era meio difícil acreditar no gênero humano depois de tamanho açougue. Não existiam motivos para se andar com a cabeça em pé, ou em crer em qualquer sonho de mundo melhor. O momento mais sombrio da história da humanidade, sem dúvida. Pelo menos, isso era o que se pensava. Mas com certeza não era a idéia de um senhor siciliano que imigrou para os EUA na adolescência, e que se tornou um símbolo do cinema. Frank Capra, um homem de chamados. Que quando viu sua pátria adotiva cair de Joelhos pela horrenda crise de 29, fez uma série de filmes que levantou a moral do seu adorado povo. E que não se conformou ao ver a desesperança estampada no rosto dos seus semelhantes depois da carnificina, que ele mesmo testemunhou ao vivo (fez filmes promocionais para o Governo americano durante o conflito). Pegou um arremedo de roteiro que apodrecia nos arquivos de um estúdio, formou sua própria companhia de filmes e fez o filme que acabaria, por mais clichê que isso soe, trazer de volta a confiança nesse troço chamado humanidade. A Felicidade Não se Compra, não só o melhor filme de Natal de todos, mas também um dos melhores filmes de todos os tempos.
Das mais básicas noções de humanidade e respeito aos nossos semelhantes que comumente são usadas para reger a sociedade, pouco tinha se sobrado no "mundo" que conseguiu resistir à Segunda Guerra Mundial. Hoje, ficamos assombrados vendo a Guerra estúpida do senhor Bush Jr. no Iraque, e nos revoltamos ao ver os resultados trágicos dessa brincadeira do petroleiro de araque do Texas. Imagine então o panorama existente quando se sai de uma Guerra que foi capaz de matar 60 milhões de pessoas. Que viu crianças (mais precisamente dois milhões) serem exterminadas pelo simples fato de existirem, que viu cidades serem expostas aos efeitos devastadores das bombas atômicas. E todas as espécies de coisas feias e degradantes que vieram com aquela Guerra. Tipo, era meio difícil acreditar no gênero humano depois de tamanho açougue. Não existiam motivos para se andar com a cabeça em pé, ou em crer em qualquer sonho de mundo melhor. O momento mais sombrio da história da humanidade, sem dúvida. Pelo menos, isso era o que se pensava. Mas com certeza não era a idéia de um senhor siciliano que imigrou para os EUA na adolescência, e que se tornou um símbolo do cinema. Frank Capra, um homem de chamados. Que quando viu sua pátria adotiva cair de Joelhos pela horrenda crise de 29, fez uma série de filmes que levantou a moral do seu adorado povo. E que não se conformou ao ver a desesperança estampada no rosto dos seus semelhantes depois da carnificina, que ele mesmo testemunhou ao vivo (fez filmes promocionais para o Governo americano durante o conflito). Pegou um arremedo de roteiro que apodrecia nos arquivos de um estúdio, formou sua própria companhia de filmes e fez o filme que acabaria, por mais clichê que isso soe, trazer de volta a confiança nesse troço chamado humanidade. A Felicidade Não se Compra, não só o melhor filme de Natal de todos, mas também um dos melhores filmes de todos os tempos.
Conta a história de um homem desiludido, George Bailey (interpretado pelo James Stewart), que sonha desde a infância em sair da pequena cidade que vive (Bedford Falls, cidade mais famosa do cinema) com a família, que herda o comando do pequeno banco de empréstimos depois da morte do pai e que consegue, mesmo com a ganância de um rico empresário local, ajudar os pobres moradores locais a comprarem suas tão sonhadas casas com empréstimos camaradas. Surdo de um ouvido ao salvar o irmão de um afogamento, acaba não indo para a guerra (enquanto o seu irmão vira um herói condecorado), o que só aumenta seu desconforto com a vida. Então, numa noite de Natal, acaba entrando numa situação aparentemente sem saída, resolve então se suicidar, e é impedido por um anjo, que resolve lhe mostrar como seria a vida na cidadezinha se ele não tivesse nascido. Aí... Bem, não revelarei mais nada. A maneira que Capra constrói a narrativa é brilhante. Seu protagonista passa o filme todo ajudando as pessoas, se opondo aos poderosos locais, mas sem jamais mostrar qualquer tipo de apreço pela sua pacata vida. Nem mesmo nós, os espectadores, percebemos durante o filme o quanto ele fazia pelo seu povo. Golpe de mestre, que acaba fazendo o final ser ainda mais impactante do que já seria. James Stewart, que é considerado por muitos o melhor ator da Classic Hollywood (ao lado do senhor Humphrey Bogart, obviamente), empresta toda a dignidade da sua persona cinematográfica para o personagem, trazendo também um inesperado lado sombrio e desolado para o filme, o que foi surpreendente, considerando que nos filmes pré-guerra Stewart sempre interpretava personagens engraçadinhos e sem maiores dilemas. Ele entendeu direitinho o espírito do filme e da época. O ser humano tinha um lado terrível, mas no final todos nos redimimos através dos nossos semelhantes. Pena que na vida real ele tenha se perdido no meio de um patriotismo irracional, que o tornou capaz até de, em nome do Macarthismo, espionar colegas de profissão, incluindo o próprio Capra (muitos entenderam o Felicidade Não se Compra como uma crítica à ganância dos bancários, algo que na época soava para o governo como um ato comunista), por mais incrível que pareça. Mas ele sempre considerou o filme como o seu favorito, apesar de tudo. A mensagem do filme ajudou o mundo a sair da lama na qual estava atolado, e sua importância é incalculável. Foi eleito pelo AFI, American Film's Institute, na sua lista de 100 filmes mais inspiradores já feitos, como o filme mais inspirador de todos os tempos, figurando em primeiro na lista. Sintomático. O pior momento da nossa história exigiu um filme que estivesse à altura de tamanho estrago. E Capra e o A Felicidade Não se Compra se mostraram aptos para varrer a sombra que pairava sobre o gênero humano para trás. A mensagem do filme pode soar ingênua para alguns no mundo cínico que vivemos hoje. Mas não havia nada de ingênuo ou equivocado nesse filme. Somente o restabelecimento de uma verdade. De que não merecemos perder a confiança uns nos outros por culpa de fascínoras desmiolados. E quer mérito maior do que o filme ter inspirado a sensacional saga De Volta Para o Futuro (a trilogia é baseada na cena na qual James Stewart vê como seria a vida sem ele)? Um Feliz Natal, que nos ilumina até os dias de hoje, logicamente.
Frank Capra, explicando numa entrevista o que gostaria de fazer com a cara do seu cowboy desafeto John Wayne
Gostei muito desse post e seu blog é muito interessante, vou passar por aqui sempre =) Depois dá uma passada lá no meu site, que é sobre o CresceNet, espero que goste. O endereço dele é http://www.provedorcrescenet.com . Um abraço.
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