sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Séries do bem, para pessoas do bem

Enquanto a batalha definitiva entre o bem e o mal não acontece, vamos falar sobre dois seriados que eu ando assistindo ultimamente. Uma é bem nova, a outra nem tanto. As duas são bem violentas, e atentam contra a moral e os bons costumes. Mas a maior semelhança que elas compartilham se relaciona aos seus protagonistas, que são dois PSICOPATAS! Ui ui ui! Sangue nos zóio, muleke!

Dexter - Estados Unidos da Gringolândia - 2006-Presente
Dexter é uma série séria. Dexter é um homem que acredita não ter sentimentos. Dexter é um serial killer. Dexter mata suas vítimas de acordo com um código de ética ensinado pelo seu pai. Dexter aparenta ser para todos os outros personagens um sujeito pacato, embora sua prática de sorrir e mal disfarçar a excitação que sente em sangrentas cenas de crime (ele trabalha na perícia da Polícia de Miami) desperte a suspeita de um e outro. Dexter é uma série do bem, sobre um cara que acredita ser do mal, mas que ainda não percebeu que o mal contamina o coração, e cria rugas nas faces dos homens, ao contrário do bem, que é o arco-íris no fim das tempestades que encharcam os homens do bem e do mal.

Psicopata n° 1. Alguém me disse que o braço não era dele. E houve muito contentamento.


South Park - Estados Unidos de Cima - 1997-Presente
 Eu não gostava de South Park quando moleque. Tenho ainda grandes reservas contra os seus dois criadores, Trey Parker e Matt Stone, dois sujeitos que se acham tão acima de todas as coisas. Mas é inegável que a série melhorou com o passar do tempo, agora que vive a sua 14° temporada.. Deixou de ser um show sobre quatro garotos com problemas de flatulências, e virou um perigoso microcosmos de uma sociedade doente.  O símbolo da mudança é o gordito Cartman, que passou de uma criança mimada, boca-suja e ocasionalmente racista para um verdadeiro psicopata juvenil, capaz de armar assassinatos por vingança e de organizar ralis contra as minorias da cidade. Ah, aquele pequeno detalhe que separa crianças de Nazistas...

Psicopata n°2. Alguém me disse que a semelhança era intencional. E houve muito contentamento.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Vincere

Eu assisti Vincere, então achei que tinha que comentar alguma coisa. É um filme italiano sobre como o Mussolini tinha cabelo por causa do amor, mas então ele deixou de amar e ficou careca. Se bem que é difícil saber se ele amava mesmo Ida Dalser, que é uma personagem do filme, aliás a protagonista, tirando o próprio Mussolini, de quem se pode dizer que é e não é o protagonista do filme. Levando em conta que o título foi tirado de um discurso dele, ele é o protagonista. Mas esse discurso não é feito pelo ator que interpreta o Mussolini, mas pelo próprio Mussolini, numa imagem de arquivo, de modo que, na economia do filme, esse “Vincere”, sendo do próprio Mussolini, não é do filme, que no entanto aproveita a imagem documental, então fica mesmo difícil decidir se o Mussolini é ou não protagonista do filme. Mas o filme se chama Vincere, como eu disse.

Poster do filme, com o busto do Mussolini embaixo aparentemente derrubado, como no filme, talvez simbolicamente derrubado, não sei.

A atriz que interpreta a Ida Dalser não diz "vincere" em nenhum momento, mas na minha opinião ela meio que vincere no final, porque ela sai como que aclamada na última cena em que aparece, e eu não sei se isso foi um spoiler, espero sinceramente que não. E se o Mussolini queria ser o Duce, ela queria ser a esposa do Duce. Isso explica a devoção de pietà que ela nutria pelo ditador antes de ele vir a ser ditador. Daí que a mensagem do filme é que ela teve o que merecia. A cena do sexo acho que foi bem interessante, tirando o sexo, porque sexo só é bom com quem a gente ama, e eu não sei se ele amava mesmo a Ida Dalser. Ele era na verdade um grande amante de si mesmo porque nem olhou pra ela enquanto estavam praticando o sexo. Essa é a minha opinião.

Eu fui ver o filme no Cinesesc, que só tem uma sala, mas que agora está novo e bonito, com um saguão bem bonito, com pinturas de artistas contemporâneos e umas peças móveis, de função lúdica, que as pessoas que frequentam o cinema se sentem na obrigação de tirar de uma tela e colocar na outra, resultando nas combinações mais doidas possíveis, carinha, só vendo. Em resumo, o cinema é 10, a sala é 7, e o filme é 8, beijo pra todo o mundo.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

O que eu fiz nas minhas férias

Nessas minhas férias eu fui ao zoológico e vi um leão selvagem e o tratador dele tratando dele. Era peludo e a barriga era toda peludona. O leão também era bem peludo. Só que bem menos. Eu e os meus amigos tiramos várias fotos dos vários animais que tinha lá. Minha tia Ester mandou todo mundo calar a boca, senão a gente não ia ver Eclipse. Então todo mundo calou a boca MESMO. Foi bem comovente.

Meu primo Douglas arranjou um DVD pirata da Origem e a gente se reuniu todo mundo e viu lá na casa dele porque tem uma LCD de 42 polegadas. Tinha tantas explosões que a gente acabou dormindo e o Douglas disse que a gente dormindo no meio do filme era o sexto nível. Eu não ri, não. Aí a gente foi tomar Coca e sorvete. Mas a Coca tava quente e deu vontade de morrer.

Daí eu acordei com a minha mãe dizendo que não era 1999 nem que eu estava na escola. Mas que eu era um blogueiro desempregado. Ela mandou eu pedir desculpas por ter ficado tanto tempo fora. Ela disse que vocês dependem da gente pra parecer inteligentes em mesa de boteco falando de filmes da moda. Desculpae. Vocês passaram um sufoco ae, mas a gente vai compensar.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Fomos ao Cinema ver A Origem

O filme trata sobre a possibilidade de se adentrar na mente de uma pessoa através de sonhos, e fazer modificações  neles que alterem percepções e comportamentos na vida real também. Como em determinado momento do filme vemos os personagens atravessando 3 camadas de sonhos ao mesmo tempo, farei um texto que parafraseará isso, sem se pretender como um exercício de metalinguagem, algo feito à exaustação em outros tempos no blog, ou de pós-modernismo, já que o texto jamais terá (ou ganhará) consciência do seu status como texto dentro de um blog.
Ligando e plugando o videogame
A Origem – Diretor: Christopher Nolan; Elenco: Leonardo DiCaprio, Ellen Page, Marion Cottilard, Joseph Gordon-Levitt (o moleque de 30 Rock From The Sun, agora crescido e com barba), e um monte de atores gringos, que acrescentam sotaques e exotismo à produção.

Primeira Camada – A Alegria
É a alegria de voltarmos ao nosso filho abandonado, o Fomos ao Cinema (e vocês verão depois que isso é bancado com gusto e bravado pelo nosso Paulo, A.K.A. Fundamentalista).

Segunda Camada – Descrição do Filme
Um ladrão especialista em extração (roubo de informações e segredos diretamente da mente humana) aceita a oferta de um milionário para um trabalhão de inserção (a Inception do título original), que é a inserção de informações ou comportamentos na mente. Ele junta um time de especialistas para realizar esse, que é o seu último e perigoso trabalho,e a sua chance de redenção.

Terceira Camada – Análise Subjetiva
O filme é confuso, e o roteiro é esburacado como a Fernão Dias. Pretende-se como um exercício de estilo incrementado por estudos de realidade e fantasia, mas desde que Hipócrates uniu as duas intepretações da causa dos sonhos existentes no século IV A.C. e as estudou com mais afinco, jamais se viu uma tentativa tão pretensiosa e desprovida de construção e apuro. Mas isso precisa ser melhor (o totem gira, gira, gira, gira)

Rogério L., a.k.a. Progressista