sábado, 28 de junho de 2025

Top 10 – FILMES DA DÉCADA DE 2010

 

Segue aqui uma lista com os dez melhores filmes da década passada, a mesma que terminou com o Corona batendo na nossa portinha. Lembrando que a lista reflete apenas a opinião desse que vos fala, então não que ninguém resolva encher a porra do meu saco chorando a ausência dos seus filmes (ou taras) favoritos. Beijunda e força sempre no coração de todes (olha o protocolo WOKE ai, gente!!!!)

 

10 – Era uma Vez em Hollywood - 2019



Uma carta ao mesmo de amor e lamento de Quentin Tarantino para sua amada Los Angeles. O filme nos transporta para um momento específico na história da cidade, quando a  “inocência”  (na falta de um melhor termo) dos primeiros e impressionáveis anos de Tarantino foi devastada pela explosão de violência trazida pelos distúrbios e comoções do fim da década de 60. O diretor captura aquele ambiente com o habitual apuro técnico e paixão, criando uma experiência absolutamente intrigante e devastadora para seus espectadores. Destaque para outro grande trabalho de Brad Pitt e para um DiCaprio com um surpreendente timing cômico e disposição para rir de si mesmo. Margot Robbie também mostra talento para composição, atingindo todas as notas certas com sua Sharon Tate, mesmo com o tempo reduzido de tela. O trabalho de casting do elenco foi absolutamente impressionante, revelando quase que sozinho toda a nova geração de atores hollywoodianos que vem se destacando nos últimos anos (Austin Butler, Sidney Sweeney, Mikey Madison, Victoria Predetti).

 

9 – Azul é a Cor Mais Quente – 2013



Filme que causou furor em 2013, tanto pela temática quanto por problemas de bastidores, mas que merece ser lembrado e analisado pela sua trama, entregando uma história de amor e auto-conhecimento como poucas vezes visto nos últimos anos, marcados pela eterna e tediosa dualidade de filmes de super-heróis/filmes de streaming. Deixando de lado as polêmicas dos bastidores, deve-se celebrar a direção inventiva e segura do talentoso Abdellatif Kechiche e as grandes atuações de Léa Seydoux e Adéle Exarchopoulos, que foram inexplicavelmente preteridas na campanha do Oscar.

 

8 – O Mestre – 2012



Embora seja um filme mais comedido dentro do que Paul Thomas Anderson costuma oferecer no escopo do seu trabalho, O Mestre impressiona pela força de suas atuações, principalmente pelo trabalho avassalador do genial Philip Seymour Hoffman, que simplesmente oblitera tudo o que vê pela frente em todas as cenas que participa. Joaquin Phoenix também comete uma de suas performances mais apaixonadas. Anderson usa seu talento como diretor de uma maneira mais sutil, atuando como um metrônomo, dando ritmo e cor para as performances e entendendo que a força do filme estava no seu intérprete principal. A morte de Hoffman é sentida até hoje, deixando um vácuo de talento irrecuperável.


7 – O Grande Hotel Budapeste – 2014



Filme mais bem sucedido de Wes Anderson no círculo de premiações, garantindo sua única indicação ao Oscar de melhor Diretor, O Grande Hotel Budapeste é um dos mergulhos mais divertidos e fascinantes dentro do universo do talentoso autor. Além de apresentar sua costumeira mesmerizante experiência visual, Anderson surpreende ao criar uma trama extremamente mordaz e ácida, mostrando que o domínio de seus elementos estava atingindo àquela altura um nível impressionante, com total autoconfiança e segurança nas suas convicções e habilidades como diretor e roteirista. Isso pode gerado o começo de uma fase que incomodou e incomoda antigos fãs seus, que pregam histericamente na “INTERNET”  que ele começou a afundar na autoindulgência nos últimos projetos (algo do qual eu discordo veementemente). Ainda bem que Anderson não dá a mínima para essas sirenes do apocalipse e continua fazendo o que bem entende.


6 – Relatos Selvagens – 2014




Grande exemplar da boa fase que o cinema argentino vem passando nos últimos 20 anos, Relatos Selvagens impressiona por encontrar uma harmonia quase espiritual dentro do caos gerado por suas diversas histórias paralelas. Excelente trabalho do sumido diretor Damián Szifron e mais um palco para desfrutarmos do talento de Ricardo Darín, que finalmente está sendo reconhecido no mundo todo com o sucesso da série O Eternauta.


5 – Corra! – 2017



Jordan Peele fez toda uma geração morrer de rir com os quadros de humor do excelente programa Key e Peele, trabalho que fazia junto de seu colega Keegan-Michael Key. Quando anunciou que estrearia como diretor a surpresa foi geral, já que todos queriam que ele continuasse no campo do humor. Só que ai perderíamos não só um dos melhores filmes da década, como também um dos melhores filmes de terror de todos os tempos. Peele chuta a porta e cria um clima nervoso e aterrorizante, se dando ao luxo de usar o contexto histórico da escravidão e culpa branca ao seu favor, mostrando um virtuosismo narrativo que deveria não ter passado desapercebido pelos fãs do programa, já que muitos quadros já faziam uso de seu talento nesse quesito. Nota também para o seu filme seguinte, Nós, que é criminalmente subestimado.


4 -  Her – 2013



Obra-prima do diretor Spike Jonze e melhor trabalho de Joaquin Phoenix como ator, mostrando uma composição cuidadosa e comedida, que foge do tipo costumeiro de seus papéis, que tendem normalmente a personagens perturbados e impulsivos. O filme é absolutamente relevante dentro do cenário de onipresença de Inteligência Artificial cada vez mais dominando nosso cotidiano. A sua busca por humanidade e conexões dentro de um mundo asséptico e artificial nunca deixa de ser fascinante.


3 – La La Land – 2016



O filme é lembrado pela sua excelência técnica, com o diretor Damien Chazelle e sua equipe impressionando seus espectadores a cada frame, criando um espetáculo visual e sonoro inesquecível. Destaque também para os trabalhos apaixonados de Ryan Gosling e Emma Stone. Criou uma onda de musicais neomodernos que está hoje mais evidenciada do que nunca, como vimos com o sucesso de Wicked na última temporada, embora os resultados desses projetos nem sempre sejam satisfatórios.


2 – A Rede Social – 2010



Último clássico inquestionável de David Fincher, A Rede Social jamais perdeu seu status como o filme que ao mesmo tempo mostrou fascinação e medo com o lançamento da fase mais aguda da era das redes sociais, antevendo todos os problemas que enfrentamos hoje, já longínquos 15 anos depois. Fincher não mostra timidez ao fazer uso de todo seu virtuosismo técnico e obsessão por detalhes, fazendo uso de mais um grande trabalho de roteiro de Aaron Sorkin para tentar entender esse caleidoscópio bizarro e por vezes assustador dessas mentes tão brilhantes e intransigentes, que descambaram nessa linda era de fascismo virtual que vivemos hoje. Destaque total para a atuação de Jesse Eisenberg, em um dos maiores trabalhos de interpretação dos últimos anos.

 

1 – O Lobo de Wall Street – 2013



Tenham-se ou não reservas com a parceria do gênio Martin Scorcese com Leonardo DiCaprio, é impossível negar que O Lobo de Wall Street foi a maior experiência cinematográfica daquela década. Vertiginoso do começo ao fim, o filme é um ataque a todos os sentidos e gostos, virando sua metralhadora para a cultura yuppie-vitaminada-por-quilos-e-quilos-de-cocaína, cometendo no caminho um massacre inesquecível aos sensos de seus agradecidos espectadores. É admirável presenciar um mestre com décadas de experiência como Scorcese disposto a deixar sua verve e coração punk transbordar de maneira tão visceral e energética, sem medo de julgamentos ou ideias pré-concebidas sobre como artistas como ele deveriam colocar seus conceitos e paixões em caixas atrás de caixas em cima de caixas do lado de mais caixas e caixas e caixas e caixas e FIM


Nenhum comentário:

Postar um comentário