segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

TETÉIA DA SEMANA

Gabriela Spanic

Atriz venezuelana, imortalizada ao atuar na colossal novela mexicana A Usurpadora, sucessão no SBT no final da década passada, antes do Sílvio Santos ficar gagá e mudar a programação da emissora a cada cinco segundos. Se nós considerarmos, vamos ver, Cidadão Kane como o maior êxito da linguagem de dramaturgia transposta para vídeo, tanto em termos de cinema quanto de televisão, as novelas mexicanas estariam juntas com os filmes do Michael Bay do outro lado da moeda. Mas, ao contrário dos filmes de Bay, as novelas mexicanas conseguem proporcionar belíssimas risadas, ao desconsiderar desde o início qualquer tipo de sutileza em termos de roteiros e interpretações e partir logo para o dramalhão, com épicas histórias de drama, vinganças e amores impossiveís. A máxima do "é tão ruim que chega a ser bom" vale. No caso da Usurpadora, quem já ousou assistir algum capítulo sabe bem o que fez a novela ser um dos maiores êxitos da história da Televisa, a Globo Mexicana, lançando a Gabriela Spanic ao estrelato. Fez tanto sucesso por aqui também que quando ela veio para o Brasil, levantou a audiência de todos os programas do SBT que visitou. A saga das irmãs gêmeas separadas no nascimento, com uma se tornando bondosa e pobre e a outra rica e malvada é uma aula de como não ter vergonha alguma daquela palavra chamada maniqueísmo. Pô, pra quê complicar, enfiar complexidade e profundidade nos seus personagens, se você pode partir pra ignorância e deixar tudo às claras desde o começo? Quem é bonzinho é bonzinho e não tem defeitos, e quem é mal é pior do que bater na mãe, oras! Nem todo mundo pode ser o Tennessee Williams não, pô! "O quê, eu não sou filha de Dom Carlos Eduardo da Veiga? NÃÃÃÃAÃÃÃÕOOOOOOO!!!!!!!".

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