José Sarney não é judeu. Nem mesmo marrano. O y no nome faz desconfiar. Mas Britney também é com y e não é judeu. Mulheres judias são geralmente magras. O caso é que nazistas perseguem judeus. Ouvi dizer que também negros e homossexuais. Mas acho que não. Assisti A Lista de Schindler, e não tinha o Morgan Freeman nem o Rupert Everett. Só se forem judeus negros homossexuais. Tipo o 50 Cent. Aquilo na cabeça dele é um kipá, né? E o clipe em que ele e o Eminem estão presos em clima de rebelião lembra Oz.
Costumava desprezar gente que se impressionava com 50 Cent e sua trajetória de superação da bandidagem ao estrelato. “Sou durão porque levei uns tiros.” Não fosse o fato de ser judeu, negro e homossexual, ele seria nazista pensando desse jeito. Olhar as pessoas de cima pra baixo só porque levou uns tiros é o mesmo que eu esnobar alguém porque estou com o braço engessado. Militares fazem isso com civis. Esses civis aí. Tá, eu nunca quebrei o braço, nunca assinaram o meu gesto e eu já me sinto diminuído o bastante sem ter de tocar nesse assunto.
Minha reflexão profunda de hoje é que política é uma espécie de moralização do poder. Em vez de barbarizar geral sem dar satisfação a ninguém, você barbariza geral e depois pede desculpas. Você barbariza geral limpando a boca com o guardanapo. Alguém aí pode dizer que, se for assim, então a única diferença entre a civilização e a barbárie ou o chavismo é que na primeira o tapa na orelha é previsto em lei. Então.
Um ato secreto seria então a exposição necessária da coisa podre que é a nossa alma?
Mas eu estou preocupado com a desumanização que o debate político pode implicar. Queremos ter razão e acabamos enxergando do outro lado apenas a parte equivocada, faltosa, desonesta. O inimigo a ser combatido e derrotado. Um alvo. Sabe, desumanizar o outro é desumanizar a si mesmo. Por isso quero fazer algo diferente hoje.
Veja isso:
Nenhum comentário:
Postar um comentário