terça-feira, 1 de setembro de 2009

Fantástico mundo novo tem menos de 140 caracteres

A internet é um lugar incrível. Qualquer idiota com algum senso de perseverança pode, de um dia para outro, sair da sua mediocridade pessoal e expandir sua esfera pessoal além dos limites nunca dantes imaginados. Sabemos que, no início, tudo era bom, até Deus nos ensina isso: "Não coma daquela árvore, malandrão". A internet no seu começo era um lugar pacato e tranquilho cheio de frames e gifs mal recortados, tórrida inocência perdida e espurgada; onde cada site mal estruturado com um efeito malandrinho de html poderia nos assustar com seu dinamismo e cores vindas diretas da década de 80. Aqui uso o epíteto velho da nossa querida humanidade: mas o que é bom sempre pode piorar.


Isso era social media

Mircs, web pages pessoais, e-mail, icq, odigo para os mais nerds: não existia nenhum conceito por trás dessas coisas. Minto, existia uns malucos idealistas que pré-diziam toda a massaroca que seria os nossos tempos modernos, mas ninguém além daqueles circuitos acadêmicos estranhos dava oportunidade de fala aos coitados. Voltando, todo aquela parafernália digital existia como perfumaria para a real função da internet: trocar informações e facilitar ações colaborativas. Se avião era meio de transporte, virou arma precisa nas guerras; a energia atômica salvaria o mundo e não apenas ajudaria caras gordos e crianças pequenas a terem exito. Daí regurgito: por que logo a internet seria diferente?

Um revolução digital, sim senhor!


Que tal um sorvete social?

Desde então, meus caros, a internet virou um negócio, legal, cool, moderno. Antes remota e cheia de reclusos com abundância de acnes; agora moderna, antenada(posso twittar do meu celular, cara!). Tão radical quanto Nescau ela cresceu e ganhou várias teorias de caras descolados e jovens que diziam saber tudo sobre ela, caras que dispensavam todos aqueles velhos, mesmo aqueles que falavam dela há muito tempo. Surgiram muito nomes, designações, alcunhas e muitos outros temas vindos dos cientistas de mídias sociais, é, esse é o nome: mídias sociais. Diferente da visão orwelliana das faculdades de jornalismos e mais próxima das veredas pollianas dos cursos de publicidade, a cibercultura tingidas pelas cores dos nossos amigos publicitários, que bonitinho...

Blogs, videos e podcast inundaram a internet; o padeiro da minha rua tem um twitter(alguma coisa com pãozionhosquentesopa!), cheguei a conhecer mendigos com blog(será que ele sobrevivia de adsense?). A dança do quadrado está aí ao mesmo tempo que a saudosa Stephany com seu possante envenenado. Mas cá entre nós, cheguem mais perto, e a parte boa da internet: cadê a rede de convergência de idéias, conteúdo colaborativo, ações sociais? A tal da inteligência coletiva que as vezes surge como relâmpago no meio da tempestade? O ponto é justamente esse, perca tempo: os nossos amigos da social media, nós dizem para nós mantermos antenados onde surge uma mídia social nova a cada segundo... gostaria de saber cadê aquele negócio bonito que não era toda essa perfumaria e somente ela?

Alguém lá no fundo grita: "A Wiki! A Wiki!" Tá... mas e as outras coisas... e alguns me enumeram um monte de coisa, entretanto esse monte quem sabe é aqueles ratos de internet que postam viciadamente até pelo seu ipod(estou falando com vc). Meu tio não sabe procurar no google, não usa rss e nunca ouviu falar de torrent. Caímos em outro controle e mal uso onde aquele vilão não é só o conglomerado do Tio Disney, nem a Rede Globo, mas seu vizinho, seu colega de faculdade que tem 100 seguidores no twitter; quem sabe, dá uma olhada no espelho., não está se sentindo um tanto maquiavélico hoje?

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