sábado, 28 de junho de 2025

Top 10 – FILMES DA DÉCADA DE 2010

 

Segue aqui uma lista com os dez melhores filmes da década passada, a mesma que terminou com o Corona batendo na nossa portinha. Lembrando que a lista reflete apenas a opinião desse que vos fala, então que ninguém resolva encher a porra do meu saco chorando a ausência dos seus filmes (ou taras) favoritos. Beijunda e força sempre no coração de todes (olha o protocolo WOKE ai, gente!!!!)

 

10 – Era uma Vez em Hollywood - 2019



Uma carta ao mesmo de amor e lamento de Quentin Tarantino para sua amada Los Angeles. O filme nos transporta para um momento específico na história da cidade, quando a  “inocência”  (na falta de um melhor termo) dos primeiros e impressionáveis anos de Tarantino foi devastada pela explosão de violência trazida pelos distúrbios e comoções do fim da década de 60. O diretor captura aquele ambiente com o habitual apuro técnico e paixão, criando uma experiência absolutamente intrigante e devastadora para seus espectadores. Destaque para outro grande trabalho de Brad Pitt e para um DiCaprio com um surpreendente timing cômico e disposição para rir de si mesmo. Margot Robbie também mostra talento para composição, atingindo todas as notas certas com sua Sharon Tate, mesmo com o tempo reduzido de tela. O trabalho de casting do elenco foi absolutamente impressionante, revelando quase que sozinho toda a nova geração de atores hollywoodianos que vem se destacando nos últimos anos (Austin Butler, Sidney Sweeney, Mikey Madison, Victoria Predetti).

 

9 – Azul é a Cor Mais Quente – 2013



Filme que causou furor em 2013, tanto pela temática quanto por problemas de bastidores, mas que merece ser lembrado e analisado pela sua trama, entregando uma história de amor e auto-conhecimento como poucas vezes visto nos últimos anos, marcados pela eterna e tediosa dualidade de filmes de super-heróis/filmes de streaming. Deixando de lado as polêmicas dos bastidores, deve-se celebrar a direção inventiva e segura do talentoso Abdellatif Kechiche e as grandes atuações de Léa Seydoux e Adéle Exarchopoulos, que foram inexplicavelmente preteridas na campanha do Oscar.

 

8 – O Mestre – 2012



Embora seja um filme mais comedido dentro do que Paul Thomas Anderson costuma oferecer no escopo do seu trabalho, O Mestre impressiona pela força de suas atuações, principalmente pelo trabalho avassalador do genial Philip Seymour Hoffman, que simplesmente oblitera tudo o que vê pela frente em todas as cenas que participa. Joaquin Phoenix também comete uma de suas performances mais apaixonadas. Anderson usa seu talento como diretor de uma maneira mais sutil, atuando como um metrônomo, dando ritmo e cor para as performances e entendendo que a força do filme estava no seu intérprete principal. A morte de Hoffman é sentida até hoje, deixando um vácuo de talento irrecuperável.


7 – O Grande Hotel Budapeste – 2014



Filme mais bem sucedido de Wes Anderson no círculo de premiações, garantindo sua única indicação ao Oscar de melhor Diretor, O Grande Hotel Budapeste é um dos mergulhos mais divertidos e fascinantes dentro do universo do talentoso autor. Além de apresentar sua costumeira mesmerizante experiência visual, Anderson surpreende ao criar uma trama extremamente mordaz e ácida, mostrando que o domínio de seus elementos estava atingindo àquela altura um nível impressionante, com total autoconfiança e segurança nas suas convicções e habilidades como diretor e roteirista. Isso pode ter gerado o começo de uma fase que incomodou e incomoda antigos fãs seus, que pregam histericamente na “INTERNET”  que ele começou a afundar na autoindulgência nos últimos projetos (algo do qual eu discordo veementemente). Ainda bem que Anderson não dá a mínima para essas sirenes do apocalipse e continua fazendo o que bem entende.


6 – Relatos Selvagens – 2014




Grande exemplar da boa fase que o cinema argentino vem passando nos últimos 20 anos, Relatos Selvagens impressiona por encontrar uma harmonia quase espiritual dentro do caos gerado por suas diversas histórias paralelas. Excelente trabalho do sumido diretor Damián Szifron e mais um palco para desfrutarmos do talento de Ricardo Darín, que finalmente está sendo reconhecido no mundo todo com o sucesso da série O Eternauta.


5 – Corra! – 2017



Jordan Peele fez toda uma geração morrer de rir com os quadros de humor do excelente programa Key e Peele, trabalho que fazia junto de seu colega Keegan-Michael Key. Quando anunciou que estrearia como diretor a surpresa foi geral, já que todos queriam que ele continuasse no campo do humor. Só que ai perderíamos não só um dos melhores filmes da década, como também um dos melhores filmes de terror de todos os tempos. Peele chuta a porta e cria um clima nervoso e aterrorizante, se dando ao luxo de usar o contexto histórico da escravidão e culpa branca ao seu favor, mostrando um virtuosismo narrativo que deveria não ter passado desapercebido pelos fãs do programa, já que muitos quadros já faziam uso de seu talento nesse quesito. Nota também para o seu filme seguinte, Nós, que é criminalmente subestimado.


4 -  Her – 2013



Obra-prima do diretor Spike Jonze e melhor trabalho de Joaquin Phoenix como ator, mostrando uma composição cuidadosa e comedida, que foge do tipo costumeiro de seus papéis, que tendem normalmente a personagens perturbados e impulsivos. O filme é absolutamente relevante dentro do cenário de onipresença de Inteligência Artificial cada vez mais dominando nosso cotidiano. A sua busca por humanidade e conexões dentro de um mundo asséptico e artificial nunca deixa de ser fascinante.


3 – La La Land – 2016



O filme é lembrado pela sua excelência técnica, com o diretor Damien Chazelle e sua equipe impressionando seus espectadores a cada frame, criando um espetáculo visual e sonoro inesquecível. Destaque também para os trabalhos apaixonados de Ryan Gosling e Emma Stone. Criou uma onda de musicais neomodernos que está hoje mais evidenciada do que nunca, como vimos com o sucesso de Wicked na última temporada, embora os resultados desses projetos nem sempre sejam satisfatórios.


2 – A Rede Social – 2010



Último clássico inquestionável de David Fincher, A Rede Social jamais perdeu seu status como o filme que ao mesmo tempo mostrou fascinação e medo com o lançamento da fase mais aguda da era das redes sociais, antevendo todos os problemas que enfrentamos hoje, já longínquos 15 anos depois. Fincher não mostra timidez ao fazer uso de todo seu virtuosismo técnico e obsessão por detalhes, fazendo uso de mais um grande trabalho de roteiro de Aaron Sorkin para tentar entender esse caleidoscópio bizarro e por vezes assustador dessas mentes tão brilhantes e intransigentes, que descambaram nessa linda era de fascismo virtual que vivemos hoje. Destaque total para a atuação de Jesse Eisenberg, em um dos maiores trabalhos de interpretação dos últimos anos.

 

1 – O Lobo de Wall Street – 2013



Tenham-se ou não reservas com a parceria do gênio Martin Scorcese com Leonardo DiCaprio, é impossível negar que O Lobo de Wall Street foi a maior experiência cinematográfica daquela década. Vertiginoso do começo ao fim, o filme é um ataque a todos os sentidos e gostos, virando sua metralhadora para a cultura yuppie-vitaminada-por-quilos-e-quilos-de-cocaína, cometendo no caminho um massacre inesquecível aos sensos de seus agradecidos espectadores. É admirável presenciar um mestre com décadas de experiência como Scorcese disposto a deixar sua verve e coração punk transbordar de maneira tão visceral e energética, sem medo de julgamentos ou ideias pré-concebidas sobre como artistas como ele deveriam colocar seus conceitos e paixões em caixas atrás de caixas em cima de caixas do lado de mais caixas e caixas e caixas e caixas e FIM


sábado, 31 de maio de 2025

ERRATAS - Camarada Progressista

 Eu escrevi uma porrada de texto no blog nos anos de atividade aguda. Eu errei um monte de informação nesses textos, mas eu sou humano também, sabe, eu erro como todo mundo erra! Vocês também são todos errados, vocês sabem disso, okkkkk????  Quem pode bater no peito e falar que é DEUS, HEIN? Ninguém! Só Deus! Nem ele, se ele não existir! Então, toma aí as correções de erros cometidos pelo Camarada Progressista nos anos áureos do blog.


Já pedindo desculpas de antemão para vocês. DESCULPA, GALERA! 


"Eddie Murphy e Marlon Brando disputaram ferrenhamente o papel de Don Corleone em O Poderoso Chefão, culminando em uma briga de facas que foi ganha por Brando".

Olha só o disparate. Essa informação não é somente errada, ela é absurda! Um devaneio,  sem qualquer tipo de embasamento ou realidade factual! Todo mundo sabe que a disputa entre Brando e Murphy pelo papel de Don Corleone foi resolvida em uma disputa de TESOURAS. Brando saiu vencedor, por ser mais familiarizado com a arma branca. 

Murphy ficou extremamente sentido por ter perdido o papel, desabafando anos depois em seu mega hit Party All the Time (vocês devem lembrar do refrão "Marlon Brando wants to party all the time, party all the time, party all the tiiiimmmmeeeee!!). Murphy pôde finalmente exorcizar esse fantasma dirigindo e atuando no seu clássico filme de gangster Os Donos da Noite, no qual inseriu uma indireta brutal em um diálogo entre o seu personagem e o de Richard Pryor: "Esses caras estão mais doidões que cara que bota atriz vestida de indígena para receber prêmio!".

"Gengis Khan conquistou também a Argentina, assumindo controle do pais e mudando seu nome para Khanlãndia, algo que irritou sobremaneira o jogador Maradona, que foi em público xingar o conquistador mongol, chamando-o de "Pelotudo de mierda""

Isso aí não foi somente um erro. Tá mais para um verdadeiro estupro de geopolítica e história. Quando que Gengis Khan conquistou a Argentina, se ela nem tinha sido descoberta ainda quando ele estava vivo? Só tinha a galera pré-colombiana na época! Os mongóis nem tinham barco para uma viagem tão longa assim! O que aconteceu, e aí retomo meu compromisso com a VERDADE e FATOS, foi que Maradona estava putaço com a Guerra das Malvinas, algo que fez o jogador vir a público dar a seguinte declaração:  "Essa Tatcher aí acha que é o Gengis Khan! Querem se meter com mi Argentina! Pelotuda de mierda!". Foi isso. Depois veio a Mano de Díos, mas aí eu não escrevi sobre isso no blog. 







Esse homem jamais conquistou essa terra! Esse mapa é falso! Nada disso jamais existiu!


"Waldick Soriano começou sua carreira como sósia de David Lee Roth"

Não. Não, não, não, mil vezes não! Waldick nasceu em 1933 e fez sucesso nos anos 60/70! O Van Halen só foi fazer sucesso bem depois, no fim dos anos 70! Tudo errado. O que aconteceu, e aí pode ter sido o que me confundiu quando escrevi o texto, foi que Waldick deu uma vez a seguinte declaração, quando perguntado em uma entrevista sobre o Van Halen: "eu não conheço esse cabra desse Roth ai não, mas teve uma vez que eu estava relaxando numa casa de tolerância lá em Jaboatão dos Guararapes com algumas meninas que eram muito minhas amigas, quando eu posso jurar que vi um pelego que era a cara desse rapaz.  Ele tava tomando uma Malt 90 e dizendo em alto e bom som que queria ser Gigolô. Se era ou não aí eu não sei, mas que parecia esse cabra, ah, isso parecia!". Foi isso que aconteceu, basicamente.


CAUSE IIIIIII AIN'T GOT NOBOOOODDDDDYYYYYY!!!!!!


"Scorcese filmou várias cenas com os personagens Henry Hill e Tommy DeVito em um hotel de Caldas Novas, mostrando os personagens relaxando e se divertindo nos toboáguas do local, mas preferiu depois cortar essas cenas por achar que elas confundiriam os espectadores por culpa das cenas passadas na Flórida".

Acho que tava bebaço quando escrevi isso aí. Bons Companheiros com cenas filmadas em Goiás? Não pode ser sério. Como explicar? Bom, deixa eu tentar, fazendo uma retrospectiva dos acontecimentos:

-1987 rola o acidente do Césio 137, em Goiânia;

-1988 rola a criação do estado de Tocantins, separando essa região definitivamente do estado de Goiás;

- As filmagens de Os Bons Companheiros acontecem em meados de 1989;

-o filme é lançado em 1990.

Pronto. Essa sequência de acontecimentos pode explicar o ocorrido. Tudo isso obviamente causou uma confusão do cacete no subconsciente do jovem Progressista, algo que acabou explodindo quando esse pobre rapaz foi escrever o tal texto em seu blog, já na sua fase adulta. Acontece muito, galera. Perguntem lá pro chat GPT que ele vai confirmar. 


Termino aqui, então, a primeira fase do projeto "ERRATAS". Faltou corrigir uma porrada de erros ainda, afinal, foram 197 textos escritos na época. Até a continuação, então. 


segunda-feira, 26 de maio de 2025

Ninguém Sai Triste de Cannes

 Não, não é a epidemia de dança de Estrasburgo em 1518, mas é bem parecido

 

Ninguém pode negar a vocação para inovação que o festival de Cannes sempre demonstrou. Por décadas referência de premiações mais voltadas para o circuito de arte do que mainstream, o prêmio era considerado um selo de qualidade instantâneo para seus ganhadores. 

Só que os tempos mudam. Na realidade que vivemos desde a pandemia, então, aí você pode escolher seu acelerador quântico preferido e se esbaldar. A velocidade e alcance com o qual vemos instituições e conceitos antes sagrados sendo transformados em piada está atingindo níveis assustadores.

O que vimos em Cannes na última semana foi digno de um espetáculo circense. Sem querer entrar no mérito do caráter cada vez mais predatório que as premiações do mundo do entretenimento tem exibido nesses tempos de redes sociais e influencers, e tentando olhar para os acontecimentos do festival de maneira isolada, posso dizer que fiquei chocado com a quantidade de risadas que dei acompanhando as notícias e eventos que se desenrolavam na Riviera Francesa. 

Foi tudo absolutamente espontâneo. Acreditem, não era minha intenção ou agenda cair na risada acompanhando o festival. Simplesmente foi algo que aconteceu de maneira constante nessa semana. Ver as intermináveis sessões de aplausos para todo e qualquer filme que estivesse sendo exibido, as caras de felicidade e humildade ensaiadas à exaustão pelos artistas, esses que metem os pés pelas mãos por estarem sempre em pânico com a eterna ameaça de serem os próximos alvos da Inquisição Espanhola das redes, culminando em manobras de RP que foram ficando exponencialmente mais ridículas e absurdas à medida que o festival caminhava para sua fase mais aguda, criando um inesperado cenário cômico para aqueles que, como eu, esperavam uma semana de celebração da combalida sétima arte.

Um desastre completo. As benditas palmas foram tão exageradas e fora de lugar que acabaram basicamente criando uma polêmica sobre a legitimidade das mesmas, algo que mancha de maneira brutal o legado histórico do festival. Ficou um troço ridículo, brega, cafona, para chutar o balde logo de uma vez.

Volto então a considerar o contexto global do negócio todo. Cannes é um navio sem rumo, perdido nas tormentas desses terríveis anos pós-Corona, mas isso não pode ser, de maneira alguma, uma justificativa para o espetáculo tragicômico que presenciamos. Eles teriam a obrigação de tentar pelo menos fazer o simples e entregar uma premiação digna, que não provocasse surtos de risadas e escárnio entre aqueles que consomem cultura, tanto de arte quando de massa. 


 

 

sexta-feira, 7 de março de 2025

 O cinema, o Oscar e o Brasil

Ganhamos o tal do Oscar (na verdade, quem ganhou foi a joint venture entre o Unibanco e Fernanda Torres. Aqui, meu ego explodiu logo no começo do texto. Sinto muito, é que faz tempo que não escrevo—sejam pacientes com o velho).

Podemos esquecer essa premiação de vez? Acabar com essa estranha obsessão de transformar um evento de cinema em um Majestoso ou Fla-Flu nervoso e tenso? Podemos abandonar essa fixação por premiações internacionais, em vez de focarmos na criação de boas produções e mais espaços de exibição para o cinema nacional em nossa própria terra?

É verdade, eu ainda queria que Fernanda Torres ganhasse o prêmio de Melhor Atriz. Entretanto, a realidade material indica que isso seria muito complicado. A justificativa para tal dificuldade reside no fato de que Anora também estava concorrendo—um excelente filme independente estadunidense que critica estrangeiros ricos e defende uma mulher lidando com problemas em seu respectivo trabalho.

Sem falar da atuação de Mikey Madison: natural, espontânea e jovial. Esse é outro ponto—uma atriz jovem e talentosa, num filme de superação em um contexto semelhante ao de Uma Linda Mulher. Além disso, há uma certa profundidade em sua interpretação, tornando-se mais tangível por meio de um realismo que, na verdade, se aproxima de um naturalismo. Esse naturalismo nos mostra o fim trágico de todos que se relacionam com alguém rico acima de qualquer moralidade. Desde o início, ele tenta provar a impossibilidade desse relacionamento, revelando indícios que vão sendo desvelados aos poucos na narrativa.

Da mesma forma que o pobre Ícaro, que se perdeu ao voar muito próximo do sol, talvez devêssemos nos afastar do foco dessa premiação para alcançar um horizonte melhor—embora, para o filho de Dédalo, isso não tenha funcionado tão bem. Mais do que tudo, parece necessário desviar nossa atenção dessas premiações.


Pobre Kid, digo Ícaro que ficou panguando no céu

Pois é assim que devemos enxergar a premiação estadunidense: um prêmio raro, que não devemos buscar incessantemente para as futuras produções tupiniquins. Trata-se de uma premiação voltada, em sua maioria, para o mercado de língua inglesa, com poucas exceções de lobby estrangeiro bem-sucedido (o diretor de Parasita deixou sua marca).

Essa é a realidade cruel dessa cerimônia: há pouco espaço para produções em língua não inglesa, disputado por todo o resto do mundo. Logo, nossa premiação nacional deve ter uma resposta focada em nossos problemas internos—ela deve servir para fortalecer o meio audiovisual brasileiro e, ao mesmo tempo, buscar uma relação mais sólida com nossa história (uma possível reconciliação com o termo "Golpe Militar"? Ou ainda haverá aqueles que chamam de "revolução" um movimento que ocorre de cima para baixo, uma quartelada—contrariando até o grupo musical As Meninas, banda que compreendeu o conflito de classes melhor que muitos acadêmicos).

Se o futuro nos reserva um grande cinema voltado para o nosso mercado, com nossas necessidades e para o nosso público—incluindo a criação de cinemas populares, comunitários e, por que não, estatais?—com a Tela Brasil ganhando corpo, força e oferecendo espaço tanto para o cinema comercial quanto para produções artísticas rentáveis, ficarei bem satisfeito.

Bem, prefiro esse sonho a outra estatueta (a menos que eu ganhe uma—nesse caso, tudo muda de figura, pois sou Camarada, mas Moderado)




segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Fomos ao Cinema ver Frances Ha

Black Block sem máscaras

Frances Ha é um filme em preto e branco
Ele foi bancado por brasileiros
Eu sou brasileiro
Eu não desisto nunca
O gigante acordou
Ele é espionado pelos americanos
Noah Baumbach, o diretor de Frances Ha, é americano
Greta Gerwig, a atriz que interpreta a Frances Ha, também é americana
Os dois namoram na vida real, um namoro que é bem americano
Dinheiro brasileiro; história, temática e espionagem americana
Então,
O Fomos ao Cinema voltou
O Fundamentalista casou
E o Moderado?
E eu?
Eu vi a luta contra a tarifa
Uma dança brasileira, não como a dança de Frances Ha, que é uma dança americana. (o ponto final).


sexta-feira, 19 de agosto de 2011

A Árvore da Vida: uma acrítica

Obs: o termo “acrítica” não encontra correspondência na norma culta da língua portuguesa, e portanto trata-se de um neologismo, ou de uma tentativa de.


Eu gosto de dinossauros. Jurassic Park é o meu filme favorito, Jurassic Park 2: Mundo Perdido é o meu segundo filme favorito, e Jurassic Park 3 é o meu terceiro filme favorito.  Por isso tive uma grata surpresa quando assisti ao filme A Árvore da Vida e me deparei com duas cenas que continham diversos dinossauros.  Pena que as cenas duram poucos segundos. Mas eu gosto de dinossauros, e espero que todos que vejam o filme também tenham uma impressão boa dele por causa das cenas com os dinossauros, que são bichinhos maneiros (ou eram bichinhos maneiros, já que a sua extinção dificulta a apreciação dos mesmos pelas plateias modernas, que também ressentem-se da recente extinção do pássaro Dodô).

No mais, o Brad Pitt repete a sua atuação do filme Clube da Luta, que é talvez o meu filme favorito, brigando e pedindo pra apanhar em diversos momentos do filme.  Ele interpreta um pai bom de briga, e afim de briga, e que enxerga a briga como a melhor maneira de doutrinar crianças, assim como o seu personagem no Clube da Luta enxergava a briga como a melhor maneira de doutrinar adultos. A procura por frustrações no primeiro caso, e a procura por inocência no segundo. E o filme me lembrou também Conta Comigo, que é o meu filme favorito, por contar com crianças contando umas com as outras.  Uma lembrança da amizade juvenil entre crianças, e a qualidade idílica e etérea de um mundo preso em memórias que envolve uma juventude passada com crianças contando umas com as outras.

A antecipação da morte, e a entrega de um filho, que é normalmente considerado o bem mais precioso de um homem (na maior parte das vezes, penso que certos espectadores comprariam mais a ideia se fosse um I-Phone) nos braços de uma entidade maior (no caso eu apostaria em Deus, o onipotente e todo poderoso) é um tema do filme, o que me lembrou um filme que eu posso apostar alto ser o meu favorito, que á A Paixão de Cristo. Naquela obra-prima de Mel Gibson, Jesus apanhava, o que mais uma vez remete aos conceitos abordados no supracitado Clube da Luta. Jesus apanhava para salvar a humanidade, e ao contrário de Brad Pitt não revidava os golpes que recebia, já que procurava o castigo silencioso, aceitando a punição por acreditar que ela serviria a um bem maior.  Brad Pitt não acreditava que a briga traria qualquer tipo de bem, mas sim que ela criaria um senso de comunidade entre os homens, o que facilitaria a execução do seu plano fascista de dominar o mundo e escravizar os homens com a promessa de liberdade.

 Por isso tudo, é inevitável não sentir a falta do Edward Norton no Árvore da Vida, já que sem ele o filme se ressente da falta de um Clark Kent, já que sem um Clark Kent o filme acaba não mostrando as sempre maneiras cabines telefônicas, algo que me remete ao meu filme favorito, Por um Fio, clássico moderno de Joel Schumacher, onde Jack Bauer pune um desavisado Colin Farrel em nome dos pecados do mesmo, retomando a linha indivisível de pensamento que une todas essas produções: o papel de Deus na conduta do homem, e a disposição ou não do homem em sacrificar algo ou alguém importante na sua vida para apetecer a ordem divina e atingir uma nobreza bíblica, o que remete a Ben Hur e sua corrida das charretes. E ao Planeta dos Macacos, com a escravização de Chalrton Heston, que também é escravizado em Ben Hur, e que se estivesse vivo com certeza teria sido escalado nesse A Árvore da Vida, provavelmente dividindo a cena com os amáveis e maneiros dinossauros.

Tyler Durden e seu exército fascista (faux fascista?)


A figura da mãe, tratada como um anjo inocente, porém obrigada pelas circunstâncias a lidar com a dor e punição de pecados que podem ou não serem dela, remete indubitavelmente à saga Crepúsculo, que eu provavelmente devo considerar como a minha saga da filmes favorita. Nela temos Bela, um anjo caído condenado a passar o resto de seus dias na companhia de um vampiro (cuja eternidade e força e poderes metafísicos normalmente lhe atribuem a figura de um diabo medieval), por pecados que podem ou não serem dela. Oras, mas então temos mais uma vez a figura do cordeiro de Deus, a criatura inocente sacrificada pela crueldade dos homens, insensíveis à aura angelical do mesmo e de sua conexão divina. A mãe do A Árvore da Vida e a Bela são iguais, e os filmes também o são.

Se o filme é dividido em diversos fragmentos temporais, temos no mais contemporâneo o Sean Penn, que vem clamando em seus filmes um sofredor, um pecador, um ser humano sem divindades ou dons especiais, que se contenta em absorver silenciosamente e resignadamente a culpa e as punições que a vida lhe cobra, como um Jó moderno, mas ainda mais quieto do que Jó, já que Jó deu uma resmungadinha no começo dos seus infortúnios, talvez incomodado com o calor ou coisa que o valha. Como eu acredito que todos os filmes dividem um mesmo universo, e seus personagens são todos os mesmos, e suas locações e tempos são todos os mesmos, e tudo no final se resume à mesma história sendo contada desde o começo de tudo, eu acho que temos então no A Árvore da Vida um bom resumo daquilo que eu acredito ser basicamente a história que vem sendo contada em tudo desde o início de tudo, que é a história de Deus, do homem e dos dinossauros. Não necessariamente na ordem citada.



O pecador (traiu a mulher com uma modelo russa muitos anos mais jovem)


O filme é dirigido pelo recluso Terrence Malick, que segundo as poucas fotos disponíveis é um homem que tem uma barba. E que é um homem cuja existência é colocada em dúvida por muitos. E muita gente jura de pés juntos ter visto o homem andando sobre águas. Eu não sei, pois Peter Sellers fez a mesma coisa 30 anos atrás e ninguém saiu falando por ai que viu o ator inglês realizando milagres. Não, minto. Ele fez um cientista nazista recuperar o movimento de suas pernas. Mein Fuhrer, ele pôde voltar a andar. Ele andou, e assim como os dinossauros do Jurassic Park, ou os macacos do Planeta dos Macacos, ou os macacos de 2001, ou as charretes de Ben Hur, ou o Cristo do A Paixão de Cristo do Mel Gibson, ou o Colin Farrel na cabine telefônica, ou o Tyler Durden em sua fábrica de sabão, ou o Sean Penn em tudo que o Sean Penn fez, ele ficou em pé no parapeito da ponte.  E ele contemplou a natureza, essa assassina que exterminou os dinossauros e os pássaros Dodôs. E ele.. FIM

Ou não (faux finale?), já que, colocando tudo o que foi escrito aqui em letras miúdas, farei um prós e contras do filme, e vocês vejam ai se querem ou não assistir ao filme.
Prós:
-Dinossauros
-Tyler Durden
-Conta Comigo
-A Paixão de Cristo
-Sean Penn em estado de culpa e com sentimentos agridoces

Contras
-Não contar com Clark Kent
-Não contar com Chalrton Heston
-Não contar com  Peter Sellers
-Não ser dirigido pelo Mel Gibson
-Não ser dirigido pelo Joel Schumacher
-Ter menos vampiros que a saga Crepúsculo (mas é debatível se esse erro não seria compensado pelo fato do filme ter mais dinossauros que a saga Crepúsculo, dependendo subjetivamente da preferência de uma pessoa por vampiros ou por dinossauros, ou então, caso a pessoa gostar dos dois igualmente, se não for possível criar um híbrido dos dois, uma espécie de Vampirossauro, ou coisa que o valha)
-Ter os dinossauros, mas eles não serem como os dinossauros do Jurassic Park
-Eu poderia colocar também a extinção do pássaro Dodô, mas isso não pode ser considerado culpa do filme.

Agora sim: FIM (vrai finale?)

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

A vida explica a arte: entrevista com Lars Von Trier

O artista por ele mesmo.

Meu nome é Lars von Trier. Eu sou um cineasta dinamarquês. Meu trabalho é influenciado por Brecht como um prédio da Cohab é influenciado pela Bauhaus.

Uma câmera na mão e uma ideia na cabeça.

Por fora bela viola, por dentro pão bolorento.

Diga-me com quem andas e eu te direi quem és.

Quem muito abaixa, mostra a bunda.

Ui. Bem, você é conhecido como um cineasta anti-establishment, apesar de sempre escalar um elenco de estrelas hollywoodianas. Imagino que você pretenda com isso ir além da fachada desconstruindo a imagem que a indústria das celebridades criou para esses indivíduos a fim de lhes devolver a humanidade ironicamente, diga-se de passagem, através da degradação.

É por aí [anotando]. E eu também gosto de dinheiro.

"Nunca escalaria Natalie Portman. Ela não é loira."

Você, como Hitchcock, tem alguma fixação com loiras angelicais?

Éééé. E Bergman.

Mas Bergman não tinha opção: na Suécia todas são loiras.

Ué, e o Hitchcock era gorducho e baixinho.

Você disse que seu último filme, Melancolia, foi motivado pela sua depressão.

Sim. Mas é mais do que isso. Melancolia é um 2001: uma odisseia no espaço com Wagner em vez de Strauss e a voz engraçada do Kiefer Sutherland em vez da voz engraçada do Hall 2000. É uma ficção científica psicológica intimista sobre a maldade do ser humano. Tipo os filmes do Joel Schumacher.

Explique a sequência inicial.

Adoro Wagner. Me identifico muito com suas ideias. Sei que é tabu. Mas não tem nada de errado com ópera em alemão. Die Walküre é insuperável. Imagine um estábulo e violinos.

É essa a chave do simbolismo dos cavalos no filme?

Na mosca [coçando o cotovelo].

O republicano quando jovem.

Alguns críticos disseram que Melancolia não passa de uma fantasia autoindulgente e megalomaníaca.

Não entendi a pergunta.

Vou reformular: você gostaria que o mundo acabasse?

Só porque no filme a depressão da Kirsten Dunst é do tamanho de um planeta que se choca com a Terra, explodindo tudo?

Vou reformular mais uma vez: por que Jack Bauer não explodiu o planeta assassino?

Sou conhecido como um cineasta anti-establishment, apesar de sempre escalar um elenco de estrelas hollywoodianas. Imagino que você pretenda..., quer dizer, eu pretendo com isso ir além da fachada desconstruindo a imagem que a indústria das celebridades criou para esses indivíduos a fim de lhes devolver a humanidade ironicamente, diga-se de passagem, através da degradação [lendo].

Poderia comentar o episódio de Cannes?

Bom, Ross e Rachel viajam sem ninguém ficar sabendo, exceto Joey. O pessoal começa a perguntar sobre os dois, e Joey, pressionado, não consegue guardar o segredo. Ele diz que eles viajaram pra Cannes quando de fato eles viajaram pra Cannes. Mas ninguém acredita. Lá Ross e Rachel me conhecem durante um coquetel. Rachel bebe um pouco demais, e acabamos na cama. Na manhã seguinte, Ross e eu tomamos café juntos e começamos a discutir quando eu lhe digo que não acredito na evolução.

Por que nunca foi ao ar?

Você sabe quem manda nos Estados Unidos. Se eu der nome aos bois... Por exemplo, nem sabia que ainda baniam gente hoje em dia.

Pra terminar, fale um pouco sobre sua misantropia.

O ser humano é mau e egoísta. Eu não acredito no ser humano. Ele nunca devolveu o meu CD do Erasure.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Em defesa da coisa chamada Jack White

Agora que Jack White acabou com a sua banda (duo) ruim, eu acho que posso finalmente corrigir uma injustiça que cometi contra o talentoso guitar hero e produtor. Escrevi muitos anos atrás um texto baixo, injusto e ultrajante contra o rapaz de Detroit (tão baixo, injusto e ultrajante que eu nem vou passar o link para o texto), em que eu questionava a sua eficiência como compositor, guitarrista, produtor, irmão, marido e homem como um todo. O texto gerou uma série de críticas de leitores e turistas de plantão. Comentários que questionavam a minha eficiência como escritor, comentarista, cronista, romancista, irmão, filho, marido e homem como um todo. Dançamos então eu e os fãs de White uma valsa de ofensas, escárnios, dentes rangidos e cóleras em geral. Uma baixaria, que deve ter soado divertida para observadores de fora da polêmica, que são as pessoas que não dão a mínima nem para o Jack White, nem para os fãs do Jack White, nem para mim e nem para os fãs (?) do Fomos ao Cinema. Ou seja, 99,99%  da população mundial. Que coisa triste.

Mas o tempo voa, e o mundo muda, e o homem cresce e entende coisas. Muitas coisas. Coisas que o cercam de todos os lados. Que o atingem como um chute no queixo de um lutador de UFC (TRAZIDO A VOCÊ PELA REDE TV, A REDE QUE MAIS CRESCE NO BRASIL. NÃO PERCAM UFC NO RIO  EM SETEMBRO). Que o levantam da cadeira, como os choques que avassalam o corpo de um homem em uma cadeira elétrica. Eu acordei ontem, e eu entendi. Finalmente eu entendi. Eu não odiava o Jack White. Eu não odiava os White Stripes. Eu não odiava o Raconteurs. Eu ODIAVA O HYPE. Eu, que nunca fiz parte do Public Enemy, não belivava (meu neologismo inglês-português-babaca) no hype. Don’t, don’t, don’t. Mas eu entendi.

Os mano, pow, as mina, pá

O Flavor Flav teve 48 reality shows na VH1, o Chuck D só aparece em palestras do Partido Verde americano ou em participações em shows do Rage Against The Machine, e todo o resto seguiu em frente. Cresceu e entendeu coisas. Jack White não pode ser a coisa mais importante da humanidade, mas dentro desse pequeno universo de pessoas que preferem uma guitarra alta e estridente castigando o martelo do ouvido, ele é uma coisa. Ele transcende o objeto, e chuta o indireto e direto no queixo como um lutador de UFC (Steven Seagal diz: “eu apoio o UFC RIO, e quero ver  todos vocês lá em Setembro). Ele é um sujeito, e ele carrega a sua quantidade justa de predicados nos ombros. Ele tem uma gravadora indie; ele produz bandas punks de riot girls, cantoras veteranas de country music, e grupos alternativos de polca porto-riquenha; ele casa, EM MANAUS, NO NOSSO BRASIL-SIL-SIL-SIL, com uma supermodel; ele se separa da mesma supermodel dando uma festa em conjunto com ela para comemorar a ocasião; ele participa de um documentário de guitarras com Jimmy Page e The Edge (aka David Evans) dirigido pelo homem que dirigiu bem dirigido a festa de pijamas do Protocolo de Kyoto que foi Uma Verdade Inconveniente; ele monta uma banda com e coloca uma garota linda no vocal (isso sim é pro atividade, e deveria inspirar mais e mais roqueiros a tomar a mesma atitude, formando milhares de bandas com mulheres lindas nos vocais); ele faz participações engraçadas no gringo The ColbertReport, se aproveitando do seu status de guitar god (o herói que virou Semideus) e do seu timing cômico estritamente sério, que bem se contrastou com o histrionismo intencional do apresentador. Jack White faz um monte de coisas, e todas essas coisas não são donas dele.

Frost/Nixon (há uma piada interna perdida no infinito particular)
Ele é dono de todas as coisas da sua vida, ele comanda o seu exército bem particular de coisas e coisas que cercam as coisas que em conjunto formam um pequeno mundo de atividades baseadas em várias coisas diferentes. Ele conseguiu uma reação. Ele conseguiu uma reação em vocês, e em mim. Ele lá, bem longe com as suas coisas. Viram como ele é maior que eu e vocês? Nem se pularmos como um lutador de UFC se preparando para um kickflip no queixo do adversário (Jean Claude Van Damme endossa Steven Seagal, e também apóia o UFC RIO: “se fosse por mim, Setembro chegaria amanhã já, de tão ansioso que estou pelo UFC RIO), nem assim conseguiremos alcançá-lo, ele e suas coisas. Que coisas inúteis somos nós.

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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Oscar 2011 - Não que tenha algo de errado com isso

Não querendo dar uma de Capitão Nascimento, mas já me desculpando pela incoerência (pô, o malucaço desceu a lenha no filme, ai chega depois e cita o bagulho no texto aê?), eu quero começar a minha bem pessoal cobertura da festa do Oscar 2011 com a seguinte declaração: A ACADEMIA PRECISA ACABAR, PARCEIRO.

Nós chegamos a um ponto em que tudo aquilo que a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas defende e representa está ultrapassado, obsoleto, totalmente alienado do mundo em que vivemos e da evolução do cinema como um todo.  E o Oscar, o carro-chefe e  menina dos olhos de ouro da instituição, é um símbolo cristalino de toda essa oligofrenia. Assistir a todo o processo de votação e premiação desde o início, quando os estúdios começam lá por Outubro os lobbies em favor dos seus filmes, passando pela criação da cerimônia de premiação, até o fatídico dia em que ela acontece, é como testemunhar um acidente de carro terrível desde o começo, quando um motorista breaco ultrapassa o farol vermelho. Para explicar melhor, dividirei o texto em duas partes:



PARTE UM – A CERIMÔNIA

Começando pela festa em si, que nos últimos anos tem se esforçado para atrair um público mais jovem, que é sempre o favorito dos anunciantes em qualquer mercado de qualquer ramo de negócios global. A escalação de James Franco e Anne Hathaway como apresentadores soava errada desde o início, já que o primeiro é um poser sem talento que se acha o James Dean da era Apple, com seus twitters e blogs e vídeos no You Tube retratando toda a sua inquietude artística e verve multimídia. E a segunda, que é uma gracinha, obviamente não tem experiência alguma e jogo de cintura para apresentar o prêmio. E o resultado final  foi trágico, uma verdadeira humilhação para os dois e para a Academia. 

Eu acompanhei a pré-cerimônia, o famoso Tapete Vermelho, e já ali percebi que o James Franco devia ter tomado todos os ácidos que o seu “eu artístico no âmago do perfomer” poderia suportar, já que estava com uma postura  aérea totalmente assustadora nas entrevistas, mascando um chiclete e nem se dando ao trabalhar de olhar para os entrevistadores, respondendo às perguntas com monossílabos e grunhidos, demonstrando um desinteresse que acabou se estendendo para a festa e a sua perfomance como apresentador.  Um show de simpatia, realmente. Como diria o outro: “pô mermão, se não quer fazer o bagulho, fica em casa olhando pra parede, rapá!”.

A abertura, com Franco e Hatthaway procurando o Alec Baldwin dentro das cenas dos 10 filmes indicados na categoria principal provocou um constrangedor silêncio na platéia, que demonstrou alguma reação apenas quando Baldwin apareceu no vídeo. Sorrisos amarelos por todos os lados, e uma idéia equivocada e sem sentindo algum (procurar o Alec Baldwin? WTF?) culminando em uma execução pobre e pouco imaginativa. 

E daí em diante fomos presenteados com um casal de apresentadores sem química alguma, com uma se esforçando demais e o outro claramente não dando a mínima, e os dois demonstrando uma total falta de carisma, timing cômico e capacidade de improvisação, sendo engolidos pelo roteiro ridículo e babaquento da cerimônia. Mas a Academia, que pela festa inteira se demonstrou indecisa entre fazer tudo para os jovens twitadores modernos ou agradar os velhinhos que viram Kramer Vs Kramer vencer o Apocalipse Now 30 anos atrás, resolveu deixar os dois de joelhos, em total humilhação. 

Em determinado momento, Billy Cristal foi chamado para anunciar uma montagem ridícula em que o defunto Bob Hope (maior apresentador da festa, apresentou 18 vezes o prêmio em um intervalo de 40 anos) aparecia no palco com ajuda da velha e boa tecnologia. Um momento “tai velharada, Bob Hope e Cristal, para vocês não se sentirem esquecidos por nós. Agora vão jogar bingo”. Cristal foi aplaudido de pé, e nos poucos segundos que ficou no palco provocou mais risadas da platéia do que James Franco e Anne Hathaway conseguiram em toda a festa. Era nítida nos presentes a cara de “pelo amor de Deus, Billy, não vá embora e nos deixe com esses dois moleques sem graça pelas próximas 25 horas de festa!” Mas Cristal, segundo a Academia, afasta os jovens, esses desconhecidos, da cerimônia, porque ele é velho. Sacaram? James Franco e Anne Hathaway são jovens, e ele não é. 

Foi constrangedor, e quando a câmera voltou para os dois depois, eles estavam visivelmente embaraçados. E continuou na mesma toada até o fim, com cada aparição do casal de apresentadores sendo mais constrangedora que a última. Um desastre, e a pior perfomance de apresentadores do Oscar que eu vi em toda a minha vida. E a idéia de colocar atores para apresentar, que funcionou razoavelmente bem com Hugh Jackman e Alec Baldwin e Steve Martin, parece ter sido enterrada de vez.

James Franco rezando para a tortura acabar logo, e Anne Hathaway tentando chamar a responsa. Epic Fail

Quanto às apresentações dos prêmios, o único momento que destoou e provocou alguma reação foi quando o mito Kirk Douglas, com 95 anos de idade e recém-recuperado de um derrame, apareceu no palco para entregar o prêmio de melhor Atriz Coadjuvante. Mesmo mal conseguindo andar, com dificuldades terríveis na fala, o ator fugiu do script, e deu um pequeno show de simpatia para uma platéia agradecida. Ele fez até um suspense na hora de anunciar a vencedora, a insuportável Melissa Leo, que fez um discurso tão freak e over que fez a Sally Field parecer um show de discrição no infame “vocês me amam!” de 1986. 

Pegou mal, e demonstrou que a excelente atriz deve ter sérios problemas em separar realidade da ficção. PARA DE ATUAR E RELAXA, MUIÉ! E a gracinha Hailee Steinfeld, que simplesmente humilha no Bravura Indômita (que perdeu todos os 10 prêmios que concorreu, quase empatando com o recorde de 11 do A Cor Púrpura, o que é uma vergonha) e deu um show de simpatia no Tapete Vermelho, ficou de mãos abanando.

Um cada vez mais careca Jude Law e Robert “dou 10 pilas para quem me arrumar um pozinho” Downey Jr. também tentaram fugir um pouco do horrendo roteiro e dar alguma graça à festa. O resto dos apresentadores se limitou a fazer o simples, o que gerou incontáveis momentos de tédio e constrangimento. Mas o momento mais involuntariamente hilário de toda a cerimônia foi quando foi exibido um clipe de “humor” com Franco e Hathaway cantando sobre diversos filmes, que culminou em uma piada sobre o fato dos atores da Saga Crepúsculo aparecerem sempre sem camisa nos filmes. Sério, perdeu-se um momento para fazer uma piada batidíssima sobre uma série de filmes que nada tinha a ver com a cerimônia. Mas puxa vida, os jovens precisam ser agradados, e se o que vale para isso é mostrar o Jacob sem camisa, então ao povo o que é do povo, pombas.

Kirk Douglas, o mito, lembrando com galhardia da memorável festa de 1854. Aqueles eram os tempos...

A Academia reclama e luta contra a crescente diminuição da audiência na festa. E o que ela faz para combater a queda e ameaça de irrelevância? Monta um show de 3 horas tedioso, amarrado, sem ritmo algum nem nas piadas e nem nas montagens e números musicais, demonstra indecisão sobre o tom a ser adotado, tentando agradar diversos grupos e faixas etárias sem critério algum nas escolhas, e escala dois atores sem experiência em premiações e que não são lá nenhum estouro em matéria de carisma para comandar o show. 

O raciocínio é simples, parceiro (ops!): se eu quero vender um produto, não posso entregar uma coisa mal feita e porca. A Academia quer audiência, quer anunciantes, quer ver o público jovem se interessar pela premiação, e para conseguir tudo isso entrega um produto final de amargar, de fazer bebum parar de encher a cara por falta de fé na humanidade. Nesse ritmo, em 10 anos veremos o MTV Movie Awards virar a premiação mais importante do mundo do cinema.  Melhor Beijo é o que há.

PARTE 2: A PREMIAÇÃO

A tendência do Oscar ser ganho por filmes conservadores em detrimento de projetos mais ousados e arriscados é notória, e a discussão é até batida. Qualquer análise dos filmes premiados desde 1929, e o contraste gritante em relação aos filmes que mereciam ganhar e saíram de mãos abanando, é exemplar sobre a bunda-molice aguda da Academia. Mas o que aconteceu nessa festa de 2011 foi um divisor de águas. 

Pode-se dizer que agora o processo é irreversível. Os 6500 votantes da Academia deram um recado bem claro e definitivo sobre as intenções da instituição, e sobre o quê as pessoas devem esperar da premiação. Um dedo médio para todos aqueles que discursam sobre a necessidade do Oscar buscar caminhos mais progressistas e em sintonia com qualquer noção de modernidade e relevância.

Vocês ai viram O Discurso do Rei? Saíram de suas casas e pagaram 20 pilas para ver o filme inglês? Eu vi. DUAS VEZES. Pois no final da primeira sessão, eu fui acometido por uma insuportável curiosidade. Fiquei querendo entender desesperadamente o porquê das 12 indicações que o filme recebeu. Por isso, acabei indo ver o filme de novo. Mas sai mais uma vez sem entender o porquê de um filme tão débil, insosso, preguiçoso, opaco, insípido, frouxo  e covarde ter sido agraciado com o maior número de indicações entre os concorrentes de 2010. E o porquê do filme ter saído, no final de 3 excruciantes horas de uma premiação mais torturante que a crucificação de Cristo, com o prêmio de melhor filme de 2010. 

Um ano no qual tivemos entre os 10 finalistas Toy Story 3, Cisne Negro, A Origem, 127 Horas, O Lutador, Inverno da Alma e A Rede Social. Não sou fã de todos esses filmes, mais é inegável que representaram tentativas ousadas de narrativa e construção cinematográfica, todos resultando em experiências que, mesmo se mal sucedidas subjetivamente, se demonstraram ousadas, inquietantes e válidas no final. E mesmo Bravura Indômita, que é um faroeste, um gênero considerado ultrapassado e pouco atraente para as plateias modernas, é um filme cuja vitória seria infinitamente mais relevante, já que é superior em todos os pontos de vista, com uma trama enxuta, concisa e vigorosa e com os Irmãos Coen mais uma vez inspiradíssimos na direção. E no final nós vimos o filme mais retrógrado e bundão sair com o prêmio.

Contrariando os rumores, Colin Firth não é gago na vida real. 

Desde o anúncio do prêmio os críticos têm virado as suas armas contra os irmãos Weinstein, Harvey e Bob. Os dois eram os donos da Miramax, estúdio que foi infame nos anos 90/início dos anos 00 por fazer campanhas vergonhosas para filmes medíocres como Chocolate, Regras da Vida e As Horas serem agraciados com toneladas de indicações, e que conseguiram a estatueta principal para Shakespeare Apaixonado e Chicago, dois filmes que hoje são assustadoramente irrelevantes.  

Os irmãos foram chutados da Miramax em 2005, e todos suspiraram aliviados, achando que os irmãos Weinstein estavam finalmente acabados e nós pararíamos de ver filmes horríveis sendo premiados por culpa do lobby dos Weinsteins. Mas meu amigo, se o Jason, o Fredy Kruger e o Hellraiser voltaram dos mortos, por que seria diferente com os Weinstein? Em 2005 eles formaram a Weinstein Company, e depois de razoavelmente quietos por um tempo, eles voltaram com tudo esse ano, voltando a emplacar um vencedor de melhor filme depois de 7 anos. E mais uma vez, com uma vergonhosa e nada discreta campanha de divulgação. 

Conseguiram até o prêmio de Melhor Diretor para o fraquíssimo Tom Hooper, obrigando nós, David Finchermaníacos, a engolir seco mais uma vez. Em nenhuma parte durante os 98 minutos do O Discurso do Rei existe um momento sequer em que o espectador perceba algum plano, jogo de câmeras, sacada ou ideia minimamente inteligente ou diferenciada por parte do diretor. E mesmo assim, o manezão venceu David Fincher e Darren Aronofski, dois diretores infinitamente superiores sobre qualquer aspecto. 

Eu falarei tudo o que penso sobre o filme em um texto a ser escrito em breve, caso eu consiga superar o delirium tremens provocado pelos copos e copos de vinho barato que tomei para agüentar a cerimônia. Mas repito: a Academia deu um fuck you definitivo para a relevância, e vai pagar feio por isso. Chega uma hora que anos e anos de Rains Mans, Conduzindo Miss Daisies, Dança com Lobos, Forrest Gumps, Shakespeare Apaixonados, Gladiadores, Mentes Brilhantes, Crashes e esse O Discurso do Rei acabam pagando um preço. Ninguém é mais mulher de malandro na era da internet. Perguntem para o maluco beleza Mark Zuckenberg.

CURTAS SOBRE A FESTA:

-Natalie Portman.... ah, Natalie Portman...

-Colin Firth e Geoffrey Rush não se dão muito bem. Em diversos momentos durante as entrevistas antes da festa e na premiação em si, quando sentaram perto um do outro, eu percebi algo esquisito entre eles. Quando a Sandra Bullock anunciou o prêmio de melhor ator (eu passei meses tentando esquecer que ela ganhou um Oscar, em vão) para Firth, Rush mal escondeu sua total indiferença e nem se dignou a se levantar, e eles não se cumprimentaram. No mais, a vitória do ator inglês foi relativamente justa, já que ele realmente se destaca como o gago e bundão Rei George VI. Mas se você colocasse uma arma na minha cabeça e me perguntasse quem merecia ter ganho, eu diria sem hesitar que Javier Bardem pegou mais um drama barato e risivelmente depressivo (uma contradição em termos que resulta em uma ironia indireta)do Alejandro Inarritu e tirou leite de pedra. Uma atuação fantástica, em um filme que oferece 150 minutos de deleite para potenciais suicidas. A Julia Roberts tinha razão.

-Natalie Portman... ah, Natalie Portman...

-Christian Bale, que ganhou o justo prêmio de melhor ator coadjuvante, tem a inscrição “eu preciso de caixas e caixas de lítio para sobreviver” escrita por toda a sua testa. Malucaço. Ele tem o hábito de dar entrevistas e aparecer em premiações utilizando o sotaque do personagem do filme em que ele apareceu por último, algo que ele faz, segundo palavras do próprio, para “não confundir o público”. Vê-lo  fazendo o discurso de agradecimento com um carregadíssimo sotaque de Boston, local de origem do seu personagem no filme O Vencedor, e com uma barba obscena, foi algo surreal.

-Natalie Portman....ah, Natalie Portman...

-Aaron Sorkin ganhou o Oscar de roteiro adaptado, pelo roteiro do A Rede Social. Ele é o criador da série West Wing, que era sensacional até a saída do brigão na quarta temporada, quando ele simplesmente se mandou e deixou a série na mão do incompetente John Wells, acabando na sétima temporada como uma pálida sombra do show que era nas mãos de Sorkin.  A dupla Fincher-Sorkin funcinou maravilhosamente bem, o que era esperado, já que o estilo dos dois batia bem em teoria, o que acabou se confirmando na prática. Já esperamos ansiosos por mais um projeto dos dois, o que infelizmente não parece que vá acontecer em breve, já que o próximo projeto de Fincher, a adaptação cinematográfica do livro A Garota com a Tatuagem de Dragão, terá o roteiro escrito por Steve Zailan, que fez o roteiro do A Lista de Schindler e Gangues de Nova York, mas que andou dando umas escorregadas ultimamente. Mas David Fincher pode filmar uma privada por 100 minutos e ainda fazer o negócio ficar interessante.

-Natalie Portman... ah, Natalie Portman...

Natalie Portman... ah, Natalie Portman...

-Gwyneth Paltrow interpretando uma das canções indicadas foi o momento mais brega e babaquento da festa, o que é uma façanha.  Será que ela odeia tanto os seus fãs assim? Ou o Chris Martin não anda comparecendo em casa...  i here Jerusalem Bells ringing? E falando em Jerusalem...

- Natalie Portman...ah, Natalie Portman...

-James Franco foi acompanhado por câmeras e uma equipe de produção por todo o período de ensaios e durante a premiação, com um documentário sobre a sua “experiência como apresentador do Oscar” (bocejos) sendo feito. Qualquer final que não envolva o rapaz colocando um três oitão na cabeça e explodindo os seus miolos gritando antes “EU SOU UMA FARSA! EU NÃO SOU ARTISTA, EU SOU MOLEQUE, E VOU PEDIR PRA SAIR!” não será um final justo.

-Na hora em que Jeff Bridges anunciou o prêmio para La Portman, pudemos ter uma visão bem completa do ser que engravidou e casará com a musa-mor. A cara dele está gravada, e medidas extraordinárias serão tomadas. Gaddafi será pouco.

-Um dos meus sites favoritos, o gringo AV Club, publicou um texto recente analisando as dúvidas que existem sobre as capacidades de atuação de Natalie Portman. Se vocês souberem escrever em inglês ai, por favor tomem vergonha na cara e vão defender a musa dos ataques dos invejosos, algo que o texto faz bem, embora com interpretações por vezes equivocadas.

-Ideia para o ano que vem: colocar a Natalie Portman no palco por 3 horas seguidas, e no final passar uma lista rápida com os ganhadores. Mas bem rápido mesmo, que nem naquele episódio do Simpsons quando o Bart arruma um emprego trabalhando no programa do Krusty, e ele chama os amigos para assistirem o episódio no qual o nome dele apareceria finalmente nos créditos, e a lista passa tão rápido que eles não conseguem ver, culminando com um irado Nelson dando um murro no estômago dele, "por ter desperdiçado o valioso tempo de todos e mentido". Então, parafraseando Nelson Muntz, eu agradeço a Academia por ter disperdiçado o nosso valioso tempo e mentido. Mas lamento não poder socar vocês no bucho.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Grandes Frases do Cinema - Traduções - Parte 2

O Mágico de Oz
Toto,  I've got a feeling we're not in Kansas anymore
Toto, eu acho que nós, tipo assim, não estamos mais em Kansas.



Star Wars - O Império Contra-ataca
Luke, i am your father
Luke, eu sou o seu papai


Apocalypse Now
I love the smell of napalm in the morning... smells like victory
Eu adoro o cheiro de napalm nas manhãs.... dentro do contexto, cheira a a vitória




Tubarão
You're gonna need a bigger boat.
Um barco maior fará-se necessário, observando-se a situação atual. 


A Vida de Brian
He's not the Messiah, he's just a very naughty boy!
Ele não é o Messias, ele é apenas um garoto com tendências homoeróticas!


O Iluminado

Wendy...Darling, light of my life, I'm not going to hurt ya. You didn't let me finish my sentence. I said I'm not going to hurt ya, I'm just gonna bash your brains in I'm gonna bash 'em right the fuck in.
Wendy... queridinha, luz da minha vida, eu não vou te machucar. Você não deixou eu completar a minha sentença. Eu disse que eu não vou te machucar, eu vou apenas arrebentar a sua cabeça, eu vou arrebenta-lá violentamente, e aceitando a possibilidade concreta dos seus miolos acabarem saindo, caso a força usada por mim contra a sua cabeça seja capaz de tamanho estrago.


Top Gun - Ases Indomáveis
I feel the need... the need for speed!
Eu sinto a necessidade.... a necessidade de velocidade!


Os Bons Companheiros
You mean, let me understand this cause, ya know maybe it's me, I'm a little fucked up maybe, but I'm funny how, I mean funny like I'm a clown, I amuse you? I make you laugh, I'm here to fuckin' amuse you? What do you mean funny, funny how? How am I funny?
Você quer dizer, deixe me entender isso pois, você sabe, eu estou um pouco louco talvez, mas eu sou engraçado como, eu quero dizer engraçado como se eu fosse um palhaço, eu entretenho você? Eu faço você rir, eu estou aqui para não usualmente entreter você? O que você quis dizer com engraçado, engraçado como? Como eu sou engraçado? Responda-me, por favor.


Questão de Honra
You can't handle the truth!
 Não o vejo em condições de encarar a verdade!


Forrest Gump - O Contador de Histórias
My momma always said, "Life was like a box of chocolates. You never know what you're gonna get.
Minha mamãezinha querida sempre dizia, " a vida é como uma caixa de bombons da Garoto, você nunca sabe qual você vai escolher, pode ser às vezes um Serenata de Amor, um Sonho de Valsa, mas também pode ser um Itcôco, ou aqueles com rum dentro que são ruins pra diabo. Concluímos então que a intenção de mamãe era, usando como extremos o Serenata de Amor e o bombom com rum dentro que é ruim pra cacete, utilizar as opções dentro de uma caixa de bombom para representar a dicotomia existente entre as possibildades de escolhas na vida de todos os seres humanos, uma espécie de hermenêutica rudimentar que no caso se aplica com sucesso tanto para as noções filosóficas reduzidas e puramente observacionais de mamãe, quanto a capacidade reduzida de compreensão e entendimento de qualquer tipo de conceito ou explanação que possa existir dentro do meu campo de conhecimento, por culpa do meu Q.I. baixo ".


Pulp Fiction - Tempo de Violência
Uuummmm, this is a tasty burger! 
Uhmmmm, mas que hamburger gostoso! 


Batman e Robin
Ice to see you!
Gelo em ver você!


Con Air 
Put the bunny back in the box
Coloca o coelhinho de volta na caixinha, vai....




 X-Men - A Última Batalha
Yeah, it's the Juggernaut, bitch!
É isso aí, é o Juggernaut, mulher de reputação questionável!


O Cavaleiro das Trevas
Why so serious?
Por que toda essa seriedade?



Tropa de Elite
Pede pra sair, que você é moleque!
Ask to leave, because you are a little rascal!



Cidade de Deus
Dadinho é o caralho, meu nome agora é Zé Pequeno , porra!
Little Dice is wrong, my name is Little Joe now, ok? Please, try to memorize it, because i don't want to say this again to you, in these circunstances, ok?