terça-feira, 30 de outubro de 2007

A Copa do Mundo é nossa. Com brasileiro, não há empreteira que possa

É, cambada, o que ninguém esperava aconteceu. A FIFA anunciou hoje, às 12:30, que o Brasil será a sede da Copa do Mundo de 2014. Um anúncio absolutamente surpreendente. Acho que desde 1950 todos nós sabíamos que essa Copa seria aqui. Éramos os únicos concorrentes (Colômbia e Argentina saltaram fora por serem países, digamos, mais sérios), já que, pelo rodízio da FIFA, essa Copa teria de ser realizada obrigatoriamente na América do Sul, o que tirou potenciais concorrentes europeus, asiáticos e a Austrália da disputa. Mas mesmo assim, mantiveram a palhaçada, com direito a anúncio oficial com transmissão pela Rede Globo, sempre pronta para servir de boba da corte da nação. Nossa, quanta emoção. NENHUM estádio brasileiro tem qualquer condição de sediar uma Copa, de acordo com os estatutos de segurança da FIFA. Nem Maracanã, nem Morumbi, nem Arena da Baixada. Nenhum. Ou teremos de fazer 14 novos estádios ou teremos de fazer reformas profundas em todos eles. O que significa o de sempre: bilhões de dólares que serão desviad... quer dizer, utilizados para a construção dos mesmos. O governo sorri. A Globo sorri. A CBF sorri. O Paulo Coelho, que participou da equipe brasileira que foi fazer lobby pra gringaiada na sede da FIFA em Zurique e que eu nunca vi falar de futebol na vida, sorri. E quem pagará o pato seremos, como sempre, eu e você, financiadores dessa pataquada (iniciativa privada nenhuma irá bancar sozinha essa Copa inteira, nem sonhem com isso). E as cidades brasileiras? Afinal, São Paulo e Rio são duas das cidades mais seguras do mundo, com eficientíssimos sistemas de transportes, túneis que desmoronam e o escambau. A velha história de sempre. Quanto ao papo de que "uma Copa somente ajudaria a melhorar a infraestrutura das cidades envolvidas", mais groselha no ar. Os seis últimos países que sediaram uma Copa foram, pela ordem: Itália, EUA, França, Coréia do Sul/Japão e Alemanha. Precisa falar do abismo que separa essas nações da nossa, em qualquer tipo de critério? Financeiro, social, escolham o nome e chorem. Copa do Mundo não vai acabar com as infindáveis mazelas que assolam essa República. O México, que sediou a Copa em 1986 pela segunda vez por culpa da desistência da Colômbia (é, parece que lá o pessoal é mais vivo pelo menos), o fez numa época em que não existiam exigências tão criteriosas para se sediar um Mundial como as de hoje em dia, muito por culpa dos eventos lamentáveis ocorridos em estádios ingleses nos anos 80 que fizeram a FIFA fazer marcação cerrada nas condições dos estádios que sediassem eventos por ela subsidiados. Além de tudo, os estádios no México são muito melhores que os nossos, sobre qualquer prisma. Por isso tudo, lamento demais a politicagem da FIFA, e lamento mais ainda ter de servir de muleta para eminências pardas da política nacional (Lula, Ricardo Teixeira) encherem seus egos e outras coisas também. O negócio é zoar com a cara da FIFA: vamos exigir que a Rua Javari seja a sede paulistana do evento. Adoraria ver um Holanda e Argentina sendo jogado no amabilíssimo campo da Moóca, com aqueles vendedores de algodão doce tacando coisas na muringa dos jogadores, torcedores cuspindo nos jões que errassem passes de dois metros. Realidade, lance os seus implacáveis lencóis da vergonha sobre as nossas cabeças.

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

TETÉIA DA SEMANA

Winona Ryder
Cito apenas um fato para demonstrar a envergadura de uma Winona Ryder. O Francis Ford Coppolla diz até hoje que se ela pudesse ter feito o filme Poderoso Chefão 3 (do qual teve de desistir de fazer, por culpa de um até hoje mal explicado problema estomacal), ele seria equiparado aos dois primeiros. Sendo que a substituta dela no filme foi a própria filha do cidadão, a ex-atriz e hoje diretora em atividade Sofia Coppolla. Ou seja, o cara passa por cima da própria filha para reverenciar Winona. E vocês ai achincalharam ela de todas as maneiras na época do Free Winona. Eu sei que ela ainda vai voltar, saindo do exílio forçado nas bombas do Adam Sandler, que é o último lugar no qual ela mereceria estar. Respeito, muito respeito com ela, seus incautos. Há, e feliz aniversário também, lógico. 36 anos, hein, senhorita Ryder? Parece que foi ontem...

domingo, 28 de outubro de 2007

Tragédia Social Brasileira Companhia de Teatro

E eu que achava que sabia o que é que era indie! Tá, aquela moçadinha de All Star e calça xadrez molenga é indie mesmo. Mas tem coisa mais indie que isso no mundo, tipo o Fred Astaire cantando Night and Day; faz o Sinatra parecer o Timbaland de tão pop. Mas, vixe, quando a gente fica achando que um cara como Fred Astaire cantando parece Yo La Tengo, bom, no meu caso, é que o meu nível de brasilidade tá lá embaixo, mesmo depois de eu ter ido ao cinema sete vezes torcer pelo Capitão Nascimento no combate à a.k.a. Tragédia Social Brasileira, oficina de teatro célebre entre os cabeçóides, responsável por fazer vir à luz muitos dos grandes talentos da cultura nacional, inclusive o recentemente falecido Paulo Autran, que brilhou com El Loco Glauber Rocha no palco do subdesenvolvimento à brasileira, em Terra em Transe. Esse povo lucrou, isto é, artisticamente, com essa molecadinha bonita e animada, aí pela rua, vendendo chicrétchi e fazendo malabarismos mil nos faróis.

Bendita seja essa galerinha que colocou a gente aqui!
E viva Pixote, e viva o cinema de autor!

Pois então, nesse sentido, o Capitão Nascimento me lembrou outro grande melhorador da humanidade, Platão, por ambos se posicionarem contrariamente às artes, já que, ainda que a partir de perspectivas distintas, intuiam o mesmo, que dou sob uma formulação mais próxima ao caso do oficial do Bope: que a condição primeira pra que exista a arte é que a vida continue sendo uma droga. Ah, camaradas, eu sei que vocês, em seu esclarecimento crescente, sempre sentenciaram nas rodinhas universitárias e, por que não, também nos almoços de domingo na casa da mamma, quando discutindo com seu tio reaça que diz que tem que ter censura sim e que arte é coisa de viadinho, e aí vocês vociferam mesmo, que a arte é amoral. Amoral, tio, amoral! "Ah, seu moleque, primeiro arranja um serviço, cria três filhos e aí depois vem falar comigo", responde ele rindo, com o copo de cerveja na mão e a barrigona agitando-se debaixo da camisa polo encardida. E você fica quieto, remoendo que isso é típico da consciência pequeno-burguesa, de querer vir esfregar sua superioridade calcada na moral do trabalho; ah, mas ele nem sabe que Marx, ah, que Marx nunca teve um emprego de verdade na vida, e pensar na vagabundagem de Marx é opor à superioridade dele a sua, e isso te consola, além de que, poxa, a macarronada, hmm, uma delícia! Mas, então, mesmo que vocês neguem, a existência da arte pressupõe um fato moral: quer dizer, cedo ou tarde, a gente se desentende com a Camarada Vida e diz "mas tu é muito ordinária mesmo, minha filha", e nessa hora a gente fica parecendo tão Nelson Rodrigues!

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

O Magnata: pior filme feito nessa terra que tem palmeiras, Corinthians e o escambau?

O negócio é o seguinte: todo mundo sabe que o cinema brasileiro, por absoluta falta de condições financeiras, técnicas e logísticas (falta de estúdios apropriados e tudo mais), gere um número altíssimo de produções abaixo de qualquer tipo de crítica. Lógico que isso não é uma generalização estúpida, ainda somos capazes de produzir os Cidades de Deus e os Tropas de Elite da vida para livrarmos a nossa cara, mas chuto sem medo de errar que mais de dois terços dos filmes lançados nos nossos cinemas são medonhos. A situação hoje é melhor do que a dos anos 80, auge das pornochanchadas e do cinema da Boca do Lixo, quando cinema nacional era sinônimo de pornografia light. Clássicos imortais como o sensacional O Romance da Empregada, filme que tinha mais palavrões do que qualquer Tarantino, A Freira e a Tortura, A Noite das Taras, O Dia do Gato e Amor, Estranho Amor, todos filmes que representavam a absoluta falta de noção que tomou de assalto os realizadores daquela era. Ver uma mulher vestida nessas produções era mais difícil do que achar torcedores da Portuguesa de Desportos soltos por aí. Depois que o Collor acabou com a festa, e ficamos 4 anos sem ver filmes nacionais, a coisa acalmou, e os filmes da retomada tentam se manter longe do padrão estabelecido pelos anos 80. Pena que isso não significou uma melhora qualitativa significante nas produções. Enquanto bons filmes como Cidade Baixa, Dois Perdidos numa Noite Suja, O Cheiro do Ralo e Cinema, Aspirinas e Urubus dão a impressão de terem sido feitos claramente no limite, com poucas condições financeiras, temos de ver as produções da Globo Filmes, casa dos farsantes Moacyr Góes e Daniel Filho (alguém aí já notou que eu não suporto esse cara? Não?), saírem com orçamentos muito mais decentes. E os filmes da Lei Rouanet, Progressista? A graninha que sai dos cofres públicos não seria um alívio financeiro para diversas películas?

Eu digo: sim, seria. Mas a Lei Rouanet serve para propósitos bem definidos. O que tem de publicitário louco pra virar diretor que consegue financiamento com ela não está no gibi. E também, logicamente, estultices sem tamanho que, por fatores que fogem a qualquer lógica minimamente racional, conseguem milhões de reais para serem completadas. O que justifica um projeto como O Magnata, filme "escrito" (calafrios) pelo adolescente de 37 anos Chorão, vocalista da pior banda de Santos (e olha que Santos não é exatamente uma Manchester no quesito bandas), Charlie Brown Jr, ser aprovado para essa lei? Como é que usam o nosso dinheiro pra financiar um lixo desses? Cadê o enrolador do Gilberto Gil pra justificar essa palhaçada? O filme vem sido exibido para críticos, e todos têm sido unânimes em apontar a película como momento mais baixo do cinema nacional. E os trailers que andam circulando pela net também dão uma boa ídéia da tragédia que se aproxima dos nossos cinemas. Talvez o Garrincha-Estrela Solitária finalmente possa perder o posto de pior filme já feito por essas bandas. A "história" (sic) do filme versa sobre um rockeiro imaturo (interpretado pelo canastra Paulo Vilhena) que herda uma fortuna do pai, começa a fazer um monte de bobagens, até se apaixonar por uma garota justo quando acontece um crime que pode ter terríveis consequências na sua vida. Tudo permeado com diversas, inúmeras, intermináveis cenas de skatistas. Sério. Sabe aquele tema batidíssimo nas "canções" (mais uma vez, sic) do Charlie Brown Jr., do ignóbil que consegue subir na vida e que não sabe lidar com o dinheiro e com a fama, aprendendo que na verdade, o amor é o que realmente importa nessa vida, tá ligado, eu sou bicho, toda patricinha adora um vagabundo e coisa e tal? Coisas que o Chorão martela nos nossos pobres ouvidos desde o surgimento da banda, longínquos 10 anos atrás? A propagação da sua completa ignorância, que na maneira Lula de ser, vira motivo de orgulho para o cidadão, já que indica, na sua lógica burra e torpe, um contato genuíno com a "brasilidade", o nosso complexo macunaímico de ser. Chorão se gaba de não saber fazer poesia, de ser malandro, de não usar sapato, de ter lutado pelo que é seu, mas não pensa duas vezes em usar o dinheiro de pessoas que verdadeiramente lutaram pelo que era delas para financiar seu atentado à sétima arte. Mas eu não vejo a hora do filme estreiar: se for metade do que andam falando por aí, deve ser de bater a cabeça de tanto dar risada. Tcharroladrão!

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

TETÉIA DA SEMANA

Débora Falabella

Atriz mineira, destaque na horrenda novela Duas Caras e que também esteve recentemente estrelando a enésima adaptação do livro Primo Basílio para os cinemas. Talvez a atriz mais talentosa de sua geração, tem sido rosto frequente nos filmes nacionais, desde o sucesso do longa Lisbela e o Prisioneira. Também tem uma carreira crescente nas novelas, desde que se destacou interpretando uma junkie na Mulheres Apaixonadas. Consegue sempre se destacar em todos os projetos que empreende, o que é uma façanha quando lembramos que ela já fez dois filmes com o Daniel Filho, o que seria um atestado de morte para qualquer atriz. Ainda não é uma Cláudia Abreu, mas acreditamos piamente que esse dia está chegando. Quem sabe se começar a dizer não para todo e qualquer projeto que tenha o nome do Daniel Filho no meio?

sábado, 20 de outubro de 2007

Variedades

Todas as postagens que eu deveria e gostaria de ter feito nesses últimos dias, mas que, talvez pelo meu gênio (tipo o dâimon socrático) me soprando paternal e contrariamente, abandonei. Todas elas, quer dizer, a tentativa delas, vinculo logo abaixo, pra verem que, mesmo que não pareça, eu estive pensando em vocês.

Dois fragmentos dispersos sobre Tropa de Elite:

É um filme poderoso, e seu maior mérito é a ambigüidade, que faz vir à tona a estupidez da audiência, o fascismo latente de noções vagas e mal-ajambradas. Trata-se provavelmente de nosso Clube da Luta; ao menos, suscitou reações semelhantes – os filisteus politicamente corretos acusando-o de fascista, e os fascistas louvando-o como uma imagem rígida da justiça. E, no entanto, o filme é uma objeção a ambos os lados.

Na casa do Capitão Nascimento, quem lava a louça é ele, que eu sei. Poxa, cadê o machão, o cabrón das antigas, aquele que matava barata a cuspe? E, no entanto, eis o novo herói nacional: Macunaíma dark. Macunaíma, por causa da miscigenação até da Ética. Ética, sabe, aquela moça que era filha de um fazendeiro rico lá pelas bandas de Goiás, só que foi se engraçar com um moleque da cidade grande, cheio de farelo de marxismo na camisetinha do MST, engravidou e agora divide um cômodo no Crusp (o conjunto habitacional pros estudantes da USP) com uma família boliviana clandestinamente instalada e ainda espera o namoradinho largar as cervejadas e providenciar de uma vez a maldita revolução.

Dois provérbios húngaros (meu húngaro está enferrujado, por isso desculpem a tradução; a quem puder ajudar a melhorá-la, agradeço):

Nézd meg az anyját, vedd el a lányát.

Antes de casar com a filha, dê uma boa olhada na mãe.

Serény asszonynak rest a lánya, rest asszonynak serény a lánya.

Mãe trabalhadora, filha preguiçosa; mãe preguiçosa, filha trabalhadora.

Ah, esses húngaros, ainda hei de ver minhas máximas vertidas em sua inacessível língua!

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

TOP 10- Piores atores hollywoodianos

Lembrando sempre: Ben Affleck não é humano. Ele é um robô criado pelos irmãos Weinsten na era de ouro da Miramax. Eles queriam transformar o Matt Damon numa estrela, e como o cidadão não se garantia muito na época ainda, criaram o Ben Affleck para garantir que, por pior que fossem as atuações do Matt Damon, as críticas acabassem dizendo: "o Damon perto desse Ben Affleck é o Marlon Brando. Esse cara é sério mesmo?". Por isso, ele não entra na lista.
Obs: essa lista é de responsabilidade única e exclusiva do Camarada Progressista, não refletindo necessariamente a opinião dos outros dois camaradas.

10-Mark Ruffallo
Os críticos o adoram. Ficam doidos com as "nuances" interpretativas dele. Burros. Ruffallo é tão carismático quanto um poste de rua. Sem dúvida alguma, o ator mais superestimado de sua geração. No filme Zodíaco, ele interpretou um policial que serviu de modelo para o filme Bullit, estrelado pelo Steve McQueen. Imaginamos então que o policial devia ser um sujeito um tanto quanto durão, excêntrico, maluco. E o Ruffallo vai lá e interpreta o cara que nem se fosse um almofadinha nerdesco. Steve McQueen, pô! Como ele está aqui em Sampa, filmando o Ensaio sobre a Cegueira, vou ver se esbarro nele pra falar a real na cara. Ruffallo, you sucks!



9-Billy Crudup
Maldito o dia em que criaram o método. Se serviu de modelo para grandes atores, também acabou dando material para canastras de todos os tipos nos torturarem com suas caras e bocas. Billy Crudup não foge dessa rotina. Assistir um filme com o sujeito é pior do que bater na mãe. É um tal de boca aberta pra cá, mão no bolso pra lá, cabeça prum lado, braço para o outro, que você acaba pedindo somente para chegar logo o fim. O cidadão destruiu o filme Quase Famosos, do Cameron Crowe, com sua total inaptidão para a arte da atuação. Obrigado por nada, senhor Crudup.

8-Dermot Mulroney
Ser inexpressivo é uma arte. E Dermot Mulroney é um aluno aplicadíssimo dela. Tivemos o desprazer de ver esse cidadão em milhares de comédias românticas lançadas no vácuo do sucesso do filme O Casamento do Meu Melhor Amigo. Sempre a mesma cara de cachorro morto, seja qual for o filme ou o personagem que ele interpreta. Que nunca foge do padrão criado pelo filme da Julia Roberts: o sujeito bem sucedido e sem sal que acaba sendo objeto de desejo da protagonista burra. O pior é que ele também estava no Zodíaco. Meu Deus, tá na hora do David Fincher mudar o diretor de elenco, né não?

7-John Leguizamo
Um dos piores desprazeres da minha vida foi ter assistido numa madrugada insone um filme no qual esse cidadão interpretava um rapaz de meia idade com deficiências mentais. Não tenho nem como começar a tentar descrever o que era aquilo. Nem lembro o nome do filme, de tão traumatizante a experiência. Além de tentar estragar todos os filmes que participa (até o Moulin Rouge ele tentou), ainda temos de aturar as rotinas de comédia do sujeito na HBO. Sério, se eles colocassem um papagaio parado no palco, seria mil vezes mais engraçado.


6- Michael Pitt
Na cena indie yankee, não tem pra ninguém. Michael Pitt é o cara. Todo santo filme é a mesma voz anasalada, a mesma sonolência, o mesmo ar de cara-maluco-mais -ingênuo que ele empresta para todos os seus personagens, sejam eles caricaturas de rockstars mortos (vai que é sua, Gus Van Saint) ou jovens estudantes participando de orgias em Paris. Se a cena independente americana tem uma péssima reputação de cabecismo e indulgência, deve muito para esse cara.



5-Jared Leto
Eu nutro um ódio mortal pelo Jared Leto. Sempre conseguindo papéis em bons filmes, trabalhando com diretores respeitados, sem ter a menor condição para isso. Outro fruto da cena indie americana (uhm, começo a enxergar isso como um sintoma...), Leto acha que um bom trabalho de atuação significa acreditar que todos os seus personagens, eu disse, TODOS, são psicopatas. É inacreditável. O cara não muda o disco nunca. Mesmo quando o personagem claramente não pede por traços de instabilidade emocional, lá vai o Leto e interprete como se o cidadão estivesse à beira da internação no primeiro sanatório da esquina. E ainda temos de aturar a sua horrenda banda, o 30 Seconds to Mars, que vem pro Brasil mês que vem. Pobres de nós.


4-Giovanni Ribisi
Esse perdeu as aulas mais básicas de composição de personagem. Não conseguiu encontrar um tom certo nem no Encontros e Desencontros. Nem um Bergman da vida conseguiria arrancar algo desse ignóbil. Protagonizou um momento sensacional no horrendo filme A Estranha Perfeita, ao lado da Halle Berry, quando tinha de explicar uma conclusão sua para a personagem dela no final do filme, aluguem o filme só para ver essa cena ridícula e bater a cabeça de tanto dar risada. Mas ele vai continuar por aí, arrumando papéis em grandes filmes, enquanto atores mais talentosos continuarão sendo ofuscados pelas luzes do anonimato.



3-Orlando Bloom
O dicionário Houaiss define a palavra carisma, na sua derivação por analogia, como sendo um "conjunto de habilidades e/ou poder de encantar, de seduzir, que faz com que um indivíduo (p.ex., um cantor, um ator) desperte de imediato a aprovação e a simpatia das massas". Game Over, Orlando Bloom. Fatality. E eu, que tive de aturar 150 minutos no filme Cruzada com esse cidadão. Na série Piratas do Caribe, ele foi totalmente, absolutamente, furtivamente, eclipsado pelo Johnny Depp. Se bobear, tem gente que nem lembra que ele estava no filme. E a gracinha da Keira Knightley teve de mudar o foco da sua personagem por culpa da total apatia desse jão. Imperdoável.


2-Robert Duvall
Eu sei, ele participou da melhor trilogia da história do cinema. Eu sei, ele estava no Apocalipse Now. Eu sei, ele foi indicado seis vezes ao Oscar e ganhou uma estatueta. Eu sei de tudo isso. Mas nada disso muda minha opinião. Robert Duvall é o ator mais superestimado da história, desde o nascimento da tragédia grega. Eu nunca consegui aturar o tipinho de atuação desenvolvido por ele. Pode me bater se quiser, mas se o filme tem o Robert Duvall no elenco e não se chamar O Poderoso Chefão ou Apocalipse Now, eu nem me dou o trabalho de assistir.

1-David Hasselhoff
Respeito. Muito respeito por um ator que conseguiu ter o seu filme roubado por um carro numa série de quinta categoria. Respeito por um cara que consegue "atuar" (sic) pior que dois peitos falantes numa série estrelada por salva-vidas correndo em câmera lenta numa praia. Não é qualquer um que poderia ser o pior ator vivo. Mas Hasselhoff sabe que alguém teria de ter tal honraria, e não poderia ser qualquer mané. Ele sabe que a coroa lhe pertence, inquestionavelmente. Hasselhoff é um mito, e nós, meros mortais, apenas podemos olhar admirados. E que venham mais filmes e séries nos quais ele possa ser elipsado por, quem sabe, mangueiras, cadeiras, sofás, escovas de dentes e tampas de privada. Way to go, Hasselhoff! Vida longa ao Rei.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Novas diretrizes em tempos de... paz?

Depois de muito tempo, os camaradas conseguiram se reunir. E quando mentes tão férteis e brilhantes conseguem se juntar em meio a uma agenda exaustiva como a deles, com certeza coisas boas surgiriam. E não deu outra, decisões bombásticas, revolucionárias e perversamente subversivas foram tomadas, e já no próximo mês teremos novidades que irão torpedear o mundo virtual de tal maneira, que conseguiremos, enfim, superar a Britney Spears como campeões de buscas nos googles da vida. Eu nem me atrevo a adiantar o conteúdo de tais resoluções, mas digo que não, vocês não estão preparados. Fundamentalista e Moderado, homens à frente do seu tempo, visionários, iconoclastas, inquietos, comos os grandes artistas foram e o são, mais uma vez tramam um cenário fantástico de acontecimentos. Twist and shout.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

TETÉIA DA SEMANA

Cat Power

Cantora norte-americana. Musa do selo independente Matador, chegada no folk por excelência, chegou a ser habituê aqui nessas terras no começo da década, lembro dela até participando do programa de rádio Garagem, meio bebaça, mas conseguindo tocar umas musiquinhas ainda. Mas no geral as passagens eram desastrosas, já que Cat tinha na época um estranho medo de palcos que a levava a dar uma de Tim Maia, atrasando shows, esquecendo letras, começando e interrompendo abruptamente canções. Esse comportamento fez a carreira dela estagnar por muito tempo, o que explica também sua ausência por aqui também. Mas agora ela volta para o Tim Festival (o herdeiro não-reconhecido do Free Jazz, tragam os exames de DNA por favor), que acontecerá em Novembro. Boatos dão conta de que ela estaria ficando pancada, chegando a ser internada em clínicas para recuperação de "surtos psicóticos" e stress emocional depois de shows no ano passado. Mas também garantem que ela vive um momento de extremo profissionalismo, que o comportamento errático ficou no passado e que essas internações foram, diríamos, um pit-stop necessário. Vamos ver agora, qual é a verdade. Sairemos ganhando de qualquer jeito: se ela estiver bem e fizer bons shows, com o seu belo repertório, estaremos no céu: se ela surtar e bater com o violão na cabeça, vai ser divertido. Ruim para ela, mas divertido.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Fomos ao Cinema ver: Tropa de Elite

Eu confesso, estava louco para descer a lenha nesse filme. Don't believe the hype, dizia para mim mesmo. Vá, veja com os seus próprios olhos, e salomonicamente desfira o implacável veredicto. Todo esse ceticismo chegava às vias da raiva quando ia num stand center da vida e me deparava com cópias piratas do filme em todos os cantos, chegando até a ver uma versão chamada "Tropa de Elite 2", que seria, acho eu, uma versão com edição diferente das cópias normais, ou mais atualizada perante as que circulavam havia meses no mercado informal. Sim, o pessoal estava se dando ao requinte de editar o filme ao seu bel-prazer, juntando as partes do filme que circulavam na net para fazerem a famosa"camelô's cut", uma beleza. Quando descobri que estimativas chutavam que haviam sido vendidas um milhão de cópias piratas do filme, percebi que era impossível escapar. Era o filme sair nos cinemas para eu ir conferir e vir aqui contar para vocês. Pois bem, posso dizer que no final dos 118 minutos de exibição do filme, sentia como se tivesse levado uma surra. Eu e o Fundamentalista, que vimos a película num cinema afrescalhado na mais paulista das avenidas (problemas logísticos, nós somos do povão, jão!), sáimos atônitos, desconcertados da sala de exibição. Basicamente, o roteiro, escrito pelo diretor José Padilha em parceria com o roteirista Bráulio Mantovani (Cidade de Deus) e com o ex-sargento do BOPE Rodrigo Pimentel, conta a história de três personagens que dividem a vontade de mudar uma realidade acachapante, mas que, tomados por uma sufocante sensação de indignação e impotência, acabam cedendo a comportamentos de extrema violência e inadequação dentro de valores sociais.

Os três roteiristas acabaram usando um artifício inteligente para conseguirem surpreender os espectadores. Ao permitirem que a película seja vista e transmitida ao espectador pelos olhos do Capitão Nascimento, comandante do BOPE, a famosa Tropa de Elite do título e braço das forças armadas no contigente policial carioca, um sujeito de valores fortíssimos, que sente verdadeiro desprezo pelas fileiras policias contaminadas pela corrupção que permite a proliferação do tráfico, mas que ao mesmo tempo usa de métodos condenáveis para realizar o seu trabalho, os roteiristas acabam nos jogando dentro daquela realidade torturante, sem meias palavras ou romantizações desnecessárias e covardes. Cada palavra dita pelo Capitão na narração é como uma bela pancada no estômago, já que geralmente são intermediadas com cenas de torturas de jovens, estudantes e mulheres, e suas discrições irrepreensíveis do cenário e das relações entre o tráfico acabam nos levando a, ainda que incoscientemente e instintivamente, compactuar com os métodos do sujeito, já que a polícia, que deveria trabalhar para coibir essa situação, corronpe com absurda facilidade e impede o combate às drogas, e a classe média é talvez a maior vilã do filme ao cobrir de hipocrisia uma situação provocada pelas suas próprias necessidades. É aí que reside a questão principal do filme, que o levou a ser acusado de fascista pelos ignóbeis sociólogos e jornalistas "formadores de opinião". O fato do filme ser narrado pelo incorruptível e violento Capitão Nascimento, e do filme trazer uma suposta visão "romanceada" dos membros do BOPE, não significa, em momento algum, que compactuam-se com os métodos e a visão daqueles homens. Seria, porcamente comparando, como se o Stanley Kubrick compactuasse com o comportamento do personagem Alex no filme Laranja Mecânica. Afinal, o personagem narra o filme todo e todos os acontecimentos do filme são permeados com suas observações, que geralmente eram chocantes justificativas dos seus atos brutais e chamados patéticos de pena e compreensão, afogados em cinismos e sarcasmos. E digo isso como mero efeito narrativo, não entrando no mérito da validade ou não dos atos dos policiais do BOPE. Entendam, burros e incautos: um bom filme levanta questões e confia na nossa capacidade intelectual e de discernimento. Ele não julga os seus personagens, não os divide em maniqueísmos baratos, não usa de efeitos de trilha sonora para acetuar bondade ou maldade nos mesmos. Ele simplesmente conta uma história e deixa a nossa bagagem de vida cuidar do resto.
É o caso do Tropa de Elite. Capitão Nascimento, Matias e Neto, os três personagens principais, são homens que tomam a decisão de se manterem fiéis a princípios de honra e caráter, julgando os seus deveres com a nação e com a sociedade maiores do que qualquer tentação ou saídas fáceis, mas que somente conseguem atravessar todo o mar de lama que os rodeiam incorruptíveis na base da porrada. Não conseguem admitir a propensão de seus colegas a cairem nos braços da corrupção, nem toleram a passividade dos moradores da favela e dos mais favorecidos que condenam abertamente mas ao mesmo tempo fazem uso velado dos serviços dos traficantes. Por isso, vemos o Capitão Nascimento sendo cruel e implacável com policiais corruptos no curso que administra para escolher o seu sucessor no BOPE. Por isso que vemos o Matias interromper uma manifestação de paz em memória de uma patricinha morta pelos traficantes, surrando raivosamente um companheiro de faculdade que vendia drogas na instituição e participava da manifestação, e bradando contra a hipocrisia daqueles jovens que não abriam mão dos seus baseados e queriam ainda bancar uma máscara de indignação. E também vemos no final Nascimento e Matias irrompendo com o BOPE numa favela à procura de um traficante, não hesitando em ameaçar inocentes moradores, que na visão deles, compactuam e se mantém impassíveis diante dos traficantes. A capacidade de indignação que eles sentem não encontra pares em todos esses cenários, e eles, embrutecidos e coléricos, desferem golpes contra suas próprias afirmações de vida e caráter. Ao menos, eles pensam assim. Impôem-se pelo medo e pelo temor. Ao agirem dessa maneira extrema , nos jogam outra questão: o próprio desrespeito ao ser humano e ao valor de uma vida não os colocam junto daqueles traficantes e policiais corruptos? Afinal, um homem que coloca em risco a vida de inocentes, que usa da violência como método de coibir a própria violência, que usa da tortura como principal método de investigação, não estaria apenas propagando o fogo de um incêndio dantesco? E afinal, indo mais longe: seria essa a única maneira de combater esse cenário doente? Afinal, os únicos homens capazes de seguirem linhas de comportamento capazes de lutar contra os traficantes são também os homens que não hesitam em matar e torturar seus semelhantes. O filme levanta todas essas questões, traz personagens inesquecíveis, como o patético Capitão Fábio, que parece ter esquemas de corrupção em todos os cantos da cidade, mas ao mesmo tempo é um ser fraco e patético, incapaz de encarar de frente a gravidade e os efeitos de seus atos. Matias e Neto, interpretados com correção pelo estreante André Ramiro e pelo subestimado Caio Junqueira, respectivamente. A nossa ex-tetéia, Fernanda Machado, não pareceu em sintonia com a sua personagem, ou como ela deveria ser, mas como ela é linda, estamos pouco se lixando, é só pedir mais atenção da próxima vez. E, lógico, o já icônico (para o bem e para o mal) capitão Nascimento. Já zoei nesse blog o fato de 95% dos filmes nacionais terem o Wagner Moura no elenco, mas isso não diz respeito ao talento do cidadão. O cara é bom mesmo, fazer o quê, só devia usar com mais parcimônia seus talentos e não embarcar em duzentos projetos por mês. Se ele não for indicado ao Oscar de melhor ator (sim, você entendeu bem, OSCAR), será um absurdo. Seu domínio cênico e sua caracterização precisa e imponente de um homem sério tomado pela indignação e pela brutalização ficarão para a história do nosso cinema. Uma das melhores atuações que eu já vi na vida. Méritos para o diretor José Padilha, estreiando em ficção depois de dois documentários. As cenas de tiroteio humilham todo e qualquer filme hollywoodiano, e a história, mesmo tendo diversos flashbacks e idas e voltas narrativas, jamais deixa de soar envolvente e brilhantemente agonizante. Eu queria falar mal. Mas, infelizmente, esses playboys que vão assistir filmes com idéias pré-concebidas são o caô. CAMARADA PROGRESSISTA, VOCÊ É O NOVO XERIFE! E AGORA, SEU MOLEQUE?

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Camarada moderado vai ao cinema: O Homem que desafiou o diabo

Fomos ao cinema. Na verdade fui com uma amiga, aproveitando a deixa que o Espaço Unibanco estava cobrando dois reais o ingresso para qualquer sessão; motivo era que ontem(segunda-feira) foi aniversário do Espaço Unibanco.

Dentre todos aqueles filmes que estavam em exibição (vc pode conferir aqui) alguns eu estava curioso há muito tempo: O ano que meus pais saíram de férias e Bem vindo a São Paulo, sobretudo. Ambos filmes que denotam e esboçam a verdadeira retomada do cinema brasileiro, qual já comentei neste blog. O primeiro é uma história de um garoto dirigida por um cara especialista no universo infantil, Cao Hambúrguer, que foi responsável por entreter as tardes das crianças brasileiras, basta citar que esse moço é responsável por nada menos que Castelo Ra-Tim-Bum e derivados da grade da Cultura; por isso quando o filme entrara em cartaz, no grande circuito, sugeri aos meus camaradas que assistíssemos, porém eles refutaram minha idéia, como sempre fazem; ouvidos moucos ao camarada moderado(olha eu reclamando disso); interessante pensar que o filme ganhou alguns prêmios nos festivais afora e tem possibilidade de concorrer ao Oscar, ironias da vida. O segundo é um estigma que carrego desde a mostra de cinema de 2005, onde o filme estreara de fato; documentário feito por vários cineastas famosos(bons ou não) sobre nossa adorada cidade paulistana e mostrando, cada diretor, sua visão sobre a metrópole; parecia também uma boa escolha para aquela noite de segunda-feira, porém qualquer planejamento meu foi por água abaixo.

Acabei não assistindo a nenhum dos dois (vida cheia de reviravoltas e acasos, não?), fui ao cinema naquele dia ver O homem que desafio o diabo, dirigido por Moacyr Góes e produzido pela Globo Filmes (PERIGO! PERIGO! PERIGO!). É fato que não sou um grande entusiasta da Globo Filmes, como também de Moacyr Góes; ainda longe de qualquer pedantismo, não sou fã de Godard ou Win Wenders, sou partidário do cinema de terceira via(moderado?), assim por dizer.

Resolvi dar uma chance(novamente) a Globo Filmes, mas esperava o pior: algo entre um filme da Xuxa(sem os duendes) e algum longa dos extintos Trapalhões, lógico que recheado de efeitos especiais e atores globais de segundo escalão. Resolvi até olhar o Guia da Folha para ver se restara um fio de esperança, pelo menos um filme divertido a la sessão da tarde, infelizmente a Folha havia concordado com minha intuição sobre o filme. Quando o estupro é inevitável, relaxe e goza; olhei para minha amiga, apertei a mão dela e me aconcheguei na poltrana, estava pronto, podia ser o que for, estava pronto.

A sinopse é a seguinte: Zé Araújo (Marcos Palmeira) é um homem boêmio que gosta de freqüentar cabarés e ouvir cantadores de viola. Após tirar a virgindade de uma turca, ele é obrigado pelo pai dela a se casar. Durante anos Zé passa por seguidas humilhações, provocadas por sua esposa. Um dia, ao ouvir uma piada sobre sua situação, ele se revolta, destrói o armazém do sogro e ainda dá uma surra na esposa. Ao terminar ele monta em seu cavalo e parte sem destino, decidido a ter uma vida de aventuras. A partir deste dia Zé Araújo passa a ser conhecido como Ojuara, enfrentando inimigos e vivendo situações inusitadas.

O veredicto: filme deveras interessante, um filme quase; quase bom, quase sempre engraçado(com momentos de bom humor), quase com geniais interpretações( atente para a aparição de Otto), quase com genial fotografia, etc. Não sei, porém o filme falta alguma coisa, algum elemento que carece ao todo. Pensava qual problema poderia ser, até minha companheira, genialmente, constatar:

“O filme não tem um ritmo definido, acho...”

Deveria ter dado um beijo na boca dela, brilhante dedução; o longa apresentava uma história longa, uma trama cheia de elementos. Quer dizer, havia uma necessidade de pelo menos amarrá-las bem e nem isso o diretor consegue, os muitos elementos criam uma história fora de ritmo que incomoda, algumas vezes durante o filme, pelo menos. Contudo o filme não é de todo mal: tem boas situações; Marcos Palmeira segura bem o filme como protagonista; outra pérola é o ator que interpreta o Tinhoso, Nei Leandro Castro, em atuação formidável. Fora algumas escolhas erradas de elenco e o problema de ritmo(“ajudado” pelas escolhas dos planos, sobretudo os em câmera lenta). O filme ainda desce bem. E é sempre bom ver o que sendo produzido nas terras brasilis.

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

TETÉIA DA SEMANA

Tina Fey


Ex-roteirista e atriz do Saturday Night Live e estrela, roteirista e produtora da série 30 rock, recém agraciada com o Emmy de melhor série cômica e que pode ser vista aqui pelo canal Sony. Tem sido chamada pela imprensa americana de "Jerry Seinfeld de saias", pelo talento demonstrado como escritora e por também atuar nos seus projetos, o que é um exagero, mas ela parece ter o dom pra fazer boas gracinhas. Mas a quem estamos enganando, vocês devem lembrar dela mesmo como a professora boazinha de matemática no filme Meninas Malvadas, com a (primeira vez que esse nome é mencionado no blog) Lindsay Lohan. Vocês podem não saber, mas foi ela que escreveu o roteiro do filme. O quê, já tinham lido isso quando eu falei sobre o filme no mítico mês Lindsay Lohan? É verdade, que memória a minha.

sábado, 6 de outubro de 2007

Ally McBeal: Lembranças da era Clinton

A vitória de Bill Clinton nas eleições de 1992 deram a presidência dos Estados Unidos de volta ao Partido Democrata, depois de doze anos seguidos sobre a égide dos Republicanos. O efeito dessa mudança foi sentido com força na cultura americana. Sem a sombra do conservadorismo dos Republicanos, que criou uma cultura de heróis e monstros Pop que assolaram o mundo nos anos 80 (Michael Jackson, Madonna, Prince e Axl Rose dizem algo para você?), e com um crescimento econômico vultuoso que pois fim a recessão americana que tinha, ainda que indiretamente, criado a aversão aos Yuppies corporativos, apedrejados em filmes como Uma Secretária de Futuro e Wall Street- Poder e Cobiça, e ao mesmo tempo cultivando uma legião de losers, aqueles esquecidos e excluídos pelas amarras republicanas, que acabariam sendo rotulados com o surgimento do grunge. Com Clinton no poder, toda a revolta bradada pelos pulmões de Kurt Cobain e companhia perdia frontalmente o sentido. Até mesmo os rappers jogaram o discurso político, que marcou grandes expoentes do gênero como o Public Enemy e N.W.A no lixo, abraçando a luxúria e a ostentação como formas de vida e música. Com o suicídio de Cobain em 94, a coisa descambou de vez: até o final da década, surgiriam bandas e bandas que emulavam o som pesado dos grunges, mas despindo o discurso de qualquer tipo de abordagem sociológica ou os lamentos épicos que marcaram as bandas de Seattle.

Bandas como Hottie & the Blowfish, Live, Bush, No Doubt, Counting Crows, Matchbox 20, Sugar Ray, Smash Mouth, Third Eye Blind, cantoras como Alanis Morissette, Sheryl Crow e Jewell e estrelas pops como Mariah Carey, Puff Daddy e, no final, as boys bands, Backstreet Boys e afins, todos esses artistas assépticos, com sonoridades limpas e sem qualquer tipo de preconceitos ou discriminações, abraçando todos os públicos e deixando de lado os comportamentos esdrúxulos e megalomaníacos das estrelas da década anterior. Um tipo de artista mais acessível, antenado com os problemas do mundo, pronto para recriminar preconceitos de qualquer ordem, opção sexual e cor, um retrato fiel do discurso dos Democratas, e que ia de encontro com o comportamento mais, digamos, "venham todos, vamos ganhar dinheiro e nos abraçar, tem pra todo mundo" proposto por Clinton. Perderam a vergonha das notas de dólares, e os Yuppies, tão humilhados antes, viravam então o molde de toda uma nação. Na TV, víamos o sucesso impressionante das sitcoms, majoritamente passadas em Nova Iorque. Com a difusão da TV a cabo nessa mesma época, pudemos, através das Sonys, Foxs e Warner Channels da vida, acompanhar de perto todo o boom desses programas. Friends, Seinfeld, Frasier, Mad About You, Everybody Loves Raymond, todas séries que compartilhavam o espírito da época com precisão, como se fossem celebrações de todo aquele sucesso e progresso vividos pelos yankees. Nesse cenário tão fofo (ui!) e otimista, surgia então a melhor alegoria de toda aquela época. Não, não era o Seinfeld. Esse era a Nêmesis perfeita, o despotismo que existia quando toda uma sociedade aceitava como maior sucesso de sua era um programa cujo mote era simplesmente rir daquilo tudo. Truque genial. Olha, estamos tão abertos para o mundo, amando tanto tudo e todos, que aceitamos, sim, esses cínicos rindo de toda a nossa alegria. Tiremos do maravilhoso seriado o rótulo de retrato daquele momento. Não é o caso. O rótulo cai direitinho, com toda a justiça, numa advogada magérrima e (segundo as más línguas, eu não concordo) promíscua de Boston. Sim, senhoras e senhores. Ally McBeal. O retrato fiel da era Clinton. A série criada por David E. Kelley era um espelho de todas as vertentes que marcavam aqueles momentos tão belos do mundo pré-11/09. Um bando de advogados e advogadas, todos jovens, bonitos, ricos, competentíssimos nas suas funções mas ao mesmo tempo devotando um tempo precioso às suas questões existenciais, algo que é (propositalmente, diga-se de passagem) irônico, já que sabemos bem que os advogados são vistos como seres frios e cínicos pela sociedade. Essas características davam aos personagens uma profundidade tridimensional que era exigida pelos espectadores da época. Mas se eu descrevesse a série assim, estaria sendo injusto, como são injustos todos aqueles que negam o óbvio: Ally McBeal foi uma das séries mais subestimadas já feitas. É, sim, lembrada e cultuada, mas sem o fervor merecido. Uma série que propunha-se cômica, tendo uma hora de duração e sem a tradicional trilha de risadas, com uma linguagem que diferenciava de qualquer coisa feita naqueles tempos. Sem Ally McBeal, jamais veríamos hoje séries engraçadinhas e dispostas a brincar com a própria linguagem, como os Dexters e Houses da vida. O show lançou também as primeiras dúvidas sobre o formato das sitcoms, que acabariam tendo hoje em dia a sua virtual extinção. Infelizmente, o seriado durou apenas cinco temporadas, ou quatro e meia na verdade, já que foi tesourado abruptamente no meio da quinta temporada.

Os motivos da derrocada? Eu tenho os meus: o uso limitado de espaço, já que a série se passava quase que totalmente entre os tribunais de Boston e a empresa na qual os advogados trabalhavam. Isso não afetaria uma sitcom, cujos 20 minutos por episódio permitiam o uso contínuo dos mesmos espaços e cenários, mas numa série com uma hora de duração, a história era diferente (embora isso não me atrapalhasse, não via problema algum). O ator que interpretava o Billy, amor de infância da Ally que advogava com ela na mesma empresa. O cara era muito fraco, e isso ficou evidente quando trouxeram na quarta temporada o Robert Downey Jr. para apimentar a coisa toda, o que também é outro motivo. Depois que o junkie-mor de hollywood se juntou ao elenco, tudo foi por água abaixo. Os indíces de audiência até melhoraram, mas depois de um tempo a série se descaracterizou totalmente, virou o "show do Downey Jr.". E aquele que, para mim, é o maior motivo da vida relativamente curta do show: a série era avançada demais para a época, em termos de linguagem e comportamento. Se tivesse surgido hoje em dia teria sido bem melhor absorvida pelos espectadores. Mas aí vocês, espertalhões, perguntam: se a série era o retrato da era Clinton, como então que ela não foi compreendida bem pelos espectadores daquela mesma era? Xeque-mate.

A era Clinton acabou atolada em escândalos sexuais que mostraram que os norte-americanos, pelo menos para os padrões deles, tinham ido longe demais. A brincadeira tinha acabado. Para eles, se nem a Casa Branca poderia ser imune aos comportamentos que afrontavam as reservas morais dos yankees, então tudo tinha sido em vão. E a Ally McBeal pagou o pato, afundando junto do governo o qual servia de espelho. E depois, os aviões botaram o World Trade Center no chão, a era Bush Junior assolou o país, e hoje temos o Jack Bauer como símbolo da paranóia de toda uma nação. Mas para não acabarmos nostálgicos e tristes, lembremos de tudo aquilo que fez de Ally McBeal uma das melhores séries já feitas: os diálogos ferinos e inteligentes, o humor de cartoon que foi uma inovação sem precedentes, com as épicas intervenções de elefantes, bebês malucos, músicas que paravam e começavam junto de pensamentos e memórias dos personagens, personagens que quando dispensados amorosamente eram jogados em latas de lixo, e todo tipo de maluquices que não eram nada comuns em séries de uma hora. A icônica interpretação da Calista Flockhart, excelente em todos os momentos, até na decadência, do show. Os coadjuvantes sensacionais, como Richard Fish e a secretária Elaine. E, principalmente, o quinto maior personagem da história das séries de comédias americanas, perdendo somente para os quatro principais do Seinfeld, e ganhando das Lucys e dos Friends com folga: John Cage. Esse conseguia ser um elemento de subversão maior até do que as brincadeiras de linguagem do show. Extremamente tímido, cortês, gentil, meio lunático, absolutamente alheio com tudo que acontecia ao seu redor, mas ao mesmo tempo um excelente profissional, capaz de render momentos memoráveis quando defendia seus casos no show, Cage era inexplicável. O tempo dos personagens, dos diálogos e das interações, tudo era jogado para o alto quando John Cage estavam em cena, provocando reações hilárias de todos os seus companheiros de direito, quase sempre jogados em silêncios incrédulos ante os atos dele. Cage era um trunfo sempre usado por David Kelley, e sua interação com a Ally McBeal sempre trouxe belos e hilários momentos. Num mundo ideal, os dias de Bill Clinton na Casa Branca não teriam terminado como terminaram, Al Gore teria sido eleito, já que teve um número maior de votos, o onze de setembro teria acontecido, mas a reação a ele poderia ter sido muito mais precisa e inteligente (e olha que eu acho o Al Gore um mala, mas perto do Bush Junior até o Lula vira estadista sério), a política suicida e arrogante do Bushzinho não teria gerado uma onda de ódio aos americanos que culminaria na ascensão de figurinhas lamentáveis como Hugo Chavez, Mahmoud Ahmadinejad e, argh, Luís Inácio Lula da Silva, Seinfeld jamais teria terminado e, principalmente, Ally McBeal teria tido um fim digno. Confessem que, naqueles loucos dias, vocês também amaram a Calista Flockhart. É, vão zoando aí. Aluguem-se com o Kiefer Sutherland suado. É disso que vocês gostam, não é mesmo?

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

My fair lady

A avó de um amigo meu me perguntou outro dia o que significava “filisteu”. Com um sorriso cheio de dentes podres, respondi à velhinha incauta, que já olhava apalermada o infinito, esquecida de que perguntara algo, esquecida mesmo de que eu estava ali ao lado dela:

“A senhora tem tempo?”, e nem deixei que dissesse mais nada. Chamei o neto dela e pedi o DVD de A Lula e a Baleia (The Squid and the Whale), esse Fanny & Alexander nova-iorquino, com um gostinho de clipe do Paviment, o que definitivamente não é um elogio. 80 minutinhos que passariam voando.

Tive de cutucá-la umas seis, sete vezes durante o filme, principalmente na cena que nos interessava, quando Jeff Daniels – com cara de urso ou, pelo menos, de biólogo da National Geographic que corre atrás de ursos – chama de filisteu o professor de tênis/amante de sua esposa. Seu filho pergunta, então, o que é um filisteu, e ele explica que se trata de alguém que não gosta de bons livros e bons filmes. O moleque conclui que é um filisteu, afinal de contas.

Tá, eu podia ter simplesmente respondido isso pra ela. Mas seria fácil demais, filistino demais. Além do mais, era privá-la de saber se ela mesma era ou não uma filistéia. Pois, vejamos, a questão toda se tornara uma missão pra mim, e do tipo civilizatório. No dia seguinte, eram umas dez e meia da manhã, quando apareci (o meu amigo não estava; quem atendeu a porta foi a própria velhinha).

“Tudo bem com a senhora?”

“Quem é você, rapazinho?

“Ah, eu sou amigo do seu neto; me deixa entrar aí.”

Debaixo do braço, eu tinha uma tela da Vista de Delft, do Vermeer, que, se não era a melhor reprodução que eu já tinha visto, pelo menos passaria pelo crivo das retinas tão fatigadas daquela avozinha. É claro que vocês sabem por que eu escolhi justamente esse quadro, é claro que sabem.

Falei:

“Senta aqui, vovó, e olha pra cá”, e aguardei.

“Senta aqui, vovó, e olha pra cá”

Mas, passados cinco minutos, nenhuma comoção, lágrima ou desmaio.

Eu estava frustrado, profundamente frustrado. Peguei o Vermeer e me fui, com uma amargura indescritível; suponho que saía como Proust, ao se dar conta de que, apesar de seu monumental esforço, a Busca inteira não valia um murinho; ou como um carnavalesco deixando a Sapucaí, a maquiagem borrada pela chuva e pelo suor, e a certeza da desclassificação, porque um dos carros alegóricos quebrara, malgrado os meses de trabalho extenuante, malgrado a genialidade da concepção artística da Gioconda indígena, com uma arara azul no regaço.

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Epopéia de um garoto

No começo ele vivia numa bolha; explorava apenas partes dos limites do seu quarto e só aquelas que eram contidas pela parte interna da bolha, até sua melhor amiga resolver casar com o idiota de plantão que não tinha nada a ver com ela( as mulheres no seu habitue; prefiro não comentar muito, pois já estive nos dois papéis; não, nunca quis casar com um idiota, deixando claro minha heterossexualidade). Isso mexeu com o garoto, ele resolveu sair da sua vida encarcerada em busca do seu amor verdadeiro, entretanto repremido até agora(engraçado como sentimos falta quando as coisa estão longe...). Munido de uma bolha portátil, pois ainda não tinha imunidade e percorrendo um longo caminho que findaria nas cataratas do Niágara.

Ao percorrer todo aquele percurso, nesse interim, conheceu toda aquela realidade pungente o qual ele mesmo não fazia parte. Libertou-se do isolamento imposto pelo seus pais, penetrando outras esferas pessoais e íntimas. Parecia claro que haveria uma grande possibilidade dele romper a bolha na qual era dependente, mesmo que reprensentasse a morte e fez tal rompimento pelo amor que ele acreditava, por sacrifício e para demonstrar o seu afeto pela garota.

No final Jimmy Bubble não morreu, toda aquela situação de reclusão e isolamento era um artifício criado por sua mãe para evitar que o menino não conhecesse as mazelas do mundo exterior e, consequentemente, não rompesse nunca os vínculos maternos. Ele conquista a garota, faz amigos para toda a vida, ajuda no relacionamento dos seus pais: daria um bom desfecho para um heroí como também para uma obra de ficção. Contudo, não é de ficção que tratamos agora, falamos do mundo real onde os finais nem sempre são felizes e os casamentos costumam acabar em divórcio.

Enfim, saber o motivo claro dele trocar sua linda mulher por um coelho imaginário, so pode ser respondido pela falta de lógica do mundo em que vivemos. Ele cresceu, saiu do seu cercado e haveria a possibilidade que aquela linda e loira garota veio a ser um empencilho para a continuação da sua experimentação com a realidade. Mudou de cidade, arranjou pais novos(incrível como a internet possibilita as coisas nos dias de hoje), mas ainda era uma vida problemática e complicada. Com o seu amadurecimento ele perdeu sua inocência, sua capacidade de não se levar tão a sério. E com aquele amadurecimento trouxe também uma percepção perculiar da realidade e deve ter assustado o não tão mais garoto. Como Cassandra suas visões acabariam prejudicando sua vida e poderiam vir a encerrar a vida dele. Foi o que muito pensaram que aconteceu, entretanto os fatos são outros.

De Jimmy Bubble, ao depressivo Donnie Darko( engraçado pensar que ambos os nomes tem consoantes duplas). A leitura do textos de Thoreau, sobretudo aqueles que falam sobre a volta do homem a natureza, acabaram influenciando essa figura quase mitológica. E seguindo o modelo da fênix ele precisava renascer novamente, resolveu refugiar-ser no meio rural, longe da loucura da urbanidade que o prejudicara tantas vezes antes. Como vaqueiro e com o nome de Jack Twist(ironia ou acaso?) ele entrou em contato com o seu ser rural. Tentou ainda conviver com o seu ex-amor, ela havia mudado muito, é verdade; os tempos não foram generosos para a garota mas ele tentou ter uma vida normal com ela, constituir família e quem disse que ele conseguiria?

Na vida bucólica do campo conheceu alguém que mexeu com sua tentativa de ser normal: Ennis del Mar( os nomes com consoantes duplas estão realmente presente na vida dele). A capacidade e a vontade de experimentar de Jack(Jimmy ou Donnie) havia chegado no auge; era um pacote completo, daqueles de filmes românticos e trágicos: o amor proibido entre dois homens másculos numa sociedade completamente machista e pouco liberal. Lógico, findou em tragédia ou foi assim que Ennis pensara.

Ele havia fugido novamente, seu paradeiro, desconhecido. A primeira hipótese foi que ele resolver virar ator; a segunda, ele tornou-se um cartunista obcecado por assassinatos. Contudo ambas as hipóteses são apenas especulações de revistas de fofocas e sites de internet com notícias duvidosas, ambos podem ser apenas obras de ficção.

TETÉIA DA SEMANA

Fernanda Machado

Atriz paranaense. Destaque na última novela das oito da Globo, a sorumbática Paráiso Tropical. Como o Gilberto Braga, autor da novela para os incautos, resolveu vir com a manjadíssima palhaçada de "Quem matou fulano(a)?" pela milésima vez, não conseguindo êxito dessa vez, já que todos estavam pouco se lixando para o assassino da canastrona Taís, o final acabou não fazendo justiça ao talento dessa jovem (26 anos, e viva a indiscrição) atriz. A trama de sua personagem, a jovem prostituta Joana, acabou sendo um dos raros destaques na novela. Esse camarada pode dizer que já tinha percebido o talento dessa graciosa aspirante a starlete muito antes de tudo isso acontecer, numa horrenda novela das sete chamada Começar de Novo, exibida há dois anos, quando ela interpretou a filha do galináceo e galã idoso de plantão Marcos Paulo. Fernanda tem muito mais classe que a careteira da Alessandra Negrini, e por isso mereceria já ser considerada para papéis maiores. Mas pelo jeito continuará vivendo de migalhas, quem sabe até se submetendo à humilhação suprema, tendo de ir para a Record ganhar uns trocados. Mas torçamos para que isso não aconteça, e que ela possa continuar trazendo classe para um meio tão batido e bruscamente vulgar como o das soap-operas brazucas.