Atriz norte-americana. Apareceu bem dando um pouco de luz ao péssimo filme Congo, em 1995. Depois disso, conseguiu construir uma bela carreira, emprestando sempre seu imenso talento a filmes como O Show de Truman, Conte Comigo, Sobre Meninos e Lobos, Simplesmente Amor (quando contracenou com o cosa-nostra Rodrigo Santoro), Kinsey e A Lula e a Baleia. Foi indicada pela terceira vez ao Oscar nesse ano com o filme A Família Savage (filme visto no Brasil por mim, o Fundamentalista e mais umas sete pessoas, infelizmente). Na fraca adaptação cinematográfica do livro Os Diários de Nanny, lançado ano passado, humilhou a Scarlett Johansson em todas as cenas que contracenevam juntas, fazendo a queridinha dos nerds ficar menor ainda perto do seu talento e conseguindo os únicos elogios reservados para o filme. Está na hora da Academia reconhecer que Linney está um patamar acima de suas colegas e finalmente fazer justiça a essa nova-iorquina, filha de um dramaturgo teatral e que sempre sonhou em atuar nas peças do pai. Logicamente o destino reservou surpresas mais fascinantes para a senhorita Linney.
segunda-feira, 31 de março de 2008
TETÉIA DA SEMANA
domingo, 30 de março de 2008
O Belo é o Burro
Ouvindo o Tim Maia da fase racional, fiz a experiência de que o belo não é só burro, mas muito burro.
Quanta bobagem, mas que bonito! O que me lançou à melancólica consciência da nossa condição, clichê filosófico de praxe, porque se deduz daí que, para o homem, a beleza é necessariamente franqueada pelo sacrifício de toda e qualquer inteligência. Tá, sei, muito gentinha isso de ficar se lamentando pela inteligência, esse consolo a que se apela, porque sempre estamos nos sentindo feios (falo por você, como não), como quem é pobre, porém limpinho.

Mais casos de que inteligência é prescindível e atrapalha, pra expandir o ponto de partida black:
A mulher bonita, em todas as suas variações da beleza exuberante, desde a voluptuosa nojentinha até a bonequinha sem sal.
Bach, outro péssimo letrista. Toda vez que queria versificar a partir de seu pietismo, a congregação se constrangia, contrita. Alguém talvez gostasse de emendar que, nessa mesma linha, tem a ópera em geral, but, well, a própria música é uma coisa burra, se a idéia da gente de inteligência é do tempo da palmatória, a minha é, segundo a qual inteligente e discursivo são indivisíveis, a-ham. Porque expressões como 'fraseado inteligente" ou "melodia inteligente", pra mim, que sou leigo, convenientemente não fazem sentido algum. Assim eu penso por bem da dominação dos que escrevem bem sobre os que não, que, tá, ainda está por vir. Grosseiramente, trata-se de Platão. É nóis.
Todos os filmes chineses com gente voando (aqui eu ia inserir parenteticamente que se trata de uma redundância, mas que piadinha vencida seria, né?). Porque, antes da gente dormir, é um espetáculo visual, etc.
Que mais, que mais?
Ah, e Jackson Pollock, se eu entendesse um poucochinho que seja de pintura.

Agora sim, o Universo em Desencanto.
Mas a Beleza é mesmo superior à Inteligência, ó simbolista, algo a que tenho de dar o braço a torcer, quando me pego cantando, todo alegrinho, da necessidade de se ler o livro e mandando os outros se imunizarem. “Apenas um, apenas um contato irá fazer nossa união legal.” Então, imuniza aí, ô.
quinta-feira, 27 de março de 2008
Resenhas de Cds - Parte 2






quarta-feira, 26 de março de 2008
Para as massas
1. Mas agora eu também me popularizei, tenho orkut, e você pode me encontrar de havaianas no Largo da Batata, comprando DVD pirata do Calcinha Preta.
2. Marcelo Adnet na MTV: muuuuito engraçado (já fui mais articulado que isso, também). 15 Minutos é um dos novos programas da MTV. É, eu insisto na MTV. Hábito? Capaz. Esse Marcelo Adnet faz tipo um stand up. Sem medo de ser feliz, confesso que gargalho quando ele imita o José Wilker.
Para fazer um yuppie liberar uma grana pro blog, apelei pro vestidinho justo.
3. E onde José Wilker é crítico de cinema e Pedro Bial é poeta, Camarada Fundamentalista é escritor. Logo, logo saí o meu primeiro romance: As fantásticas aventuras de Neide e sua amiga Fatiminha na Terra de Vera Cruz, com prefácio de Diogo Vasconcellos, nosso correspondente em Portugal.
4. Ostentar cultura que a gente não tem sempre foi uma das minhas propostas a nível deste blog. Ter propostas também.
5. E o Rafinha ter ganhado o BBB 8 quer dizer que pelo menos metade do Brasil agora é emo? Medo.
terça-feira, 25 de março de 2008
The not so Good, the Bad & the Ugly
Infelizmente, certas coisas não são transferíveis: entre elas, carteirinha de clube e espírito. Daí que, fim de semana ensolarado, sem poder dar um mergulho na piscina e engolir meio litro de água clorada, você vai ver Onde os Fracos não têm Vez e sai do cinema torcendo o nariz, porque “não tem final”. Filisteu. Te rogo uma praga, hein: tomara que o Michael Bay nunca mais filme uma explosão. Medo.

Mas disfarça pelo menos. Cá entre nós, sei que, pra você, final mesmo é o de Thelma & Louise, e até hoje você vende pros outros a groselha do “carpe diem” com aquela cena na cabeça. E no teu profile do orkut resume a tua ética: "ou tudo ou nada", "amigas para sempre", "a vida é pra valer". Porque o filistinismo deixa rastros.
segunda-feira, 24 de março de 2008
TETÉIA DA SEMANA

domingo, 23 de março de 2008
Fomos ao Cinema ver A Família Savage


sábado, 22 de março de 2008
7 filmes
Quem disse que ficar em casa é chato? Breviário crítico-metidinho dos últimos filmes que eu vi. Mas falar do que a gente gosta faz o estilo cair vertiginosamente, tipo escrever “cair vertiginosamente”. Você baixa a guarda, larga a pose e fica todo docinho, todo sentimental.
No Calor da Noite: policial bonachão, com Rod Steiger de policial bonachão, as mãos de Sidney Poitier e Sidney Poitier. Muitas risadas e cenas antológicas. Números: Rod Steiger masca o mesmo chiclete 1.475.816 vezes durante os 110 minutos de projeção; e 72 são os confrontos com Sidney Poitier, mas apenas 68 aqueles em que pelo menos um dos dois aprende algo sobre o caráter do outro.
Viver a Vida: HUASHUASHUASHUASHUASH. Mclovin brechtiano.

Superbad – É Hoje: Godard. Também brechtiano. Anna Karina massacrada. Mclovin. Leve lenços. You’ll know.
O Boulevard do Crime – Primeira Época: melhor que O Boulevard do Crime – Segunda Época.
O Boulevard do Crime – Segunda Época: Fréderick Lemaitre, Fréderick Lemaitre, Fréderick Lemaitre. E, quando comentá-lo com os amigos chatinhos que gostam e entendem (?) de cinema, choque (mas não se esqueça de fazer cara de Anna Karina) com “É melhor que toda a nouvelle vague junta”. Não me diga!
Memórias do Subdesenvolvimento: o quêêêêêêêêê? Cinema latino-americano que pensa? O quêêêêêêêê? Cinema latino-americano? Você? Não creio. E depois? Garota de Ipanema? Um cantinho e um violão?

O Grito: Antonioni sem medo no coração. Amando muuuuuito. Ladrões de Bicicleta com muita mulher bonita dando mole. E depois querem reduzi-lo ao esteticismo? Talk to the hand! (Andava num impasse: cinema italiano ou francês? Zurlini, Antonioni, Carné, Bresson. Difícil. Mas assistindo O Grito, vi Dorian Gray, essa aí em cima, e, pelamor, como era fácil decidir.)
Eu blogando em cena de filme independente a ser lançado.
Nous Avons été au Cinéma: e quando adaptarem pro cinema a minha história, sobre como eu passei de junkie a blogueiro, well, vou exigir, com cláusula de contrato e tudo, que a Chlöe Sevigny me interprete, tipo a Cate Blanchett interpretando o Bobo Dylan. Pegou mal? E se eu te disser que eu adooooooro David Bowie?
quarta-feira, 19 de março de 2008
Fomos ao Cinema: o primeiro Jubileu

segunda-feira, 17 de março de 2008
TETÉIA DA SEMANA

sábado, 15 de março de 2008
Camarada Moderado por seus filmes favoritos
Saci, Curupira, Mula-sem-cabeça, Negrinho do Pastoreio, Loira do Banheiro, Homem do Saco, Chupa-cabra, Camarada Moderado. Just highlights. Este último a subversão dos paradigmas folcloristas. O folclore boêmio, engajado, concretista, eletrônico, experimental. O sampler do folclore. Abaixo, um pouco da sua trajetória de blogueiro:





... partir um coração é inevitável. Aqui, uma das muitas mulheres elegantemente destroçadas pela notícia de que a fila anda. Isto é, de que a fila andou.
Como tudo começou? Ora, como tudo sempre começa. Com um telefone tocando, como diria Jack Bauer ao Colin Farrell, em Por um Fio. Well, o telefone toca. Camarada Gracinha ligando pra convidar o Camarada Moderado para uma baladeeeeenha. Sussa, meu!
Marcam no metrô. Camarada Gracinha chega antes, espera uns quinze minutos, daí aparece o Camarada Moderado. All Star, camiseta vermelha. Ela sorri. Ela diz: “Posso?” E ele responde: “Claro.” Então, ela o beija. “Mas beijo é traição?”, ela questiona, confusa.
Beijo é traição? Pô, feliz aniversário, Camarada Moderado!
terça-feira, 11 de março de 2008
Em busca do all star rosa

Um dia começou. Não me lembro agora se era dia chuvoso, se nevava ou se o trânsito havia batido recorde de congestionamento. Mas sem dúvida foi um dia deveras importante, oras, nós, camaradas, realizávamos nossa reunião de pauta quando um de nós trés teve a brilhante confabulação:
"Precisamos de uma camarada para o nosso blog."
Nós eramos, ainda, o melhor da intelectualidade, como digo: dínamos pensantes, porém machos; acredito, muito machos. Gostavamos de mulheres, das meninas indies e da garota ruiva do Snoopy. Ou seja um macho alfa padrão, sem esquisitices e gostos peculiares, digamos, mais coloridos. Mesmo o progressista com seu apreço pela Ally Macbeal; sim, inclusive ele parece ser bastante hetero para balancear a trupe.
Camarada fundamentalista, nos seus últimos textos, parece que começou a sentir a ausência do gênero do convívio quase diário no blog, relatanto suas desilusões e sonhos com o sexo feminino. De um hermético padrão, agora é parecido mais com o desiludido e confessional camarada. Pergunto: camarada, onde escondeu tua tacanha?
Em verdade as mulheres parecem ter tomado de assalto o blog, falamos de mulheres novamente( primeiros meses) e frequente.
Uma vez propusemos o concurso "Você garota, faça parte do Fomos ao Cinema", infelizmente a vencedora renunciou ao cargo sem ao menos começar. Por isso, proponho, sem a consulta dos meus associados, um novo concurso, "faça parte do blog, meninas, ganhando uma camiseta". e por favor, a campeã traga nosso taciturno camarada de volta.
segunda-feira, 10 de março de 2008
TETÉIA DA SEMANA

sábado, 8 de março de 2008
E no Dia Internacional das Mulheres
Depois do meu aniversário e do Natal, a data mais importante do ano é o Dia Internacional das Mulheres. Este blog é jovenzinho, menininho, então é a primeira vez que a gente comemora a maior dentre as ocasiões que não chegaram a ser feriado no calendário. Uma das coisas que se poderia fazer é dissertar sobre a hipocrisia e o absurdo que a data dissimula ou tenta dissimular. Que exista o dia da mulher, como existe o do índio e o da árvore, mostra que você, jovem leitora, está em desvantagem. No mínimo, vive tão ameaçada quanto a jabuticabeira no fim da rua.
Mas seria politicamente correto demais. Vai que depois não sai, e vira tipo um tique, gagueira, e eu passo a falar só com a consciência; e sinceramente, quando penso em alguém falando só com a consciência, imagino um cara falando sozinho ou com uma voz metálica, que nem a do Stephen Hawking. Por sinal, alusão a Stephen Hawking não é nem um poucochinho politicamente correta, e não é pelo fato dele ser judeu, né, criançada?
Mas em vez de eu encher o saco dos fãs de Charlie Brown Jr. que estiverem me lendo acidentalmente, e fazer do post um libelo sobre como as mulheres sofreram e sofrem ainda hoje, com toda a problemática social condensada caramelizada, coberta com flocos crocantes e o delicioso chocolate Nestlé, montei uma pequena galeria de mulheres indispensáveis para qualquer patriarcado que se preze. Muito pessoal, pois sim. Dos critérios, você pergunta. Como foi tudo de memória e, eu não sei por quê, mas a minha sempre privilegia as mais bonitas, beleza foi importante, sim, se é o que você quer saber. E são poucas, porque cada uma delas baranrigaricuti-paradigmáticas. Dos paradigmas em questão, você pergunta. Tem a porção étnica e classy; tem a porção reminiscências da infância; e tem a tradicional porção babação de ovo macha. Cada qual com sua justificação equivalente.

Melhor foto que achei dela, de um filme, que, s'ocê quisé, tem no YouTube, com áudio grego original. Nossa! (Papas é a da esquerda, filisteu!)
Irene Papas. Atriz grega, que ficou famosa com sua participação em Zorba, o Grego (anda, faz a piadinha da cueca, filisteu!). Apesar de ou porque monocelhada, ah, mas que traços, que traços! Quanto caráter, quanta força nesse rosto. Admito que é estranha, no mínimo ambígua essa minha atração, já que caráter não é um elemento comum, talvez nem mesmo raro, da beleza feminina. Estamos diante, portanto, de uma verdadeira anomalia, pois se trata de um genuíno rosto de mulher transpassado, quase como uma aura (não, gente, esoterismo, não: é Walter Benjamin!), por qualidades masculinas. Ou tradicionalmente masculinas. Ó flagelo da humanidade, que associemos caráter exclusivamente ao homem masculino macho! Porque mulé tem que ser é bonita e cheirosa.

Outra foto terrível, tá. Mas é que as mulheres deste panteão, diferente de party girls e carreiristas diversas, se furtam a paparazzi.
Garotinha Ruiva. O fato de ela ser um desenho só acentua a natureza ficcional das demais mulheres que aqui figuram. Se você sabe redigir períodos subordinados que façam sentido, é claro que foi meio Charlie Brown na vida, a não ser que você seja gay, mas não sou eu que vou encrencar com isso. Leu Salinger (a saga da família Glass), assistiu The Royal Tenenbaums e Arrested Development, e gostou? Como dizem em comunidade de Orkut, que é o ponto mais baixo do estilo: entra aí. Mas se tiver um beagle, juro que te interno.

"..."
Nastassja Kinski. A maior objeção contra a homossexualidade masculina que existe e razão suficiente pra eu descer da torre de marfim e escrever coisas tão pueris como “maior objeção contra a homossexualidade masculina que existe”. Ou, falando objetivamente, a mulher mais bonita dos últimos, hmm, trinta anos. Eu nem tinha nascido e ela já era assim colossal, e desde então não apareceu um outro rosto que se comparasse ao da atriz alemã, filha de Klaus Kinski, que só pode ter vendido a alma pro diabo pra gerar alguém tão bonito, sendo ele tão bonito em itálico. Se ela disser vamo, eu vou. Só por causa do Paris, Texas, você deve estar imaginando aí nessa sua cabecinha tontinha, porque eu podia, até deveria, ter citado uma olímpica Classic Hollywood, mas eu sou indie, ô. Agora, a Mulher Samambaia...
Com essa heterogeneidade e justificativas, trata-se da homen-agem machista mais libertária que você já viu, a-ham. Mas ó só a surpresa que eu te preparei, lindona:

Porque tu é indie, né?
Leitora do Fomos ao Cinema. Opa, opa, opa. Essa mulher cheia do ziriguidum, com o samba no pé e uma idéia na cabeça, que é bonita, e é bonita, e é bonita. Você que me bouleversa enquanto eu recolho as cinzas do sutiã, mas você ri, ri, porque sabe que eu quero é te provocar, eu quero é te beijar, e vem comigo dançar, dançar, dançar. Ah, e se você dança, é claro que eu também danço, poxa.
sexta-feira, 7 de março de 2008
TOP 5- Bob Dylan
5-All Along The Watchtower (1967): Dois cavaleiros se aproximavam, nessa bela metafora dos artistas (bobos da corte, segundo Dylan) versus o mundo.
4-Visions of Johanna (1965): Dylan onírico, desfilando belas imagens por cima de uma composição mais caprichada. Vale ouro, jão.
3-Desolation Row (1966): Um tratado classudo da ignorância e violência que marcaram a infância do jovem Bob (sim, Dylan um dia correu atrás de pipa e balão).
2-Simple Twist of Fate (1975): Devastado pelo fim do casamento, Dylan criou a única letra de amor da história do rock que chegou a ser comparada a Shakespeare. Um feito? Sim, pode apostar.
1-It's Alright Ma (I'm Only Bleeding) (1965): Seca e árida, com suas batidas densas de violão, um Dylan apocalíptico, flertando com o nilismo em sua busca por respostas (que o levariam a uma conversão religiosa nos anos 70). "It's life, and life only".
quinta-feira, 6 de março de 2008
Fortuna, Imperatrix Mundi!

Precisamos de um tempo para enriquecer, além da costumaz sorte que todos os milionários apresentam, deve vir junto tempo: o bom e velho ócio criativo, já citado diversas vezes nesse blog( e todas provalvelmente por este orador iregular).
Nessa madrugada, num dia de ócio particular, acabei assistindo Roda da Fortuna, filme dos irmãos Coen de 1994. Roda da fortuna aborda uma megacorporação onde seu diretor, no meio de uma reunião, se mata, jogando do último andar do prédio. Os acionistas majoritários querem aproveitar as quedas nas ações, na verdade, querem agrava-las afim de lucrar muito, para isso contratam um pretenso idiota para o cargo de diretor da empresa. Além das atuações de Paul Newman e Tim Robbins que merecem destaque, falamos de um filme dos grandes irmãos coen, ou seja, recheado de humor ácido e ironias as situções reais:como a dificuldade de conseguir o primeiro emprego e outras situação exageradas do mundo das corporações e seus efeitos nas pessoas.
Quer ganhar dinheiro, salte e arrisque na Roda da Fortuna. Era isso que queria falar. e se vc for idiota, melhor, pode ser que consiga um bom emprego
terça-feira, 4 de março de 2008
Mãe, essa aqui é a minha namorada indie
Mina indie é a resposta?
Com essa pergunta em mente, saí por aí esses dias, meio Tenenbaum, prestando-me a belos enquadramentos pelas ruas de São Paulo. Se bem que eu não acredito em mina indie. Nem em mina emo, punk, otaku ou intelectual. Por que mulher é uma criatura que, de tão complexa, é refratária a rótulos? Nããããão. É porque mulher é tudo poser. Mulher é poser? Gente, eu não sabia disso. Tô pretérito.
Mulher é poser porque gosta de homem. Homem gay também é poser, aliás. Gostar de homem é caso perdido, porque homem é, nas palavras de Camarada Mamãe Fundamentalista, vem a nós, vosso reino jamais. Deixa eu explicar. Enquanto mulheres estão interessadas em gente, homens estão interessados em coisas. Mulheres criam filhos, e homens constroem pontes. Entre a mãe e o engenheiro, a distância é de uma pensão pra bancar a educação da criança revoltada com o escroto que engravidou a minha mãe.

Típica indie que circula pela Augusta e Consolação.
Daí que mulher é poser porque parece que nasce pra ser abandonada. I got a theory, listen to me. Tem a ver com o que a Condoleezza Rice, a Sabrina Sato e a tua mãe (opa!) têm em comum. Todo mês o corpo delas se prepara pra gerar uma criança. Ou seja, mulher nasceu pra ser mãe. É uma vocação. Mas e o homem? Nasceu pra quê? Ué, pra ser filho da mãe, e aqui você ri assim, ó: qua-qua-qua-qua. É o Silvio quem paga o nosso salário.
O homem é o filho da mãe que é a mulher (quer pedir a ajuda dos lógicos?). Percebe que um nunca alcança o outro? Só quase. A mulher é coagida pelo processo natural das coisas a assumir a criança que foi dada à luz. E pra ter certeza disso, derrubam a diva, no mínimo, uns três dias, depois do parto, pra não poder fugir. Mas o homem, se quiser, foge nove meses antes da coisa engrossar pra valer. Tá, gente, o sistema não é perfeito, e eu sei que tem mulher abortando de graça, dando no pé que nem homem e jogando criança em lata de lixo. E tem também Juno ganhando Oscar, você ia esquecendo.
Mina indie em lágrimas durante uma sessão de Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças.
Mas as istastístísticas, gente, as istastístísticas, que não me deixam mentir. A Mãe Solteira é já tão característica dessa terra radiosa quanto o Cristo Redentor, o Pelé e a Mulata Pelada, a da arquitetura do Niemeyer, porque a gente sempre fica highbrow se o assunto permite. Como disse um professor meu – e de vez em quando eu aprendo uma coisinha assim na escola, que eu cato no ar –, essa coisa de pai não pegou aqui no Brasil. Principalmente aqui, na verdade. O professor em questão é viúvo.

Lascívia vermelha, hihihi.
E, finalmente, mulher é poser porque, vem cá, mas você já viu uma mãe, mas mãe de verdade, se interessar por alguma coisa além dos filhos? Se se interessar, teve pelo menos um que pariu e jogou fora, fica vendo. Ai, que bonitinho eu falAnuH axim, tãUm faiXiStAzinhU xOvinishtAHHHH. Por isso que eu falo que mulher não gosta meeeesmo de cinema, de música, de livros ou de qualquer outra coisa. Porque mulher gosta é de pessoas, só por causa do filhinho que ainda nem teve. Repito: V-O-cação. E um dia o filhinho cresce e pica a mula com uma bandida qualquer, provavelmente uma mina indie, e fica mamãe sozinha, sem ter feito nada da vida a não ser ter dado de comer e vestido o sem-coração.
Mas mina indie é a resposta? Ela vai me amar como eu sou, que nem o pai da Juno disse que tinha de ser? E mina indie é tipo a Juno? Ou tipo a Ellen Page? Ou tipo a Diablo Cody? Eu estava pensando em alguém mais Margot Tenenbaum, se bem que eu não gostei de Shakespeare Apaixonado. Ah, quer saber, eu preciso é de um abraço seu.
Esse final foi pra te chocar.
Michael Jackson: 25 anos do Thriller


Capa da edição especial de aniversário, mostrando Michael e seus amiguinhos Zumbis.
1-Wanna be Startin' Somethin": Música mais acelerada do disco, soa inevitavelmente datada, com suas gordas linhas de baixo e sintetizadores pouco sutis. O trabalho de percussão foi todo realizado pelo coisa -nossa Paulinho da Costa, e é o único destaque da faixa. Com um refrão safado e repetido à exaustão, a música, que é a mais longa do disco (passando dos seis minutos) gruda e cansa rapidamente. Bola fora do mito Quincy Jones, que talvez tenha tido pouco o que fazer, pela música ter sido uma das quatro do disco escritas por Jackson, que deve ter teimado para ela sair desse jeito.
2- Baby Be Mine: Uma das duas do músicas do disco a não virar single de sucesso (a outra sendo The Lady In My Life), é muito melhor que outras músicas de Jackson que viraram hits. Faixa que mais lembra o espírito do disco anterior, Off The Wall, com uma produção bem mais orgânica. Black Music de primeira, injustamente esquecida.
3-The Girl is Mine: Lixo. Dueto fraquíssimo de Jackson com Paul McCartney, que resultou no fim da rápida amizade dos dois e na compra por Jacko dos direitos das músicas dos Beatles, o que foi trágica para os fãs da banda, que se viram impossibilitados de ouvir as músicas do grupo nas rádios e canais de TV, o que segue até hoje. O jeitão jeca da música é explicado pela triste fase que McCartney viveu nos anos 80, lançando discos que virariam piada. Nem Jones salvou essa.
4-Thriller: Todos se lembram do icônico clipe (na verdade um curta de quinze minutos), que lançou a MTV ao status de "canal jovem", algo que ela começa a perder somente agora, com o advento da internet. Mas quanto a música em si, méritos totais para Quincy Jones, que constrói um clima tenso e arrebatador utilizando basicamente apenas sequências infernais de baixo , sampleadas milhões de vezes por produtores, rappers e o escambau, com intervenções ocasionais precisas de metais, guitarras e sintetizadores. O refrão, majestosamente cantado por Jackson, presta uma homenagem dele aos seus filmes de terror favoritos (John Carpenter, Dario Argento, entre outros). Inicia a sequência de três canções que acabaram quase que sozinhas criando o status do disco.
5-Beat It: Com um riff de guitarra tocado por Eddie Van Halen (pasmem), Beat It é a canção mais "rock" do disco. O riff é melhor do que muitos que Van Halen produziu na sua própria banda, o que me leva a imaginar toda a grana que ele ganhou para tocar com Jackson. Ao invés do riff ser tocado repetidamente, nas pontes eram repetidas rápidas sequências de guitarra junto da bateria, para o riff entrar, gloriosamente, junto do refrão, em outra bela sacada de Quincy Jones. Rola até um solo de Van Halen no meio da música. Era impossível uma canção como essa não virar hit. Jackson tentou repetir a parceria com um guitarrista virtuoso ao convidar o Slash do Guns N' Roses para tocar na música Black and White, do álbum Dangerous, mas o resultado passou muito longe da excelência dessa. E deixou o Axl Rose louco da vida com Slash, já que até hoje ele reclama dessa "traição".
Michael e Quincy Jones, com dois dos trezentos Grammys ganhos pelo Thriller
6-Billie Jean: Os 4 minutos e 54 segundos mais espetaculares da história do pop. Nunca foi feita uma música tão perfeita quanto essa. Classuda do começo ao fim. Jackson e Jones estavam inspiradíssimos, e a música é referência para toda a produção musical até os dias de hoje. Sim, nós sabemos bem que o filho não era do Michael (ele não parece ser muito chegado, sabe como é), mas nem isso apaga a excelência dessa canção.
7-Human Nature: Música mais calma do disco, não mantem o nível estratosférico da canção anterior. Tem o jeitão das baladas daquela época, poderia ser facilmente composta por um Phil Collins da vida. Isso não pode, de maneira alguma, ser um elogio.
8-P.Y.T. (Pretty Young Thing): Constrangedora tentativa de Jackson soar como um garanhão pegador. Funkzinho sem maiores pretensões, que não consegue passar no teste do tempo, soando datado e quadrado. Péssimo uso de vocoders, que somente começam a encaixar bem em canções hoje em dia, vide o bom uso deles por bandas como o Daft Punk, por exemplo. A música fez sucesso mais por osmose, seguindo o caminho aberto pelas outras músicas, que ciraram uma demanda altísisma de músicas do Jacko junto com os fãs, do que por méritos próprios.
9-The Lady in My Life: Canção que fecha o disco, é a única balada propriamente dita. A letra é fraquíssima, e a música não fazia muito para escapar do rótulo "mela-cueca", apostando numa estrutura totalmente convencional e livre de maiores surpresas e invencionices. Imagino que era um ás guardado por Jackson e Jones caso o disco não estivesse fazendo sucesso, mas como a situação se mostrou absolutamente contrária, a música acabou não precisando sair à tona. Um desfecho nada satisfatório, mas que serviu apenas como, digamos, reserva de mercado.
Depois de tudo isso, é fácil perceber o quanto esse disco é superestimado. As 50 milhões de cópias devem-se à trinca fortíssima do meio do disco, Thriller, Beat It e, principalmente, Billie Jean, todas fruto do talento de Quincy Jones, muito mais do que o talento de Michael Jackson como compositor. O próximo disco de Jackson, que sairá ainda nesse ano, será produzido pelo incauto do Wil.l.i.am, o que não é nada promissor, já que é sinõnimo de samplers dolorosamente óbvios e melodias construídas todas em cima de onomatopéias, como vimos dezenas de vezes nas canções do Black Eyed Peas. Essa é a vantagem do Prince, que nunca precisou se apoiar em produtor nenhum, já que é capaz de emular uma banda inteira sozinho. Mas Thriller tinha o seu valor, com certeza, não tiremos isso de Jacko. Isso não!
segunda-feira, 3 de março de 2008
TETÉIA DA SEMANA

Movimentos Pendulares e o cinema ou Drops do moderado
Bem o oscar foi um merda, Juno ganhou de melhor roteiro, daí se denota a porcaria que foi a premiação, pelo amor de deus, até premiações do oscar tem limite, dessa vez a academia conseguiu ultrapassa-lo definitivamente; a, já quase esquecendo, temos , nós, blogueiros, leitores e fãs de cinema a obrigação de fazer o movimento, "por favor volte Billy Cristal".
Tim Burton, Jonnhy Depp e uma atmosfera gótica: será que já vi isso em outo lugar, pior, agora em versão musical. Misto de curiosidade e medo; enquanto o medo continuar vencendo não me atrevo a encarar esse filme.
domingo, 2 de março de 2008
The deep profound philosophy and other issues
Eu sou a favor de auto-ajuda se ninguém estiver ganhando dinheiro em cima, o que é – a sátira começa aqui – uma contradição em termos, eu sei, você sabe. Anyway, auto-ajuda pode funcionar, mudando algum aspecto da sua maneira de pensar. Mas para que isso aconteça, um poucochinho de auto-análise é indispensável, e o conhece-te-a-ti-mesmo volta com tudo, suuuupertendência. Mas não demais, que senão carrega o visual.
Profundidade, esse acessório tão superestimado, por exemplo, é resultado direto de auto-análise, mas que já cansou, tenho que te dizer. E, ao contrário do que o pessoal fala, profundidade não tem nada a ver com inteligência. Já vi muito estudante de Letras que entende o outro e a si mesmo, cheio de sensibilidade e ética. Em compensação, a maioria dos matemáticos que eu conheci era louca pra fazer uma ponta na Malhação. É a diferença entre pessoas como Antoine Saint-Exupéry e Ludwig Wittgenstein. A lacrimosidade e o espírito emo de O Pequeno Príncipe versus a insensibilidade e a aridez do positivismo lógico.
Day-Lewis: indivíduo profundo num momento de pouca profundidade.
Gente que nem Oscar Wilde também, que defendia que “O artista é um criador de belas coisas”, ou que “Um livro é bem ou mal escrito: eis tudo”, e que “A Arte é superfície”; enfim, que acha que tudo se resume à Beleza, trata-se de pessoas extremamente frívolas, sem amor nenhum no coração, sem S2 mesmo :o(.
O sistema educacional austríaco é célebre pela formação de indivíduos pouco profundos e superficiais. Acima, Hitler pequerrucho: eugenia e limpeza étnica como meios para o estabelecimento do III Reich à luz do ideal clássico de Beleza; e Wittgenstein: goleiro medíocre.
Profundidade que, como eu li outro lia, folheando um manual de Psicologia, depende de como o indivíduo elabora as próprias emoções. Aquele que, quando está triste, pergunta por que está assim, é profundo. Já o superficial é aquele que está triste porque está triste. Os primeiros estão sempre insistindo nos assuntos dos quais os segundos estão sempre fugindo. Wittgenstein, que era uma pessoa assim muito superficial, escreveu que perguntar a razão de se estar sentindo de uma determinada maneira não tem resposta, porque é uma pergunta sem sentido. Diz ele, no aforismo 6.5 do Tratactus Logico-Philosophicus: “Para uma resposta que não se pode formular, tampouco se pode formular a questão. O enigma não existe” E tem mais:
5.6 Os limites de minha linguagem significam os limites de meu mundo. Ou seja: se eu não disser que te amo, então eu não te amo; se eu não disser que estou triste, então eu não estou triste. O mesmo para o contrário: se eu disser que te amo, então eu te amo; se eu disser que estou feliz, então eu estou feliz, eeeehhhhh. Pensamento positivo é TU-DO!
5.631 O sujeito que pensa, representa, não existe. Ou seja: viver a vida, moçada: quem pensa demais, não vive.
6.43 O mundo do feliz é um mundo diferente do mundo do infeliz. Ou seja: geeeente, que deprê! Vamô parar com esse papo bravo, que tá tudo muito down, e vamô animando aí, que hoje eu vou causar, u-huuu!
7 Sobre aquilo de que não se pode falar, deve-se calar. Ou seja: rsrsrsrs.
Toda a chamada primeira fase de sua obra, representada pelo Tractatus, é uma crítica à suposta profundidade dos profundos, que se envolvem em intermináveis discursos vazios. Arrasô.