terça-feira, 4 de março de 2008

Mãe, essa aqui é a minha namorada indie

Mina indie é a resposta?

Com essa pergunta em mente, saí por aí esses dias, meio Tenenbaum, prestando-me a belos enquadramentos pelas ruas de São Paulo. Se bem que eu não acredito em mina indie. Nem em mina emo, punk, otaku ou intelectual. Por que mulher é uma criatura que, de tão complexa, é refratária a rótulos? Nããããão. É porque mulher é tudo poser. Mulher é poser? Gente, eu não sabia disso. Tô pretérito.

Mulher é poser porque gosta de homem. Homem gay também é poser, aliás. Gostar de homem é caso perdido, porque homem é, nas palavras de Camarada Mamãe Fundamentalista, vem a nós, vosso reino jamais. Deixa eu explicar. Enquanto mulheres estão interessadas em gente, homens estão interessados em coisas. Mulheres criam filhos, e homens constroem pontes. Entre a mãe e o engenheiro, a distância é de uma pensão pra bancar a educação da criança revoltada com o escroto que engravidou a minha mãe.

Típica indie que circula pela Augusta e Consolação.

Daí que mulher é poser porque parece que nasce pra ser abandonada. I got a theory, listen to me. Tem a ver com o que a Condoleezza Rice, a Sabrina Sato e a tua mãe (opa!) têm em comum. Todo mês o corpo delas se prepara pra gerar uma criança. Ou seja, mulher nasceu pra ser mãe. É uma vocação. Mas e o homem? Nasceu pra quê? Ué, pra ser filho da mãe, e aqui você ri assim, ó: qua-qua-qua-qua. É o Silvio quem paga o nosso salário.

O homem é o filho da mãe que é a mulher (quer pedir a ajuda dos lógicos?). Percebe que um nunca alcança o outro? Só quase. A mulher é coagida pelo processo natural das coisas a assumir a criança que foi dada à luz. E pra ter certeza disso, derrubam a diva, no mínimo, uns três dias, depois do parto, pra não poder fugir. Mas o homem, se quiser, foge nove meses antes da coisa engrossar pra valer. Tá, gente, o sistema não é perfeito, e eu sei que tem mulher abortando de graça, dando no pé que nem homem e jogando criança em lata de lixo. E tem também Juno ganhando Oscar, você ia esquecendo.

Mina indie em lágrimas durante uma sessão de Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças.

Mas as istastístísticas, gente, as istastístísticas, que não me deixam mentir. A Mãe Solteira é já tão característica dessa terra radiosa quanto o Cristo Redentor, o Pelé e a Mulata Pelada, a da arquitetura do Niemeyer, porque a gente sempre fica highbrow se o assunto permite. Como disse um professor meu – e de vez em quando eu aprendo uma coisinha assim na escola, que eu cato no ar –, essa coisa de pai não pegou aqui no Brasil. Principalmente aqui, na verdade. O professor em questão é viúvo.

Lascívia vermelha, hihihi.

E, finalmente, mulher é poser porque, vem cá, mas você já viu uma mãe, mas mãe de verdade, se interessar por alguma coisa além dos filhos? Se se interessar, teve pelo menos um que pariu e jogou fora, fica vendo. Ai, que bonitinho eu falAnuH axim, tãUm faiXiStAzinhU xOvinishtAHHHH. Por isso que eu falo que mulher não gosta meeeesmo de cinema, de música, de livros ou de qualquer outra coisa. Porque mulher gosta é de pessoas, só por causa do filhinho que ainda nem teve. Repito: V-O-cação. E um dia o filhinho cresce e pica a mula com uma bandida qualquer, provavelmente uma mina indie, e fica mamãe sozinha, sem ter feito nada da vida a não ser ter dado de comer e vestido o sem-coração.

Mas mina indie é a resposta? Ela vai me amar como eu sou, que nem o pai da Juno disse que tinha de ser? E mina indie é tipo a Juno? Ou tipo a Ellen Page? Ou tipo a Diablo Cody? Eu estava pensando em alguém mais Margot Tenenbaum, se bem que eu não gostei de Shakespeare Apaixonado. Ah, quer saber, eu preciso é de um abraço seu.

Esse final foi pra te chocar.

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