sábado, 8 de março de 2008

E no Dia Internacional das Mulheres

Depois do meu aniversário e do Natal, a data mais importante do ano é o Dia Internacional das Mulheres. Este blog é jovenzinho, menininho, então é a primeira vez que a gente comemora a maior dentre as ocasiões que não chegaram a ser feriado no calendário. Uma das coisas que se poderia fazer é dissertar sobre a hipocrisia e o absurdo que a data dissimula ou tenta dissimular. Que exista o dia da mulher, como existe o do índio e o da árvore, mostra que você, jovem leitora, está em desvantagem. No mínimo, vive tão ameaçada quanto a jabuticabeira no fim da rua.

Mas seria politicamente correto demais. Vai que depois não sai, e vira tipo um tique, gagueira, e eu passo a falar com a consciência; e sinceramente, quando penso em alguém falando só com a consciência, imagino um cara falando sozinho ou com uma voz metálica, que nem a do Stephen Hawking. Por sinal, alusão a Stephen Hawking não é nem um poucochinho politicamente correta, e não é pelo fato dele ser judeu, né, criançada?

Mas em vez de eu encher o saco dos fãs de Charlie Brown Jr. que estiverem me lendo acidentalmente, e fazer do post um libelo sobre como as mulheres sofreram e sofrem ainda hoje, com toda a problemática social condensada caramelizada, coberta com flocos crocantes e o delicioso chocolate Nestlé, montei uma pequena galeria de mulheres indispensáveis para qualquer patriarcado que se preze. Muito pessoal, pois sim. Dos critérios, você pergunta. Como foi tudo de memória e, eu não sei por quê, mas a minha sempre privilegia as mais bonitas, beleza foi importante, sim, se é o que você quer saber. E são poucas, porque cada uma delas baranrigaricuti-paradigmáticas. Dos paradigmas em questão, você pergunta. Tem a porção étnica e classy; tem a porção reminiscências da infância; e tem a tradicional porção babação de ovo macha. Cada qual com sua justificação equivalente.

Melhor foto que achei dela, de um filme, que, s'ocê quisé, tem no YouTube, com áudio grego original. Nossa! (Papas é a da esquerda, filisteu!)

Irene Papas. Atriz grega, que ficou famosa com sua participação em Zorba, o Grego (anda, faz a piadinha da cueca, filisteu!). Apesar de ou porque monocelhada, ah, mas que traços, que traços! Quanto caráter, quanta força nesse rosto. Admito que é estranha, no mínimo ambígua essa minha atração, já que caráter não é um elemento comum, talvez nem mesmo raro, da beleza feminina. Estamos diante, portanto, de uma verdadeira anomalia, pois se trata de um genuíno rosto de mulher transpassado, quase como uma aura (não, gente, esoterismo, não: é Walter Benjamin!), por qualidades masculinas. Ou tradicionalmente masculinas. Ó flagelo da humanidade, que associemos caráter exclusivamente ao homem masculino macho! Porque mulé tem que ser é bonita e cheirosa.

Outra foto terrível, tá. Mas é que as mulheres deste panteão, diferente de party girls e carreiristas diversas, se furtam a paparazzi.

Garotinha Ruiva. O fato de ela ser um desenho só acentua a natureza ficcional das demais mulheres que aqui figuram. Se você sabe redigir períodos subordinados que façam sentido, é claro que foi meio Charlie Brown na vida, a não ser que você seja gay, mas não sou eu que vou encrencar com isso. Leu Salinger (a saga da família Glass), assistiu The Royal Tenenbaums e Arrested Development, e gostou? Como dizem em comunidade de Orkut, que é o ponto mais baixo do estilo: entra aí. Mas se tiver um beagle, juro que te interno.

"..."

Nastassja Kinski. A maior objeção contra a homossexualidade masculina que existe e razão suficiente pra eu descer da torre de marfim e escrever coisas tão pueris como “maior objeção contra a homossexualidade masculina que existe”. Ou, falando objetivamente, a mulher mais bonita dos últimos, hmm, trinta anos. Eu nem tinha nascido e ela já era assim colossal, e desde então não apareceu um outro rosto que se comparasse ao da atriz alemã, filha de Klaus Kinski, que só pode ter vendido a alma pro diabo pra gerar alguém tão bonito, sendo ele tão bonito em itálico. Se ela disser vamo, eu vou. Só por causa do Paris, Texas, você deve estar imaginando aí nessa sua cabecinha tontinha, porque eu podia, até deveria, ter citado uma olímpica Classic Hollywood, mas eu sou indie, ô. Agora, a Mulher Samambaia...

Com essa heterogeneidade e justificativas, trata-se da homen-agem machista mais libertária que você já viu, a-ham. Mas ó só a surpresa que eu te preparei, lindona:

Porque tu é indie, né?

Leitora do Fomos ao Cinema. Opa, opa, opa. Essa mulher cheia do ziriguidum, com o samba no pé e uma idéia na cabeça, que é bonita, e é bonita, e é bonita. Você que me bouleversa enquanto eu recolho as cinzas do sutiã, mas você ri, ri, porque sabe que eu quero é te provocar, eu quero é te beijar, e vem comigo dançar, dançar, dançar. Ah, e se você dança, é claro que eu também danço, poxa.

Um comentário:

  1. Exatamente, camarada. Você quer nos provocar. E ficamos assim, rindo muito, porque sabemos que você cutuca & cutuca as moçoilas, justamente porque ama. "Gurias são espertas", disse bem o homem que copiava. Sou tiete declarada. Inda mais porque tu é um homem, e de 20 e poucos anos (homem e jovem: combinação que muito raramente dá coisa que preste hehehe), enfim, inteligentíssimo assim, surpreende mais do que se fosse uma garota. ahahahaha Enfim, esses camaradas do Fomos ao Cinema são machinhos, mas são ótemos. Nem preciso dar a piscadela com ponto e vírgula no fim do parágrafo, certo?

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