sexta-feira, 11 de abril de 2008

Em defesa de Arthur Schopenhauer, ou: The Junkie Philosofy's Diaries

Eu sou o maior fã do filósofo alemão Arthur Schopenhauer, mais conhecido como Schopenhauer parrudo, da parte sul do condado de São Paulo, Alabama. Não, ninguém gosta mais do alemão Teddy Bear do que eu. Considerando a história da filosofia como um todo, Arthurzinho seria o equivalente dentro desse universo das famosas frases de para-choques de caminhão, dizendo verdades toscas e cruas na cara dos incautos, sem se utilizar de palavras bonitinhas ou conceitos e teorias trabalhadas de maneira exaustiva. Ele não era nenhuma lady, essa é a verdade.
Eu era assim.

Nem Nietzche, que mesmo quando viajava ainda mantinha uma certa finess, nem Kant, que era exato como as calculadoras funcionais daquele seu colega mala que faz engenharia civil nas universidades pagou-passou da vida, não passavam nem perto do estilo "falei, e dane-se" dele (logicamente quando tratamos da escola alemã; lembremos que os filósofos iluministas eram todos uns príncipes, formosos, altivos E cortejadores). Sim, ele criou conceitos importantíssimos que influenciariam diversas gerações de pretensos metafísicos, mas basta ler qualquer estudo dele para ver que suas palavras eram duras como socos no meio das fuças. Nem mesmo sua obra-prima, O Mundo Como Vontade e Representação, aliviava o tom. Aposto que ele devia encher a cara nas tavernas da vida na sua fétida Danzig natal, cantando bebaço e desfilando impropérios contra as myladys alemães que ele tanto depreciava. Sim, ele tinha gravíssimos problemas com o sexo oposto. Seu estudo sobre as mulheres até hoje é lembrado com carinho pelas feministas que queimavam sutiãs na revolução sexual.

Pô, quem lê aquilo de maneira séria, só pode chegar a mesma conclusão que eu cheguei: o cara era um baita dum gozador. É de bater a cabeça de tanto dar risada. Um festival de barbaridades escritas da maneira mais natural possível, como se estivesse descrevendo um passeio num parque, ou coisa que o valha. Nietzche faz a gente rir? Não, não faz. No máximo nos dá perspectivas interessantíssimas sobre a nossa existência, e pistas realmente válidas sobre o papel do homem no mundo, mas, pô, cadê a diversão? Cadê o quarteirão com queijo saturado e as batatas-fritas no óleo, caçamba? Cadê o Tears For Fears? O Corinthians campeão do Brasileiro de 90, cheio de pernas-de-pau raçudos contra o estiloso e nietzcheniano São Paulo Futebol Clube de Telê Santana e Raí? Joga a verdade na minha cara, Arthur! E mulheres, pô, um pouco de senso de humor, né? Vocês REALMENTE acham que ele estava falando sério quando dissertava sobre vocês? Hein? O quê, ele estava? Nossa, que misógino-machista-recalcado-frustrado, hein? Bú pra você, Schopenhauer!


E fiquei assim. O mundo como vontade e terríveis, assombrosos, horrendos penteados

David Hume, nós que cá estamos, por ti esperamos.

3 comentários:

  1. Eu & o Arthurzinho nos encontramos muitas vezes. Havia madrugadas longas, e eu precisava muito de companhia inteligente, sabe? Adorava quando ele reclamava dos eruditos, logo ele que leu nossa biblioteca inteira e mais uma dúzia delas. Mas Arthur, na verdade, não se conformava com a ingenuidade dos intelectuais e letradíssimos, queria a todo custo que lembrassem que todo conhecimento genuíno está na experiência do homem aliada a uma profunda reflexão: que as idéias formam as letrinhas e não o inverso. Pois bem, camarada progressista, te conto isso pq conheço muito bem o Arthurzinho e, sinceramente, ele não gostava muito de piadas. Tão rabugento, céus! De fato, eu às vezes ficava vermelha segurando a risada, sabe como é, ele podia se aborrecer. Há alguns meses não encontro com ele, ele finge que não liga, diz que a vaidade pertence aos tolos e se vangloria, sultilmente, de seu orgulho: este sim, atributo dos verdadeiros gênios, capisce? No fundo, era apenas um menino-prodígio precisando de amor. Oh!

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  2. PS: estou amando esses arroubos de amor filosófico dos camaradas.

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  3. eu só o que me disseram: que a cura de Schopenhauer é através do sexo... "I'm I right, people?"

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