quinta-feira, 27 de março de 2008

Resenhas de Cds - Parte 2

Muitos meses atrás, publiquei um post falando sobre álbuns relevantes que tinham sido lançados no ano passado. Desde aquele texto para cá, muitas novidades foram colocadas à prova para os fãs de música, ol que me faz sentir na obrigação de dar uma geral nos álbums mais importantes. Um update, sim, um update. Para essa galera bonita, simpática, antenada e cada vez mais marombada (é isso aê, exercícios e bomba pra ficar forte ), ai vai as raçudas resenhas do Progressista, esse ser abissal com mania de usar a terceira pessoa para se referir a si próprio (o que denotaria talvez um transtorno de personalidade?).

Radiohead - In Rainbows
Cogitei por muito tempo fazer um texto falando sobre a campanha de divulgação do álbum, a já famosa "quer pagar quanto?", quando a banda resolveu disponibilizar as músicas no seu site, deixando a cargo dos fãs decidir quanto gostariam de pagar pelos downloads, podendo até baixar de graça. O Radiohead não é as Casas Bahia, mas também gosta de agradar o povão. Como faz muito tempo que a banda vive mais de polêmicas idiotas e promoções cabeças-oportunistas (preocupações furadas com o aquecimento global e a pobreza dos países de terceiro mundo, entre outras) do que de música mesmo, resolvi não me dar ao trabalho. Desde o belo OK Computer (longos dez anos atrás) que a banda vem fazendo algo que nem de longe lembra música, com discos pífios que servem somente para agradar críticos e fãs masoquistas. Sim, a banda virou um Godard musical. Sim, isso é um porre. Ver uma banda obviamente talentosa, com um vocalista inteligente (mala, mas inteligente) fazendo discos inaudíveis por pura birra do sucesso. Mas esse novo álbum, In Rainbows, realmente me surpreendeu. Menos caótico que os lixos anteriores (Kid A, Amnesiac e Hail to The Thief) e capaz de momentos realmente interessantes. Três músicas do disco fazem jus à produção da banda antes do período pós-Kid A, Nude, Reckoner e, principalmente, a última faixa, Videotaipe. Um milagre, mas Thom Yorke parece finalmente que pode existir experimentalismos com um mínimo de coerência melódica, e que, pasmem, isso pode resultar em belas canções. Ainda está longe da excelência de um OK Computer, mas o caminho parece estar corrigido. Mas se vacilarem de novo...

Foo Fighters - Echoes, Silence, Patience & Grace
A volta do enganador. Dave Grohl, o Forrest Gump do rock, mais uma vez nos oferece toda a sua inapitdão para o mundo das canções. Os discos que a banda lançou até o insípido There's Nothing Left To Lose (2001) primavam sempre por melodias risonhamente simples e riffs ganchudos e, yeah, pesados. Sim, era bem descerebrado, mas podia ser divertido pacas. Principalmente o The Colour And The Shape. Só que o senhor Grohl começou a sentir vergonha da falta de pretensões de sua banda, que inevitavelmente empalecia perante as comparações com uma banda tão cerebral como era o Nirvana. E aí... Bom, quando menos se espera, é aí que não sai nada mesmo. Depois do horrendo disco duplo In Your Honor , no qual pudemos comprovar o quanto Grohl era falho quando tentava soar mais sério, agora somos bombardeados com mais um atestado inequívoco de incompetência. Dá dó quando se ouve esse novo disco da banda, ver o quanto eles devem ter se esforçado para construir músicas mais complexas, de soluções menos óbvias e temas menos estúpidos, e sentir que eles novamente falharam miseravelmente. Pela milésima vez ele faz uma música em homenagem a Kurt Cobain e atacando a Courtney Love(Let It Die, melhorzinha do disco). Sério, depois vem reclamar quando comparam a sua banda com o Nirvana. De resto, o álbum mais uma vez alterna metade das músicas como pesadas e a outra metade como lentas. Mas é aquela coisa: quando o Foo Fighters que soar pesado e sério ao mesmo tempo, acaba soando como uma daquelas bandas horrendas derivativas do grunge que infestaram o rock nos anos 90, o que não pode, em momento algum, ser um elogio. Riffs jogados a ermo, refrões e melodias pouco inspiradas e terrivelmente cansativas. Um saco, o que é fatal para uma banda como essa. Erase/Replace, The Pretender, Loag Road to Ruin, não se salva uma. Como nos dois primeiros e melhores discos da banda quem tocou bateria foi o próprio Grohl (inegavelmente um bom bateirista), aqueles discos soavam bem mais nervosos que esses novos, culpa do incompetente Taylor Hawkins, incapaz de variar o ritmo de qualquer música que seja. Nas músicas lentas, Grohl tenta soar como Neil Young, e o resultado são canções impossíveis de ser ouvidas mais de uma vez. Sério, dá um bode. Mas o momento mais absurdo mesmo vem com a constragedora Cheer Up Boys (Your Make-Up is Running), tentativa de tirar um sarro dos emos. Patético, principalmente quando lembramos que muitas bandas emos por aí andam tocando melhor que o Foo Fighters. Tiozinho, dá um tempo, vai? Nem vou fazer a velha rotina do "Kurt Cobain deve estar se revirando no túmulo!". Juro que não vou.


My Chemical Romance - The Black Parade
Esse é o melhor disco que poderia sair desse grande balaio de gatos que convencionou-se chamar de "bandas emo". O melhor que os emos poderiam produzir. Simples: se as composições dessas bandas bandeiam para amores frustrados e medos desse mundo pervo e cruel, que tal então chutar o balde e tranformar tudo num belo de um dramalhão de uma vez, bem over e exagerado mesmo? O Queen fez com o hard rock e deu certo, imaginem então isso num mundo tão adequado quanto esse que moram os tristonhos emos? A falta de vergonha na cara da banda chega a ser um alento às vezes. Lógico que ainda é uma porcaria, mas pô, diverte um bocado. Welcome to The Black Parade é a melhor imitação de Bohemian Rhapsody já produzida, Mama é um lamento tão clichezento e exagerado que só podemos aplaudir mesmo(a faixa tem até a Liza Minnelli cantando, só faltou chamarem a Montserrat Caballé) e Teenagers vai fazer a molecada pentelha do seu prédio pogar. Sim, eles vão pogar e colocar delineadores. Prepare-se, a invasão está apenas começando.


White Stripes - Icky Thump
Outro enganador? Sim, pode apostar. Jack White e Meg White (que andou fazendo coisa muito feia por aí) voltam com o seu rock estúpido e minimalista. Depois de dispensar as guitarras no anterior, o melhorzinho da banda Get Behind Me Satan, Jack volta a despejar seus riffs farofentos nos pobres ouvidos dos ouvintes. Junto com a pior bateirista da história da humanidade, logicamente. Eu já vi a Karen Carpenter (ela mesmo, que morreu de bulimia e era vocalista dos, dãh, Carpenters) tocando bateria antes do sucesso, e ela dava de dez nessa ignóbil da Meg White. E, pelos céus, coloca um baixista pra tocar nessa bagaça! De resto, salvam-se no disco com muita boa vontade 300 MPH Torrential Outpour Blues (claramente melhor trabalhada que as outras do disco) e Conquest. De resto, tudo o que nós já ouvimos nos cada vez mais iguais discos da banda (com exceção do já citado GBMS. Talvez White devesse seguir o caminho que mostrou naquele penúltimo disco). O melhor desse lançamento foi que ele retardou o segundo disco do outro projeto do maleta White, o Raconteurs. Perto do Raconteurs, o White Stripes parece o Led Zeppelin.


Lenny Kravitz - It's Time For a Love Revolution
É incrível o quanto o Lenny Kravitz é brega. Sendo a música pesada, lenta, balada, dançante, roqueira, funkeada, não importa como, ele sempre consegue soar dolorosamente brega. Me dei ao trabalho de ouvir esse disco ao saber de elogios feitos para o mesmo, mas como sempre (algo que já era evidenciado pelo título) é um album, sim, isso mesmo, bregão. Seria Lenny o Sidney Magal yankee? Uma cigana aqui e outra acolá e ia ficar igualzinho. As velhas ladainhas ripongas, as mesmas baladas de corar até fã do Chicago, e os rocks que nunca conseguem pegar no breu. Aúnica coisa divertida no disco é contar quantas músicas possuem a palavra love no título. Tem até uma, que consegue ser mais brega que a horrorosa Again (um dos maiores hits dele), apropriadamente chamada Love, Love, Love. Blá, blá, blá. Um dos problemas dele é querer sempre tocar todos os instrumentos nas gravações de seus discos. Alguém precisaria falar que ele não é o Prince. Se montasse uma banda e trabalhasse delegando mais, quem sabe não sairiam coisas mais decentes. E tá vindo muito pro Brasil, logo vamos encontrar ele e as múmias do Deep Purple (banda que faz show todo mês por essas bandas) tomando uma caipirinha nos bares da Augusta.


Britney Spears - Blackout
Críticos de todas as partes elogiaram esse disco. Não consigo entender. Não sabia que cadáveres conseguiam gravar canções. Mais malhada e detonada que boneco de Judas em sábado de aleluia, Britney Spears hoje só serve para aqueles queiram apostar quando ela vai morrer em bolões. Não caiam no conto, o disco é tétrico. Se ele não é o desastre épico que se anunciava, os méritos são todos dos trocentos produtores (entre eles os Clutchs e o Neptunes). Ouvindo as músicas, chegava a duvidar que Britney tivesse cantado em qualquer parte do disco. Devem ter chamado uma sósia, já que a mulher mal consegue se comportar como um ser humano minimamente são, quanto mais trabalhar arduamente em cima de um disco. Quanto à elogiada música Gimme More, o mundo deve estar perdido mesmo. Se essa música for boa, eu me chamo Kevin Federline. Sim, eu quero a guarda dos moleques, Britney!


Jack Johnson - Sleep Through The Static
ZZZZZZZZ ZZZZZZZZZZZZ ZZZZZZZZZZZZZ
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ZZZZZZZZZZ ZZZZZZZZZ ZZZZZZZZZZZZZ
O quê, alguém chamou aê?

3 comentários:

  1. xuxus, vocês vão ver "Chega de Saudade"? Quero ver o palpite dos camaradas. Já dei o meu.

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  2. engraçado, eu li meu comentário nesse post do ano passado... bizaaaarro... parece quando a gente ouve a própria voz gravada... não parece ser a gente...

    quanto ao jack johnson: eu não poderia concordar mais com sua resenha!

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  3. nossa cara! vc é um saco! bota defeito em tudo!

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