domingo, 24 de fevereiro de 2008

Memória 1990

Memórias. Copa de 94, Romário e Bebeto. O Bebeto fazendo o gesto de embalar seu recém-nascido, e a final decidida nos pênaltis, com o Taffarel transformado em herói nacional e o Itamar Franco ao lado do Dunga erguendo a taça FIFA. E tinha também o Plano Real. A gente era criança e nem suspeitava como a vida era esquisita, como sempre foi, mas não era algo que pudessem explicar pra gente. Dois anos depois, eu assistia Minha vida de cachorro (My so-called life), no SBT, com a Claire Danes antes de estragar a vida dela se envolvendo com o Billy Crudup. Tá lembrado?

(Aliás, quanta coisa as distribuidoras aqui, no Brasil, acharam que devia se chamar Minha vida de cachorro.)

Jordan Catalano e muito mais.

O nexo entre as duas coisas, você pergunta. É que a série foi ao ar nos States em 1994. E, na verdade, outro dia comentaram comigo de um seriado com a Claire Danes adolescente, que só tivera 19 episódios, mas que era muito inteligente e que, até por isso, tinha sido cancelado, não sem virar cult. E eu não associei uma coisa com a outra. Daí, lembrei esses dias, fui pesquisar e descobri que era o Minha vida de cachorro que eu via quando era moleque, antes de ter idade pra me identificar com os dramas adolescentes Seattle-style da série.

Anos Incríveis anos 1990: Kevin Arnold versão feminina e sem-sal, Paul Pfeiffer porto-riquenho e Winnie Cooper que, em vez de ir pra França, vira emo.

E que triste que era, às vezes pesada. Predominava na atmosfera da série uma enorme fragilidade, de gente que não pára de pé, que está sempre prestes a desmoronar. Só pra você ter idéia, o melhor amigo da Claire Danes era hispano e gay, isso em 1994, quando nem bem tinha começado o período de Ilustração da era Clinton. E a personagem da Danes, Angela Chase, era apaixonada pelo Jordan Catalano (nome que deve ressoar na memória das menininhas), interpretado pelo Jared Leto, o que me fez pensar. Pensar que a vida não é como Terminator 2, e a gente não podia saber que o Catalano ia incomodar tanta gente ainda, nem contar com um cyborg do futuro pra eliminar o moleque e evitar maiores estragos. Mas o tempo passou, veio Requiem for a dream, veio Alexandre e finalmente a fase emo, então tá. Quando a gente abre o baú, aparecem essas coisas mesmo.

4 comentários:

  1. geeeente... recordar é viver, hahahahaha... não tinha uma menina q não fosse apaixonada pelo jordan catalano... mas aí veio clube da luta e vi q ele era um mariquinha, hahahahaha...

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Eu adorava! Fiquei chateada quando cancelaram.

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  4. A Winnie Cooper, seria quem nesse contexto?

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