sábado, 23 de fevereiro de 2008

O clichê por ele mesmo

O problema da mulher é. Jovem leitora, quando você lê um texto que começa com “O problema da mulher é”, o que você faz?

Mas o problema das mulheres é que elas são convencionais, e as que não são estão mais ocupadas em deixar claro como são excêntricas e alternativas, e por isso são um saco. Além disso, provavelmente elas gostam é de mulher. O pensamento da mulher é composto de clichês. Um homem que não diz clichês pra ela é insensível, sem graça, não tem pegada. A pegada é um cara falando o mesmo que o cara ao lado pegando uma menina que pra você, jovem leitora, tá na cara que é piriguete.

Clichê: o uso desta imagem é um clichê.

O romantismo... E quando alguém te fala do romantismo pra explicar qualquer coisa, associando-o às mulheres, hein? Mas o romantismo inteiro, se não é invenção delas, pelo menos se mantém graças à insaciabilidade feminina por clichês. O romantismo do Hegel e o das telemensagens e loucuras de amor. Desde então, é imperativo (e o dedinho se levanta) que sejamos estritamente fiéis a nós mesmos; abandonam-se os ideais artificiosos, porque supostamente falsos. E todos dizem eu te amo.

O uso desta não.

E por isso o meu problema com as mulheres. Minha objeção recorrente. Tudo por causa do chamego, parte fun-da-men-tal de um relacionamento. Qual o valor de um chamego que qualquer uma pode te oferecer, um chamego que a gente vê em novela da Record? Jovem leitora, você sabe o que é isso, ter uma carência dessas insatisfeita? Um homem se isola, se deforma, some; e um dia, reaparece transfigurado em poeta concretista, ou em artista performático, falando de Godard, não sei. Um horror.

E por isso você vai se casar com um cara medíocre, mas que não sumiu. Todas se casam. E quem dera isso fosse praga minha, mas é estatística.

4 comentários:

  1. o problema não é o clichê.. é se o sentimento por trás dele é verdadeiro...

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  2. Mas de que importa a verdade por trás, se quando esta não é demonstrada em forma de clichês, as mulheres não o consideram?

    Porque, então, os clichês funcionam tanto, enquanto os sinceros estão sós?

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  3. Sr. Camarada,
    às vezes você liga a TV e está passando "As Patricinhas de Beverlly Hills" na sessão da tarde? Você, já exausto da corriqueira profundidade que te faz ter vislumbres intelctuais e espirituais em cada mínimo acontecimento decide espairecer com mais um besteirol americano? Você viu, por exemplo, "O Diabo Veste Prada" e ficou contente, apesar de vazio, com o fato de a menina (personagem principal) ter decidido resgatar os verdadeiros valores (tipo bondade, amor, respeito ao próximo) em detrimento do luxo e de uma vida de aparências com gosto de champagne (hummmmmmm)? Se você respondeu sim para essas alternativas (tipo teste de revista Cláudia, e poderíamos colocar mais umas 20 perguntas só para fingir que o negócio é sério), significa que está apto a compreender o primeiro dos dois únicos tipos de mulher desse post provocativo (do jeito que eu gosto, e que vai fazer toda menina sentir vontade de te responder, mas vão ficar intimidadas porque a ironia e o cinismo tem esse poder). Aff, pelo sim pelo não vou me benzer. Desde que eu tive prantos vendo" Amor Além da Vida" estou correndo o risco de casar com esse tal sujeito que não some. Ou será que estou mais para aquelas que gostam mesmo é de mulher? Ixi, você deu um nó na minha cabeça. Ahahahahahahahaha

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  4. Hahahahaha, adorei o blog! Vou assinar!

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