Eu andava assim, sussa-sussa, até me vir – como costuma ser, sei lá de onde –, uma vontade de rever Um Mundo Perfeito (A Perfect World), do Clint Eastwood, que eu lembrava do tempo de eu menino. Mas lembrava mal, apenas em flashes. E pobre de mim, querendo resgatar alguma reminiscência da infância logo através desse filme, que sumiu da programação da TV aberta e a cabo. O que coincide com como as pessoas em geral esqueceram desse título.
Quer dizer, todo o mundo lembra do Kevin Costner (em sua fase dourada) deitado na grama, apertando os olhos por causa do sol, como se descansasse, no meio do dia, do trabalho antecipadamente concluído. Ou de que ele morre no final (era isto um spoiler?). Mas como isso e aquilo se ligam, ou que o tema do filme era, na verdade, a paternidade, todos esquecemos.
E olha que, em 1993, quando foi lançado, a Cahiers du Cinema considerou-o o melhor filme do ano. Quem diria: Clint Eastwood conquistara a francesada, não bastasse se reinventar, depois, numa versão para mulheres com As Pontes de Madison, excentricidade essa que me dá medo dos anos 90.
Mas, então, eu fui atrás do desejado filme. E o achei, e o comprei, e o vi. E, bom, foi como tinha de ser. Um belo filme. Tinha as coisas que eu esperava que tivesse, inclusive o Eastwood incorporando sua invencível persona de “durão que se importa”, dando ao final um murro na cara do vilão – sim, era de lei que houvesse um vilão, e eles conseguiram arranjar um bem antipático –, em dúvida se fizera tudo o que estava ao seu alcance, lamentando-se de ter falhado, mas sendo devidamente consolado pela, tipo, heroína Laura Dern.
Os filmes, entre outras coisas, confirmam o que somos. É quando rola a velha história da identificação. No caso de Um Mundo Perfeito, ele confirma o meu lado bocó. O meu lado que quer casar com uma moça charmosa e lúcida, ter um filho com ela e ir morar no meio do mato, porque, no final das contas – atenção, a seguir um momento gratuito de esnobismo (aliás, algo que está se tornando recorrente neste blog, principalmente da minha parte), sugiro que os menos tolerantes saiam – apesar de Bergman, Flaubert, Proust e Valéry, eu sou é um homem simples.
Quer dizer, todo o mundo lembra do Kevin Costner (em sua fase dourada) deitado na grama, apertando os olhos por causa do sol, como se descansasse, no meio do dia, do trabalho antecipadamente concluído. Ou de que ele morre no final (era isto um spoiler?). Mas como isso e aquilo se ligam, ou que o tema do filme era, na verdade, a paternidade, todos esquecemos.
E olha que, em 1993, quando foi lançado, a Cahiers du Cinema considerou-o o melhor filme do ano. Quem diria: Clint Eastwood conquistara a francesada, não bastasse se reinventar, depois, numa versão para mulheres com As Pontes de Madison, excentricidade essa que me dá medo dos anos 90.
Mas, então, eu fui atrás do desejado filme. E o achei, e o comprei, e o vi. E, bom, foi como tinha de ser. Um belo filme. Tinha as coisas que eu esperava que tivesse, inclusive o Eastwood incorporando sua invencível persona de “durão que se importa”, dando ao final um murro na cara do vilão – sim, era de lei que houvesse um vilão, e eles conseguiram arranjar um bem antipático –, em dúvida se fizera tudo o que estava ao seu alcance, lamentando-se de ter falhado, mas sendo devidamente consolado pela, tipo, heroína Laura Dern.
Os filmes, entre outras coisas, confirmam o que somos. É quando rola a velha história da identificação. No caso de Um Mundo Perfeito, ele confirma o meu lado bocó. O meu lado que quer casar com uma moça charmosa e lúcida, ter um filho com ela e ir morar no meio do mato, porque, no final das contas – atenção, a seguir um momento gratuito de esnobismo (aliás, algo que está se tornando recorrente neste blog, principalmente da minha parte), sugiro que os menos tolerantes saiam – apesar de Bergman, Flaubert, Proust e Valéry, eu sou é um homem simples.
Daí que eu, muito romântico (nesse sentido bem lato, impreciso, de fato idiota, com que todo o mundo usa o termo), me encanto com o fato de que o bandido, assumindo o papel de pai, cumpre tudo o que prometera ao menino – inclusive, andar de foguete. E que melhor definição de pai senão a de alguém que cumpre as promessas que faz e, assim, nos dá segurança nessa vida? E, nessas horas, parece até que a gente vive num mundo perfeito. Bocó...
me lembro desse filme, mas como tu, não me lembro dos detalhes... preciso assistir de novo... e com certeza o mundo seria perfeito se todas as famílias funcionassem...
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