quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Curtas: Resenhas de Cds

Tava devendo uma resenha sobre o último álbum lançado pelo Arctic Monkeys. Como não é nenhuma maravilha, vou aproveitar e fazer resenhas rapidíssimas sobre discos lançados no último ano e meio, sem qualquer justificativa aparente. Como diria o mito Amaury Jr., " é o mundo musical em revista".

Arctic Monkeys - Favourite Worst Nightmare: Disco que começa arrasador com a pega-pra-capá Brianstorm, mas que não segura o rojão nas outras faixas, fazendo mal uso de belas frases de guitarra e de uma eficiente cozinha. Uma decepção, mas perdoável se considerarmos a pouca idade dos integrantes. O rótulo de novo Nirvana e a cobertura maciça dada pela mídia musical britânica acabaram sendo fardos pesados demais para a banda carregar. Mas eles foram realmente ingênuos: deveriam ter feito todas as faixas do álbum soarem como a Brianstorm, e a vitória estaria garantida.
Faixas recomendáveis: Brianstorm, Fluorescent Adolescent



Bloc Party - A Weekend in The City: A proposta limitada prende demais a banda, que é obviamente talentosa, mas que pelo jeito nunca conseguirá sair daquele esquemão "pós-punk sem sintetizadores". O disco anterior, Silent Alarm, é muito superior, e projetava uma carreira promissora para a banda, mas esse inerte segundo álbum acaba lançando invitáveis sombras sobre o que pode-se esperar do Bloc Party em sua carreira. A homossexualidade do vocalista Kele Ukereke acaba sendo a principal fonte de letras para o disco, o que, se fosse usado com parcimônia, poderia render canções memoráveis, mas que aqui acaba soando cansativo depois de um tempo. Agora é esperar para ver aonde esses londrinos caminharão.
Faixas recomendáveis: Wating For The 7:18, Hunting for Witches



The Killers- Sam's Town: e o século já tem a sua banda mais subestimada. Sequencia do sucessão Hot Fuss, que emplacou a sensacional Mr. Brightside, é um disco bem menos convencional e mais difícil que o anterior, não apelando para refrões fáceis e caminhos de fácil digestão. Todos criticaram o clima meio Bruce Springsteeniano do disco, o que é uma bobagem. Se o Oasis imita os Beatles, todo mundo elogia (não se iludam, eu adoro o Oasis, apenas usei essa comparação para elucidar o meu ponto). Espero que eles não sucumbam ao semi-fracasso do disco e continuem nesse bom caminho.
Faixas recomendáveis: o disco todo, larga de preguiça e ouve direito o bagulho



Red Hot Chili Peppers - Stadium Arcadium: imaginem um álbum duplo com 28 músicas. Imaginaram?Agora, imaginem que dessas quilométricas 28 canções, apenas 2 sejam realmente boas. Eu disse duas. Em termos percentuais, apenas 7% do disco se salva. Um feito que somente os Peppers poderiam alcançar, lançando um disco horroroso com status de obra-prima. Tentaram soar mais ambiciosos e quebraram a cara, já que o Anthony Kieds é um letrista fraquíssimo, e toda a virtuosidade da banda é disperdiçada em músicas soporíferas e sem qualquer tipo de inspiração. O que sobra são jams intermináveis entre os integrantes permeadas com letras sobre bobagens que em momento algum formam uma melodia mais do que decente. Agora, aprenderam a lição: só servem para lançar baladinhas inssossas, já que estão velhos demais para produzirem funks arrasa quarteirões como os que tinham no clássico Blood Sugar Sex Magic.
Faixas recomendáveis: Desecration Smile, Dani Calfornia (embora roube descaradamente o início da Sweet Home Alabama).


Interpol - Our Love to Admire: E o fantasma do Ian Curtis continua assombrando essa banda nova-iorquina. Mas não existe problema algum em querer soar como o Joy Division; agora, esteja sempre a altura de tamanho desafio. O que infelizmente não vale para o Interpol, que embora tenha nesse disco belas canções como Wrecking Ball e Lighthouse, fica a anos-luz de reproduzir a densidade psicológica e os climas gloriosamente opressivos da banda inglesa. Tá na hora do Interpol buscar outro caminho, para não comer poeira e ficar definitivamente para trás na implacável indústria musical.
Faixas recomendáveis: Wrecking Ball, Lighthouse, Pioneer To The Falls




Pearl Jam- Pearl Jam: Disco datado de uma banda totalmente fora de seu tempo, que vive somente para saciar a fome dos vampiros grunges que sobreviveram aos funerais do Kurt Cobain e do Layne Stanley. Depois de lançarem vários discos amorfos e sem personalidade, tentaram agora fazer algo mais energético, que resgatasse a antiga vitalidade, mas que soa apenas patético, já que todos nós estamos carecas de saber que o Bush é mal e que a Guerra não presta, mas ganhar dinheiro fazendo músicas versando sobre anacronismos políticos é perfeitamente aceitável. O fim chegou faz tempo, e a banda vai passar mais vergonha até se tocar finalmente disso.
Faixas recomendáveis: a melhorzinha, Parachutes. O resto, sem comentários


Fall Out Boy - Infinite on High: A banda emo mais famosa do mundo lança mais um disco para entupir os i-pods dos adolescentes espinhudos e baforentos. Aliás, tenho certeza que o surgimento das bandas emos nos anos 2000 foi obra do maquiavélico Steve Jobs num plano audacioso e sagaz para vender i-pods para os incautos e imberbes. E dá-lhe reclamações sobre a gostosona da sala que não liga para os losers, amores mal resolvidos e esse mundo malvado e pervo que não entende os fofos emos. Lixo.
Faixas recomendáveis: a melhor parte do disco é quando acaba a última faixa e tem alguns segundos de silêncio. Um alívio perante tamanhos minutos de tortura.



Bjork - Volta: Finalmente, a talentosa islandesa deu um tempo. Depois de lancar dois discos mais experimentais, Vespertine e Medúlla, que já tinham sido antecedidos pelo fraco Selmasongs, trilha do insuportável filme Dançando na Escuridão, a Bjork resolveu parir uma obra mais orgânica, que nos remete levemente aos gloriosos dias dos discos Debut, Post e Homogenic. Lógico que, em se tratando de um disco Bjorkiano, seria impossível evitar momentos mais, digamos, excêntricos, como na ótima faixa Innocence. Mas tudo feito nitidamente para trazer o público mais convencional que afastou-se da islandesa com os últimos trabalhos experimentais. A produção do onisciente e onipresente Timbaland não compromente aqui, já que a Bjork é, ao contrario dos Timberlakes e Nellys Furtados da vida, uma compositora de visão que jamais deixaria-se levar totalmente por produtores, somente utilizando seus talentos para complementar possíveis idéias suas.
Faixas recomendáveis: Earth Intruders, Innocence, Vertebrae by Vertebrae

Por enquanto, é isso. Logo, volto para falar de lançamentos nacionais. Como vocês podem imaginar, será um verdadeiro show de horrores.

2 comentários:

  1. artic monkeys: a true romance, que é do outro disco..
    killers: só o outro CD é super legal, esse segundo disco é só legal...
    red hot: eles me perderam na música californication, cantada ao vivo pelo anthony kieds, é dose...
    pearl jam: fui no show, gosto de ficar com as boas lembranças na memória, hahahaha...
    fall ou boy: a única coisa de gênio que eles tiveram um dia, foi fazer sugar we are going down, e olhe lá...
    e bjork... no comments.. ah! eu adoro a VbyV, a estória dela é ótima! the beast is back, hahahahaha....
    p.s.: nossa! como é que a rolling stone ainda não me chamou pra ser resenhador?! hahahahahaha..

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  2. Poxa, de tantos críticos, conseguiu um feito, ser o pior!!!!
    continue assim, espero que um dia vc aprenda o que é uma crítica!!!!
    Talvez vc ganhe uma vaga na crítica de filmes infantis, ou de peças de teatro caseira...

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