quarta-feira, 18 de julho de 2007

Billy Corgan: O Compêndio da Insanidade

Não dá mais. Alguém precisa, urgentemente, internar o Billy Corgan no primeiro hospício de Chicago que tiver pela frente. Depois de encerrar a banda sete anos atrás em meio a brigas, disputas internas e discos fracassados, Corgan dedicou-se a dois projetos que já nasceram mortos, a banda Zwan, com a qual lançou um disco constrangedoramente ensolorado e insípido para logo em cima acabar com a banda, e um disco solo em 2005 que é tão ruim que os fãs evitam mencionar, como se fosse algo que nunca aconteceu. Depois desses dois tiros no pé, os fãs logo pensaram, aliviados: "agora ele vai sossegar, virar um produtor estilo Timbaland roqueiro e deixar o nome do Smashing Pumpkins descansar em paz, finalmente". Ledo engano.

Ano passado ele veio e anunciou a volta do Smashing Pumpkins, dizendo que queria voltar com "a sua banda, com os seus sonhos". Pronto, todos se arrepiaram de novo. Lá vai o Corgan afundar ainda mais as coisas. Mas nem nos piores sonhos, nem nos piores devaneios, poderia-se imaginar que a volta da banda seria tão patética. Sem dois membros fundadores, James Iha e a D'arcy, apenas com o Jimmy Chamberlain (pobre coitado), ele prometeu um disco novo, que sairá agora, em Julho. Eu já ouvi o álbum, e afirmo com todo pesar: é ridículo. Uma das coisas mais horrendas que eu já vi. De corar qualquer fã, capaz de fazer todos que tinham a banda como favorita negar e virar o rosto imediatamente. Corgan resolveu juntar-se ao coro dos descontentes com a políca externa norte-americana, e descer a lenha na administração Bush.

O nome do álbum, Zeitgest, é uma expressão alemã que significa "o espírito de uma época", e a capa (horrorosa) mostra a estátua da Liberdade dentro de um mar vermelho de sangue. É, meu caro leitor, isso mesmo que você leu. Uma metáfora bem sutil mesmo. Só faltou colocar uma foto do Bush e desenhar uns chifrinhos em cima. Mas com relação ao conteúdo musical, temos músicas ridiculamente pesadas, mas não com a velha classe Pumpkiniana, quando a banda fazia músicas etéreas misturando o peso das guitarras com melodias intricadas e inteligentes, permeadas com belas letras que tratavam sempre de temas facilmente identificáveis para pessoas que quisessem sentir alguma coisa, frustrações, esperanças, medos.

Não, o que temos nesse disco são guitarras tristemente padronizadas, sem qualquer resquício de inteligência, com a bateria do Jimmy Chamberlain parecendo um cavalo doido, trotando sem sutileza alguma na frente. Em cima dessa massaroca sonora, Corgan berra letras de ordem sem qualquer relevância, apenas pelo efeito que ele imagina passar ao gritar coisas como "Revolução, eu quero lutar numa revolução nessa noite" na música apropriadamente chamada United States. Imagine o Smashing Pumpkins tentando soar como uma banda punk politizada. Imediatismo, demagogia, chame como quiser, Corgan viu que o Green Day conseguiu sair do ostracismo falando de política com delineadores e maquiagem e resolveu fazer igual. As duas baladas do disco passam longe de provocarem o efeito de músicas como Disarm, Tonight Tonight e 1979, clássicos da banda, servindo apenas para tentar arrancar um trigésimo quinto lugar na parada de singles da Billboard pra fazer aquela média, sabe como é, não tá fácil pra ninguém.

O primeiro clipe do disco, feito para a horrenda música Tarantula (nem dar nomes decentes para as canções o Corgan consegue), é um caso a ser estudado por juntas de psiquiatras e estudantes Freudianos, Jungianos e o que tiver. Mistura descarada dos trabalhos da Björk com um clipe do The Vines, no qual a banda tocava também no meio de dezenas de outros músicos, é de fazer chorar para aqueles que lembram da sobriedade e excelência de clipes como Cherub Rock, Today, 1979 e Tonight Tonight. Aqui está o link, vejam por si mesmo. http://www.youtube.com/watch?v=O5V2m3E4VvA. Sou um fã inverterado do Smashing Pumpkins, mas daquela banda que construiu discos fabulosos como Gish, Siamese Dream e Mellon Colie, não esse pastelão ridículo que volta do mundo dos mortos para satisfazer o ego insaciável de um rockstar, fazendo todos os fãs passarem vergonha com músicas, discos, clipes e capas de discos ridículas. Corgan, vou dar aqui três sugestões para você recuperar o nome Smashing Pumpkins da lama em que você mesmo colocou:

1-Traga a D'Arcy e o James Iha de volta, caramba! Dá pra deixar um pouco o ego de lado só uma vez? Será que não entende que sem eles a unidade que a banda tinha fica totalmente comprometida?

2-Volte a compor canções sobre sentimentos humanos, não factóides políticos que já nascem datados e fadados ao escárnio alheio.

3- Por misericórdia, nunca mais faça uma capa tão horrenda como a desse disco. Nem que você escreva apenas o nome da banda e do disco num fundo branco. Ou melhor, pegue o cd e enrole num papel higiênico de uma vez, seria totalmente adequado à qualidade atual da banda, ninguém mais compra CD mesmo, não é?

Pronto. Com essas três atitudes tomadas, logo teremos nos nossos I-Pods da vida músicas que façam juz à classe com que Billy Corgan nos habituou. Believe, believe in me, believeeeeeee!!!!!!!

Um comentário:

  1. e o melhor de tudo, ELE fotografou a paris hilton, pra colocar na capa do single!!!
    só falta ele dizer: celebridades de hollywood são tão fúteis que merecem uma capa irônica de single... eu até hoje acho que ele tem inveja do ricky martin, pois o latino roubou uns lugares na parada, na época de um dos últimos discos deles....

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