Eu fiquei esperando ou o Progressista ou o Moderado escrever sobre Zodíaco, do David Fincher (diretor de Se7en, Clube da Luta e O Quarto do Pânico), que vimos nessa sexta-feira passada. Mas até agora nada. Os dois amarelaram. E, droga, pra justificar o nome desse blog, alguém tem que dar uma palavra sobre o filme. E já que eu estou lavando a roupa suja em público, como de costume, deixa eu dizer que não é a primeira vez que isso acontece. Pois saibam que eles dois foram assistir ao terceiro Piratas do Caribe. E por acaso houve alguma postagem comentando o filme? Não. Se eu gostasse daquela porcaria e tivesse ido assistir, pode apostar que vocês há muito saberiam que não valia a pena gastar o dinheiro de vocês com 170 minutos de pirataria hollywoodiana.
Mas eu sou eu, vocês já me conhecem, e nem todo o mundo pode ser perfeito. Vamos ao filme.
Quem estiver esperando ver um Se7en 2, vai se decepcionar bastante. Porque, e este é o aspecto mais intessante do filme, Fincher escolheu focar-se não no criminoso, mas na investigação; mais precisamente, nos homens comuns que conduziram a investigação. Homem comum que, como vocês sabem, é um eufemismo pra loser, perdedor. Pois então: Zodíaco é um filme sobre losers. O criminoso, aliás, é o maior de todos. E pra que não haja dúvida disso, eis que lá está ela, Chloë Sevigny, a madrinha de todos os zeros à esquerda que povoam as telas de cinema. Ela é a esforçada companheira de Jake Gyllenhaal, sabe, aquele que foi criado numa bolha, falava com um coelho gigante do mal imaginário na adolescência, e que depois se envolveu com um vaqueiro afásico, mas terminou tudo, e virou cartunista, casou, teve filhos, mas se divorciou, porque era viciado em decifração de códigos, de todos os tipos. É claro que alguém que é cartunista e divorciado não seguraria nem a Chloë Sevigny, que também acaba dando um pé na bunda dele, apesar de ainda amá-lo (poxa, ela é invencível).
Bom, pra resumir, são duas horas e meia de um CSI realista (pois é, gente, o CSI, por incrível que pareça, não é um programa realista: polícia, ou, como dizem no Zodíaco, gambé nenhum no mundo compra um carro de US$ 100,000 só pra resolver um caso), com umas pinceladas no impacto que o relacionamento obsessivo que alguns dos envolvidos criam com a investigação tem sobre suas vidas pessoais.
Mas essa – de abordar a investigação, e uma tão intrincada, que se estendeu ao longo de anos, costurando-a com a vida dos homens que a empreenderam – se mostra uma concepção falha. Seria necessário um filme de 300 minutos para desenvolver adequadamente as personagens, que, no final, acabam sendo secundárias diante de uma exposição muito competente, ainda que – para a maioria daqueles que virem o filme – exaustiva, das provas que jamais incriminariam decisivamente o principal suspeito.
Mas eu sou eu, vocês já me conhecem, e nem todo o mundo pode ser perfeito. Vamos ao filme.
Quem estiver esperando ver um Se7en 2, vai se decepcionar bastante. Porque, e este é o aspecto mais intessante do filme, Fincher escolheu focar-se não no criminoso, mas na investigação; mais precisamente, nos homens comuns que conduziram a investigação. Homem comum que, como vocês sabem, é um eufemismo pra loser, perdedor. Pois então: Zodíaco é um filme sobre losers. O criminoso, aliás, é o maior de todos. E pra que não haja dúvida disso, eis que lá está ela, Chloë Sevigny, a madrinha de todos os zeros à esquerda que povoam as telas de cinema. Ela é a esforçada companheira de Jake Gyllenhaal, sabe, aquele que foi criado numa bolha, falava com um coelho gigante do mal imaginário na adolescência, e que depois se envolveu com um vaqueiro afásico, mas terminou tudo, e virou cartunista, casou, teve filhos, mas se divorciou, porque era viciado em decifração de códigos, de todos os tipos. É claro que alguém que é cartunista e divorciado não seguraria nem a Chloë Sevigny, que também acaba dando um pé na bunda dele, apesar de ainda amá-lo (poxa, ela é invencível).
Bom, pra resumir, são duas horas e meia de um CSI realista (pois é, gente, o CSI, por incrível que pareça, não é um programa realista: polícia, ou, como dizem no Zodíaco, gambé nenhum no mundo compra um carro de US$ 100,000 só pra resolver um caso), com umas pinceladas no impacto que o relacionamento obsessivo que alguns dos envolvidos criam com a investigação tem sobre suas vidas pessoais.
Mas essa – de abordar a investigação, e uma tão intrincada, que se estendeu ao longo de anos, costurando-a com a vida dos homens que a empreenderam – se mostra uma concepção falha. Seria necessário um filme de 300 minutos para desenvolver adequadamente as personagens, que, no final, acabam sendo secundárias diante de uma exposição muito competente, ainda que – para a maioria daqueles que virem o filme – exaustiva, das provas que jamais incriminariam decisivamente o principal suspeito.
Se tivessem colocado a Lindsay Lohan no filme, como uma jornalista inexperiente, mas dedicada e cheia de energia (eu sei, seria pura invencionice, e o filme é baseado em um caso verídico; mas seria só uma licencinha poética de nada), e aí ela solucionasse o crime, em vez do Donnie Darko, com um confronto direto com o Zodíaco ao final, no trailer onde ele morava (supondo que era o tal cara do trailer mesmo), tenho certeza de que as duas horas e meia passariam voando. Da próxima, eles fazem isso.
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