terça-feira, 19 de junho de 2007

Mês Lindsay Lohan: Sexta-Feira Muito Louca

Eu já tinha falado um pouco desse filme num texto anterior (tô com preguiça de botar link, desculpas para todos), mas como nós somos minunciosos e precisos em todos os nossos esforços, falaremos desse filme mais profundamente . Sexta-Feira Muito Louca (Freaky Friday, 2004) é uma refilmagem de um filme do mesmo nome de 1976, dirigido por Gary Nelson (quem?) e estrelado pela Barbara Harris (quem?) e pela Jodie Foster (a, agora sim), e contava a história de uma mãe solteira sempre em atrito com sua filha mais velha e que, depois de um truque roteirístico vagabundo, acabam trocando de lugar uma com a outra, para (lá vem clichê) finalmente pararem de encrencar uma com a outra ao sentirem na pele o quanto é difícil ser mãe e filha e finalmente encontrarem a harmonia familiar. Tocante. Bom, o filme de 76 foi um sucesso mediano, mas por algum motivo os geniais executivos da Disney acharam uma boa idéia fazer uma versão "moderna" (como se os anos 70 fossem parte do período Mesozóico) do filme, e nos papéis que foram de Harris e Foster no original escalaram a Jamie Lee Curtis (filha favorita da Janet Leigh) e ela, a menina, a junkie, o mito, Lindsay Lohan, respectivamente.

O resultado foi um sucesso de bilheteria e um surpreendente respaldo dos críticos, que consideraram o filme acima da média dos esforços adolescentes hollywoodianos, principalmente quando se trata da Disney. Tudo isso é muito bonito, mas a pergunta é: esse respaldo foi merecido? E se , realmente, o filme mereceu esses louros, a quem devemos dar crédito? Perguntas difíceis e complexas, mas que serão, sim, respondidas por mim, livre arbitrador da verdade e da justiça. Eu não tenho o menor pudor em afirmar, categoricamente, aonde mora a verdade, na minha opinião: todo o sucesso do filme merece ser debitado na conta da Lindsay Lohan, tão e somente. Aí, você diz: "Mas como assim, Progressista? E a coroa ajeitada da Jamie Lee, não tem mérito no bagulho não?". Calma, que eu explico. Falemos das atuações, um dos dois fatores que podem fazer a diferença num filme desses (o outro sendo supostas sacadas inteligentes de roteiro. Ou vocês imaginam que um filme que fala de troca de mentes entre mãe e filha por culpa de um biscoito chinês terá o mínimo comprometimento com qualquer coerência narrativa? Ingênuos).

Enquanto que a Lindsay se preocupou em repetir todos os maneirismos da Jamie Lee Curtis, compondo uma atuação brilhantemente eficiente e surpreendentemente séria para um filme tão boboca, a Jamie Lee pensa que atuar passando-se por adolescente significa fazer caretas, soltar grunhidos, ficar socando o ar a cada cinco minutos sem motivo aparente, úm desastre completo, sendo que a maneira que a Lindsay compôs a sua personagem não condiz em nada com a imitação escolhida pela Jamie Lee. A personagem criada pela Lindsay era uma adolescente atormentada pela morte do pai, em visível crise emocional, mas discreta e sem tendências para melodramas e exageros. Aí vem a senhora Curtis e joga tudo pro alto gritando e esperneando que nem uma maluca. Aí fica difícil. Mas os críticos adoraram ver a velha tocando guitarra e fazendo chifrinhos para o alto. Deprimente. E pela primeira vez na sua carreira, já em seu segundo filme, Lindsay Lohan consegue fazer de uma produção fraquinha um filme muito acima da média, algo que tornaria-se constante na sua vida profissional, até o dia que ela resolveu brincar de roleta russa com a propria vida e carreira. Mas falaremos mais sobre isso em breve, aguardem (que entrem os comerciais, por favor).

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