Eu parei de ler livros, isso mesmo, eu parei de ler. Já faz mais de um ano que realmente não leio muitos livros, parece que parei de gostar deles, e eles, como todo marido traído, continuam gostando de mim. Eu so leio quadrinhos, jornais, blogs, livros pra faculdade e legendas de filmes iranianos. Teve um periodo que li, penso, até mais que o camarada fundamentalista. Lia horrores, vivia num centro cultural e quando acaba o horário, levava o livro pra casa e terminava de ler. Eram, fácil, de três a quatro livro por semana, mantive tal maratona durante um ano. Foi um mergulho na literatura de cem anos pra cá; vi a morte do romance nas mãos de Joyce e Kafka; a morte da poesia na escrita automática ; a morte do conto por Borges e Rosa e seus respectivos seguidores: como Calvino e Auster, para o primeiro; Quiroga e Efrin representando o segundo.
Diferente das maioria das pessoas me concentrei no novo, aquilo que grande parte dos estudiosos de literatura abomina, aqueles livros da década de 60 pra frente e agradeço pela minha escolha.
Não falo que li tudo que deveria, mas a literatura, como palavra escrita, deixou de me interessar como antes fazia. Leio, no máximo, alguns contos e muitas releituras, eu disse: parei de ler livros e não de reler.
O cinema, os quadrinhos e os desenhos são hoje muito mais interessantes do que um romance fresco do Marcelino Freire, ainda que o considere um ótimo escritor.
Talvez tudo isso seja uma confissão desesperada, talvez uma grande mentira, talvez eu queria que vocês me comprem um livro.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário