segunda-feira, 4 de junho de 2007

A literatura e o camarada moderado

Eu parei de ler livros, isso mesmo, eu parei de ler. Já faz mais de um ano que realmente não leio muitos livros, parece que parei de gostar deles, e eles, como todo marido traído, continuam gostando de mim. Eu so leio quadrinhos, jornais, blogs, livros pra faculdade e legendas de filmes iranianos. Teve um periodo que li, penso, até mais que o camarada fundamentalista. Lia horrores, vivia num centro cultural e quando acaba o horário, levava o livro pra casa e terminava de ler. Eram, fácil, de três a quatro livro por semana, mantive tal maratona durante um ano. Foi um mergulho na literatura de cem anos pra cá; vi a morte do romance nas mãos de Joyce e Kafka; a morte da poesia na escrita automática ; a morte do conto por Borges e Rosa e seus respectivos seguidores: como Calvino e Auster, para o primeiro; Quiroga e Efrin representando o segundo.

Diferente das maioria das pessoas me concentrei no novo, aquilo que grande parte dos estudiosos de literatura abomina, aqueles livros da década de 60 pra frente e agradeço pela minha escolha.

Não falo que li tudo que deveria, mas a literatura, como palavra escrita, deixou de me interessar como antes fazia. Leio, no máximo, alguns contos e muitas releituras, eu disse: parei de ler livros e não de reler.

O cinema, os quadrinhos e os desenhos são hoje muito mais interessantes do que um romance fresco do Marcelino Freire, ainda que o considere um ótimo escritor.

Talvez tudo isso seja uma confissão desesperada, talvez uma grande mentira, talvez eu queria que vocês me comprem um livro.

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