quarta-feira, 6 de junho de 2007

Mês Lindsay Lohan: Operação Cupido

Tudo na vida tem um começo. Mesmo os grandes pensadores, pintores, físicos, matemáticos, químicos, escritores e jogadores de sinuca não nasceram mitos: tiveram de um dia começar a construir as realizações que permearam as suas vidas e os colocaram no seleto rol dos heróis da humanidade. Com a nossa Lindsay, não poderia ter sido diferente. Seu primeiro filme, Operação Cupido (Parent Trap em inglês), de 1998, quando ela tinha meros 12 anos de idade, marcou o início de sua trajetória profissional. E que começo poderia ter sido melhor com esse complexo filme, remake de uma película dos anos 60, que conta a história de duas gêmeas que crescem separadamente em Nova York e Londres e que não sabem da existência da outra, até que numa daquelas coincidências que marcam esses filmes, acabam indo para o mesmo acampamento, ficando amigas e resolvendo tentar juntar os pais para todos ficarem juntos, unidos e felizes como uma família deve sempre ser. É impossível ver o filme e não lembrar-se do clássico de Kiesloswki, a Dupla Vida de Veronique. As temáticas são parecidas? Não. O universo dos filmes é parecido? Não. As duas mulheres no filme de Kieslowski eram ao menos gêmeas? Não, não eram. E qual a semelhança então? Bom, os dois filmes possuem uma atriz interpretando dois personagens. Obrigado pelos aplausos dados para a minha perspicácia. No filme de Kieslowski, as duas mulheres eram metáforas da França e da Polônia: as duas eram cultas e inteligentes, mas enquanto a francesa tinha e sentia toda a liberdade para expor os seus talentos e sentimentos, a polonesa era reprimida e acabava encontrando um trágico final. No Operação Cupido ocorre algo parecido.

Uma gêmea é triste, a outra é alegre. Quando se encontram, acabam atenuando os excessos uma da outra e encontrando o complemento ideal para os seus comportamentos. Assim como a Inglaterra e os Estados Unidos. Um é triste, o outro alegre (nunca ninguém reduziu tão bem nações tão complexas em apenas uma expressão), e juntos acabam encontrando... encontrando... é, bem, deixa pra lá. Ponto para Lindsay e o seu notável trabalho de composição de personagens: quando interpretava a gêmea alegre, fazia cara de alegre: quando interpretava a gêmea triste, fazia cara de triste. Méritos para a genial diretora Nancy Meyers, autora dos espetaculares O Que as Mulheres Querem, Alguém tem que Ceder e o Amor Não Tira Férias (filme favorito do mano fundamentalista). O filme foi um sucesso retumbante no mundo todo, criando legiões de seguidores, gerando até encontros e feiras para celebrar o modo de vida do personagem principal e... não, eu tô confundindo com o Grande Lebowski, desculpem. Quem quiser ver esse clássico imortal, coloquem no Disney Channel, passa todo dia lá, em vários horários, legendado, dublado e o escambau. Depois, Lindsay iria diversificando a sua galeria de personagens, mas esse começo mostrou todo o talento escondido naquelas sardas.

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