Se a vida fosse como nos filmes... Todo cinéfilo, profissionalizado ou não, um dia já se pegou suspirando esse chavão. Nossa abordagem do caso Lohan poderia se resumir, muitas vezes, a ele. Principalmente agora, quando a gente resolve falar de um filme divertido e ingênuo como Herbie - Meu Fusca Turbinado (Herbie Fully Loaded). Aí, a gente vira criança mesmo e deixa a imaginação correr solta.
É o quinto filme que o personagem Herbie protagonizou, com um intervalo de vinte de cinco anos entre A Última Cruzada do Fusca, de 1980, e este, de 2005. Não conto o de 1997, Se Meu Fusca Falasse, porque foi feito pra televisão. Ora, vinte e cinco anos se passaram até os produtores da Disney, que nunca sofreram por falta de autoconfiança (na verdade, antes, por excesso dela), sentirem que ainda podiam lucrar com uma de suas mais clássicas franquias cinematográficas. O que os teria despertado para se lançarem nesse empreendimento?
Vocês já sabem a resposta, né? Lindsay Lohan, é claro. A ascensão de uma atriz adolescente com o carisma e talento dela foi ao encontro do elevado propósito de, ainda uma vez, trazer alegria e diversão para a garotada, que andava muito triste pelo mundo, através das aventuras daquele fusquinha muito simpático e malandro, o Herbie. De fato, era necessário um ator que tivesse o mesmo carisma que o Herbie. E enfim encontraram.
Existe uma correspondência muito curiosa entre Lindsay e a imagem que sempre procuraram dar ao carrinho: que é aquele equilíbrio entre a esperteza e as intenções boas e puras. Ou seja, aquela coisa da infância, né? Juntos, Lindsay e Herbie aprontam muito, mas pra se livrar das ciladas do vilão. São dois malandros, de épocas diferentes, que se encontram. E acho que nesse filme Lindsay demonstrou com muita clareza o tipo de mundo em que ela seria feliz, em que ela se daria bem: onde bem e mal estão muito bem definidos, e a pureza e a bondade sempre prevalecem. (Ah, e uma curiosidade: dois dos quatro roteiristas do filme são Alfred Gough e Miles Millar, criadores de Smallville: legal, né?)
Bom, a parte do chavão com que eu comecei é agora. Porque não dá pra assistir a um filme tão bonitinho e otimista, como Herbie - Meu Fusca Turbinado, sem sair depois lamentando a vida, e principalmente a vida de Lindsay Lohan. No filme, ela tem um pai como Michael Keaton: meu, se ela tivesse, na vida real, um pai como Michael Keaton (meu, o cara foi o Batman! O Batman, meu!), essa menina estaria por aí rindo, pulando, brincando. Seria lindo, maravilhoso. Mas não. Em vez de Michael Keaton, combatente do crime e eventualmente ator, Michael Lohan, bebum e jogador.
E por que, como nos filmes, Lindsay não poderia comprar um carrinho por US$ 75 que lhe ensinasse o verdadeiro valor da amizade? E que a levasse pra longe, pra Flórida, pra correr e vencer na Nascar? Lindsay, como você acreditou no Herbie e fez dele um campeão em Nascar, nós acreditamos em você.
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