quinta-feira, 14 de junho de 2007

Hilary Duff: A Hipócrita Nêmesis de Lohan

Uma das disputas mais fantásticas ocorridas nessa primeira década do século deu-se entre as duas queridinhas da Disney na era pós-Britney Spears (sempre considerando a contextualização pós-moderna como parâmetro, logicamente), Hilary Duff e Lindsay Lohan. Uma disputa que fez o mundo perder o fôlego com os seus contornos dignos das mais incríveis histórias de um Garcia Marquez da vida. Duff foi revelada pelo seriado Lizzie McGuire, clássico do fabuloso canal Disney Channel, e depois fez carreira (espaço agora para os engraçadinhos soltarem alguma gracinha) em filmes adolescentes e discos, adivinhem só, para adolescentes.As duas cumpriram uma função estratégica vital dentro da companhia fundada pelo obsessivo-compulsivo Walt Disney: levar a marca para outras audiências além do nicho infantil. Agora, a embalagem vendida pelas princesas pop é o ponto de divergência entre as duas.

Enquanto a Lindsay Lohan mostrou desde o primeiro momento uma clara diferenciação dramática que sempre levou os seus costumeiramente medíocres filmes para um patamar mais digno, e no campo pessoal acabou se entregando a um modo de vida monástico e degradante, transformando-se numa verdadeira junkie girl de comportamento que não faria feio entre os rockstars da vida, Hilary Duff sempre foi um símbolo da América careta e republicana. Não é de se surpreender que a Lindsay seja nova-iorquina e a Duff texana. Com certeza isso foi pensado pelos geniais executivos Disneyanos como estratégia de Marketing para cooptar e ser simpático a maior parcela possível da audiência adolescente. Hilary Duff acabou exemplificando o modelo perfeito da adolescente babona, a princesa que não peca, coloca os valores familiares acima de tudo e fica sempre a espreita esperando a vinda do príncipe encantado para, inevitavelmente, viver uma vida regida pelos valores morais rígidos que são padrão na América de Bush. Lógico que tudo isso sempre no campo da fantasia, já que na vida real todo esse panorama acaba sendo motivo de risos para qualquer cínico desse mundo. Mas Duff persiste sempre com a sua obstinada tarefa de tornar o mundo um lugar mais chato e hipócrita de se viver, com os seus discos horrorosos, sua total falta de aptidão como atriz, o que acaba tornando os seus já ridículos filmes tarefas dignas de arrumar um lugar no céu depois de tamanho sofrimento.

Hoje, as duas são modelos opostos, como se a Hilary fosse uma boneca Barbie vestida com adornos e tomara-que-caias rosas, e a Lindsay fosse uma daquelas bonecas sujas de roupa rasgada e que falam palavrão que se encontram pela Internet. Hipocrisia nojenta.Lembrem-se do episódio do namorado, quando a Hilary Duff (momento Leão Lobo do Progressista) roubou o na época namorado da Lindsay e ainda fez cara de inocente, fazendo aquele ar de "ela é promíscua mesmo, eu sim serei uma namorada de valor pra esse cara". Enquanto isso, Lindsay, quando perguntada sobre o ato cometido por Duff, não fez qualquer crítica a ela, pelo contrário, até elogiou a menina e sua determinação profissional (algo comum na Lindsay, que jamais ataca pessoas que falaram mal dela na imprensa, mas isso é assunto para depois). Aonde mora a dignidade no final das contas? Na verdade suja, porém justa, ou na hipocrisia que vende discos, lota salas de cinema mas acaba jogando para debaixo do tapete um pequeno fator chamado talento? Eu sei bem que fim te espera, Hilary Duff: acabará como a Britney Spears, que surgiu com a princesinha careta republicana e hoje virou esse monstro amorfo de fotos escandalosas, divórcios dispendisiosos e surtos de loucura dignos de uma Blanche Dubois. Máscaras, inertes invólucros da alma.

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