sexta-feira, 11 de maio de 2007

Cobertura da Imprensa

Bom, eu realmente acho utopia esperar que os programas vespertinos que transmitiam ao vivo do Mosteiro conseguissem fugir desse reducionismo. Era aquilo que eles podiam tirar da situação: fiquem de olho, pois a qualquer momento o Papa pode sair para a varanda envolta numa redoma de plástico dar um tchauzinho para a patuléia ansiosa. Seria estranho mesmo se eles dedicassem o tempo falando sobre as verdadeiras razões que levaram um Papa altamente conservador como o Bento XVI a deixar o conforto do Vaticano e se dedicar a uma longa viagem e compromissos incessantes, que seriam cansativos até para um jovem, quanto mais para um oxagenário como ele. Esse tipo de jornalismo, ou, sendo mais preciso, o jornalismo em si, a informação e o seu processo de apuração, sempre serão trocados pelo imediatismo, pelas obviedades e pelo show. O que vale é o efeito pirotécnico, não o efeito informativo. É assim, sempre foi e sempre será. Agora, é só assistir um Fox News da vida para saber que esse problema não é algo exclusivo de nós, felizes habitantes do terceiro mundo. Em qualquer canto desse planeta, a qualidade da informação passa pelo poder esforço, de escolha e critério daqueles que a procuram. É fácil saber aonde existe o fast-food, o lixo, e onde existe a verdade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário