terça-feira, 15 de maio de 2007

Losers e a sufocação feminina

Ontem, eu estava numa grande livraria no coração da cidade onde moro (para os curiosos, a cidade fica na Latitude -23.5333 e na Longitude -46.6167) . Lia sossegadamente a edição ilustrada do livro O Código Da Vinci (eles poderiam colocar balões nos diálogos dos personagens, ficaria mais fácil e divertido ainda de ler, e dar o subtítulo de "para analfabetos funcionais"), quando notei, numas poltronas que ficam de frente para a parte de livros estrangeiros, algo um tanto quanto constrangedor. Um chato com duzentos livros de arquitetura estava sentado, quando duas meninas chegaram e sentaram nas poltronas do lado. O cara começou a puxar assunto com elas, alguma bobagem sobre pós-modernidade, e as duas, sem qualquer cerimônia, levantaram-se e se mandaram, deixando o cara falando com o vento. Ai você pensa, bom, depois dessa, o mala vai sossegar. Mas não.

Pouco depois, sentou perto dele uma mulher mais velha que as outras duas, mas com belas feições. Ela começou a ler um livro, mas teve de interromper, pois o cara puxou papo com ela também, falando, adivinhem, adivinhem, sim, da porcaria da pós-modernidade e dos livros de arquitetura que ele lia. Ao invés de tentar puxar assunto falando sobre o livro que a mulher lia, simplesmente começou a falar sobre assuntos referentes a ele mesmo. A mulher tentou, educadamente, dar atenção ao chato no começo, mas depois ficou nítido o total desconforto para ela, e no final o cidadão falava, falava e ela nem se dava ao trabalho de olhar pra cara dele.

NÃO É FÁCIL ser mulher, apesar de vocês Losers meterem o pau nelas por não conseguirem a sua atenção. Imagine, você está numa livraria, querendo relaxar do stress do dia a dia, lendo um livro da sua preferencia, e tem que interromper o que está fazendo para, por pura educação, dar atenção para um estranho sem noção e falastrão querendo dar em cima de você falando groselha sobre assuntos que fazem qualquer conversa ser natimorta. Imagino que aquela pobre mulher deva ser importunada frequentemente, em qualquer local ou atividade que esteja ou se proponha a fazer. Imagino ela na fila da padaria, louca pra compar logo os pães farelentos e ir pra casa, e algum chato começar a puxar assunto, a falar sobre a derrota do seu time do coração (acreditem, eu já vi um maluco puxar assunto futebolísticos com intuitos amorosos, certo ele, mulheres adoram futebol). Por isso, eu tenho orgulho de ser um cara feio que nem a fome. Posso ir pra qualquer lugar, sabendo que ninguém vai nem querer chegar perto de mim. Mulheres, eu me convaleço com as suas dores, e juro que nunca irei importuna-lás com bobagens, a não ser, claro, que vocês sejam corintianas e queiram falar sobre a última derrota do Timão...

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