Dublin é a grande contribuição dos irlandeses para a civilização ocidental, uma contribuição que eles ficam reinventando e que nunca se esgota criativamente. Dublin é o único tema que os irlandeses dominam. Eles só se dão bem falando dessa cidade feia.
James Joyce – só a menção desse nome bastaria pra me dar razão e encerrar o assunto. Ulysses não existiria sem Dublin, é uma epopéia sobre essa cidade, muito mais do que a Odisséia era sobre a fragmentada (e imaginária) geografia grega. Portanto, sem mais explicações.
E – como se precisasse – ainda tenho outro nome, esse menor, pra não dizer que eu fiquei só na literatura, e mais, só no passado: Alan Parker. É, o grosseirão, que vive errando a mão, um dia acertou, e acertou como nunca; aliás, como poucos acertaram, dirigindo essa maravilha que é “The Commitments – Loucos pela fama”: o filme simplesmente nunca, em nenhum momento, perde o ritmo, sempre está lá no alto.
Qualquer sinopse do roteiro será mais ou menos assim: o Senhor viu que os irmãos irlandeses estavam precisando de um pouco de “soul”; então, comissionou Jimmy Rabbitte e Joey “The Lips” Fagan para formarem uma banda que trouxesse “soul” para os irlandeses. Mas, na prática, o filme não funcionaria se não tivesse como plano de fundo a destroçada e sempre cinzenta Dublin.
Entre outras preciosidades, destaco essa lição de etnologia do sempre incisivo Jimmy Rabbitte: às tantas, ele, trabalhando por converter os corações incrédulos, diz:
"The Irish are the blacks of Europe. And Dubliners are the blacks of Ireland. And the Northside Dubliners are the blacks of Dublin."
Quando Parker foi fazer filme sobre outra coisa, ferrou tudo.
Dublin é, na verdade, um mote a partir do qual os irlandeses acabam discorrendo acerca de tudo: catolicismo, ingleses, encher a cara, mulheres. Além disso, eles contam com aquela lucidez que só a autodepreciação típica do terceiro-mundista pode garantir.
Assim, existem dois tipos de artistas irlandeses: aqueles que levam Dublin consigo e aqueles que a deixam pra trás. Os últimos, cedo ou tarde, hão de pagar um alto preço: eis o U2.
James Joyce – só a menção desse nome bastaria pra me dar razão e encerrar o assunto. Ulysses não existiria sem Dublin, é uma epopéia sobre essa cidade, muito mais do que a Odisséia era sobre a fragmentada (e imaginária) geografia grega. Portanto, sem mais explicações.
E – como se precisasse – ainda tenho outro nome, esse menor, pra não dizer que eu fiquei só na literatura, e mais, só no passado: Alan Parker. É, o grosseirão, que vive errando a mão, um dia acertou, e acertou como nunca; aliás, como poucos acertaram, dirigindo essa maravilha que é “The Commitments – Loucos pela fama”: o filme simplesmente nunca, em nenhum momento, perde o ritmo, sempre está lá no alto.
Qualquer sinopse do roteiro será mais ou menos assim: o Senhor viu que os irmãos irlandeses estavam precisando de um pouco de “soul”; então, comissionou Jimmy Rabbitte e Joey “The Lips” Fagan para formarem uma banda que trouxesse “soul” para os irlandeses. Mas, na prática, o filme não funcionaria se não tivesse como plano de fundo a destroçada e sempre cinzenta Dublin.
Entre outras preciosidades, destaco essa lição de etnologia do sempre incisivo Jimmy Rabbitte: às tantas, ele, trabalhando por converter os corações incrédulos, diz:
"The Irish are the blacks of Europe. And Dubliners are the blacks of Ireland. And the Northside Dubliners are the blacks of Dublin."
Quando Parker foi fazer filme sobre outra coisa, ferrou tudo.
Dublin é, na verdade, um mote a partir do qual os irlandeses acabam discorrendo acerca de tudo: catolicismo, ingleses, encher a cara, mulheres. Além disso, eles contam com aquela lucidez que só a autodepreciação típica do terceiro-mundista pode garantir.
Assim, existem dois tipos de artistas irlandeses: aqueles que levam Dublin consigo e aqueles que a deixam pra trás. Os últimos, cedo ou tarde, hão de pagar um alto preço: eis o U2.
I love Irish people!
ResponderExcluirO sotaque é legal, hahahaha...
Esse filme relamente é muito interessante!
Ah, eu gosto de U2...
hihihi...
bjus!