
Numa entrevista a Trip, ele disse que sua esposa também não entendia uma reação tão negativa aos textos dele. Eu queria poder dar uma explicação pra ela. Apesar de não conhecê-la, acho que deve ser uma pessoa muito bacana (todas as pessoas pra mim são, a priori, muito bacanas). Por isso, vou tentar uma resposta, por causa dessa senhora.
Meu palpite é de caráter antropológico. Tem a ver com o fato de que no Brasil o único tipo de humor infalível é o de piada de sacanagem. Porque aí, não tem jeito, todo o mundo entende mesmo. O povo é malicioso, né? Mas, mesmo malicioso e ladino como é, ainda prefere programas como o Zorra Total, em que botam uma mina usando minissaia, pra não deixar dúvida de que um charuto não é só um charuto e de que uma banana não é só uma banana. O povo ainda é muito inseguro, parece precisar de ter absoluta certeza de que pode e deve rir.
Por isso, no Brasil, a gente só ri da piada emoldurada, que é aquela à qual se acrescenta, ao término, a simpática e tranqüilizadora advertência "só estou brincando, viu?". Simpatia, que é, enfim, o fim broxante de todo humor. Broxante... Hã-hã-hã... Entendeu, entendeu?
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