Existe no Orkut uma comunidade de quase 10.000 pessoas que acham Diogo Mainardi um ridículo, filhinho de papai, idiota, panaca, imbecil, escroque, canalha, etc. Muito bem. Só que eu realmente não entendi qual é a desse pessoal, dessas quase 10.000 pessoas que levam o Mainardi a sério: que compram, ou pegam emprestado, ou roubam a Veja, vão até a página da coluna dele, lêem o cara dizendo que "os petistas são uma raça gigante de formigas", daí se dirigem ao espelho e constatam: "Pô, eu sou petista e não sou nenhuma droga de formiga gigante! Esse cara é um difamador, um canalha!".
Numa entrevista a Trip, ele disse que sua esposa também não entendia uma reação tão negativa aos textos dele. Eu queria poder dar uma explicação pra ela. Apesar de não conhecê-la, acho que deve ser uma pessoa muito bacana (todas as pessoas pra mim são, a priori, muito bacanas). Por isso, vou tentar uma resposta, por causa dessa senhora.
Meu palpite é de caráter antropológico. Tem a ver com o fato de que no Brasil o único tipo de humor infalível é o de piada de sacanagem. Porque aí, não tem jeito, todo o mundo entende mesmo. O povo é malicioso, né? Mas, mesmo malicioso e ladino como é, ainda prefere programas como o Zorra Total, em que botam uma mina usando minissaia, pra não deixar dúvida de que um charuto não é só um charuto e de que uma banana não é só uma banana. O povo ainda é muito inseguro, parece precisar de ter absoluta certeza de que pode e deve rir.
Por isso, no Brasil, a gente só ri da piada emoldurada, que é aquela à qual se acrescenta, ao término, a simpática e tranqüilizadora advertência "só estou brincando, viu?". Simpatia, que é, enfim, o fim broxante de todo humor. Broxante... Hã-hã-hã... Entendeu, entendeu?
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