quinta-feira, 17 de maio de 2007

Manual Prático do indie pinguim - Parte 1: Discos de Jazz

Bem esfriemos um pouco o nosso blog( não estamos fugindo Azevedo, nós voltaremos) e trago agora o começo do manual de como se passar por bem entendido sem fazer muito esforço( eu faço isso muito bem); senhoras e senhores, o manual do bem entendido ou indie pinguim.

Jazz: só a palavra já é difícil, imagine pegar quase um século de música e ouvir? Atitude quase impossível, agora vc não precisa passar madrugadas inteiras baixando álbuns de um cara esquisito que toca trompete( só a discografia do Miles Davis tem, por baixo, 30 Gb). Apenas se informe um pouco sobre certos albuns do jazz, algumas pilastras do jazz e você pode sair falando coisa difíceis sobre uma música nada fácil.




1) Kind of Blue (1959) - Miles Davis
O álbum de jazz mais vendido de todos os tempos. Pessoas que não gostam de jazz adoram esse disco e não foi pelo charme do Miles Davis( sem ofensas, Chet Baker). Ele hj, nas fotos era estranho e deveria ser o mesmo na época, mas manjava muito de música. Não foi a toa que ele chamou John Coltrane( Sax tenor), Bill Evans(piano) e Julian "Cannonball" Adderley (Sax Alto). Não, ele não convidou todos para um churrascão e depois um futebol, talvez eles devem ter feito algo semelhante depois da gravação, mas o intuito primordial não foi esse. Voltando, como boa farsa que sou, recomendo ouvir esse disco, mesmo você menino ou menina que gosta de Soweto vai amar esse álbum. Em Kind of Blue ( "Um pouco de tristeza", se fosse traduzido e virasse longa metragem) Miles rompe com o estilo atual, o cool, e instaura algo novo, o jazz modal. Não se assuste, não precisa saber o que são esses estilos de jazz, pouca gente sabe.




2) Time Out(1959, é o que diz o allmusic eu achava que era de 54) - The Dave Brubeck Quartet
Dave e um tal de Paul Desmond( não precisa saber quem é) depois de fazerem um bom tempo de parceria fizeram esse cd magnífico. E muito bom mesmo, ainda considerando que grande parte da banda era branca( com excessão de um negro, pq se não tiver pelo menos um dá azar, em bandas de jazz). Dave no começo da sua carreira sofreu muitos preconceitos por ser branco, da própria familia, sobretudo. O pai(negro) queria que ele fosse médico ao invés de ficar tocando, agradecemos a deus que isso não aconteceu, se bem que ele poderia ter erradicado todas as doenças do mundo( Desmond vai se....)



3) My Favorites Things(1961) - Jonh Coltrane
Ele cresceu, tomou vergonha na cara e resolveu partir pra carreira solo. Esse não é seu primeiro álbum, mas é o mais gostoso de ouvir. Coltrane colocaria qualquer guitarrista no chinelo por causa da sua velocidade fora do comum, dizia que ele era capaz de tocar cem notas por minito, isso em dias de mal humor. Sua música era viva como o fogo, igual sua vida: extigui-se aos 40 anos. E sua carreira também: começou a ganhar notoriedade só com 29 anos, parece que ele sabia que não duraria muito. O album mostrado aqui foi composto e ficou pronto em três dias( maldito gênio!).




4) Mingus Ah Um (1959) - Charles Mingus
Considerado por muitos como o rabugento, a abelhinha operária do jazz. Pois sim, é capaz de ter morrido brigando pelos direitos dos músicos de jazz e dos músicos negros( sim, para variar um jazzista negro). Sem ele talvez os musicos de jazz seriam continuamente explorados(elvis te lembra alguma coisa?) até hj ou apenas teríamos um ótimo musico rabugento a menos. Mas esse disco é muito bom mesmo, gostoso de ouvir, bem feita as composições ( ele era chamado de abelhinha, lembra?) . Tem até um referência ao bird: Charlie Parker(esse abaixo).




5) The Charlie Parker Story [Savoy Jazz](1945) - Charlie Parker
Pra comemorar o fim da guerra mundial a gravadora resolveu lançar esse coletânea
pra encher os bolsos de dinheiro. Um bom disco sem dúvida, tratando-se do Bird não poderia ser diferente. O interessante é a imagem que difere muito das capas dos cds de jazz; alternando sempre entre uma foto do principal músico acompanhado de letreiros grandes ou de uma ilustração no mínimo abstrata. Talvez a ídeia era confundir o Charlie Parker com o papai noel; o velho bonachão está de volta antes do natal e toca sax! Uma ilustração do Charlie Parker tocando seria muito mais agradável, sem dúvida. Outro disco ótimo, recomendado.



Ouça algumas faixas dos discos e já pode xavecar uma menina que goste muito de jazz( me apresente se conhecer) ou quem sabe, fazer o propósito do manual: fingir que gosta, é sempre interessante, veja meu caso.

Um comentário:

  1. Escolha interessante. Sem destoar podia ter sido incluído o Saxophone Colossus do Sonny Rollins, ou o menos consensual (embora meu preferido) Worktime, que ainda davam para falar do Max Roach...

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