quarta-feira, 23 de maio de 2007

Separações

O equilibrista sabe que se equilibra na corda bamba. O amor talvez seja isso, numa aproximação vulgar. E quando acaba; o final antes do desfecho se divide em fases, é certo.

A primeira é a negação, "nunca", pensa o amante, "isso não pode estar acontecendo".

Logo depois a negociação; fala, que além dos filhos, vai levar a george forman e a churrasqueira. Igual um negociador de refém, a fase necessita de perícia, agora estamos pisando em ovos. Alguns mais sádicos gostam de ameaças, "se vc for embora agora nunca mais vai ver as crianças!". O outro retruca: "Ah ok, vc nunca mais vai ver a novela na Tv de plasma", pelo menos tenta. Tentar seria a segunda palavra atrelada a essa fase, os dois tentam alguma coisa.

Agora chegamos no ápice, o grande movimento: revolta. As partes se xingam, maldições, macumbas; os despachos são bem comuns. Se em enquanto se amavam não se mataram pela intensidade do amor, agora poderão se matar pela intensidade da separação. Destruir o outro, pelo menos roubar a coleção de álbuns de figurinhas do parceiro. Não é muito recomendável afirmar acordos de separação nesse momento, é costumaz acontecer justamente o contrário, as pessoas se matam no tribunal.

Como todo carnaval tem seu fim, já demonstrado pelos Los Hermanos, chega a hora final: a aceitação. Sim, as armas depostas, as bandeiras hasteadas e as trincheiras esquecidas. Os dois até, quando se encontram na rua, ensaiam um aceno, um sorriso. É, o equilibrista sabe que ao cair, seja de propósito ou acidentalmente, a queda em algum momento é esperada.

Um comentário:

  1. Hey, so nice to have found this blog of yours, three in one, so interesting. I sure hope and wish that you take courage enough to pay me a visit in my PALAVROSSAVRVS REX!, and plus get some surprise. My blog is also so cool!

    ResponderExcluir